Já estava exausto de ficar no carro esperando Gael resolver viajar. Enquanto caminhava até a casa dele para apressa-lo, pude sentir os olhos de Dona Dalva queimando minhas costas.
— Já vai arranjar confusão? — a velha não resistiu em me provocar.
— Depende! Quer entrar em uma comigo? — respondi com ar de ameaça mas com o sorriso estampado na face.
— E se eu quiser? Vai arranjar confusão comigo?
A velhota era audaciosa! Sabia que eu era perigoso mas não arrendava o pé. Ia responder, quando o mané do Duca apareceu.
— Deixa minha avó em paz. Lugar de bandido é na cadeia e eu te faço voltar pra lá, está me ouvindo? — ele disse já me medindo.
— Quem começou foi a velha. Aliás dona Dalva, — disse olhando diretamente pra ela, que por sua vez fechou a cara. — Cuida do gênio do seu neto. A senhora já enterrou um e não vai querer jogar terra no outro.
Saí sem ouvir resposta. Por dentro uma lembrança terrível de um dos meus maiores arrependimentos: ter feito aquela maldade com o Alan. Se ele estivesse vivo, com certeza faria Nat feliz depois que eu morresse.
Toquei a campainha com raiva. Oito e meia e o filho da mãe ainda estava enrolando.
Dandara abriu a porta e rapidamente, como eu previ, desmanchou o belo sorriso.
— Não precisa fazer essa cara. Eu não vou te atacar... ainda. — sussurrei a última palavra, vendo o terror da mulher do meu inimigo.
— Gael! A sua visita chegou.
Dandara partiu para dentro do quarto, evitando qualquer contato comigo.
Fiquei mais um cinco minutos jogado naquele maldito sofá até que Nat resolveu aparecer. Estava péssima e havia chorado e muito.
— Que merda é essa? — disse lhe depositando um beijo.
— O Gael veio perguntar sobre Macaé. — a voz de Nat saía baixa e incerta.
— Você contou tudo pra ele? — perguntei já sabendo a resposta.
— Nunca! Promete pra mim que se ele perguntar você não conta?
— Nat, porque você não desembucha logo. Sei que você sofreu mas guardar isso é pior.
— Tenho vergonha. Sinto ódio de mim e não quero que ninguém saiba. Se você não estivesse lá nem saberia.
— Não foi sua culpa e você sabe que não!
Nat sacudia a cabeça negativamente. Ela se culpava. Vi lágrimas se formarem em seus olhos e eu comecei a enxuga-las prontamente.
— Se você quiser eu adio essa viagem. Saímos nós dois daqui e eu até topo aquela maldita conchinha.
Pela primeira vez naquela noite, Nat me lançou um sorriso fraco.
Nem pensei que alguém apareceria. Beijei- a com vontade e Nat também retribuiu. Já estava esquecendo da onde estávamos quando ouvimos passos e vozes de Gael com o pentelho.
— O que vocês estão fazendo aqui sozinhos? — Gael estava com uma cara péssima.
— Nos beijando até você atrapalhar. — Nat me deu um tapa e me olhou com raiva.
— A gente só estava se despedindo. Já podem viajar e não voltem até resolver.
Nat estava mais determinada a descobrir tudo do que eu e Gael juntos.
— Você está melhor, filha?
— Estou bem. Só não quero mais falar nisso. Esquece Macaé!
— Por hora, sim! Mas não pense que eu não vou fazer uma visitinha a sua mãe. Esconder você de mim? Ah! Ela vai ver que eu não sou tão idiota quanto ela pensa.
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The True Story Of Nat [ Rewrite ]
Roman pour Adolescents[ Eu perdi a minha outra conta. Por isso, resolvi repostar a história aqui. Capa ilustrativa.] Essa história que vou lhes contar meus caros amigos, não é sobre o amor mas sim sobre o ódio. Dois anos se passaram desde que Nat decidira abandonar seu p...