— Lobão? — disse baixinho para não fazê-lo ter um sobressalto.
— O que é? — ele bocejara.
— Estou exausto. Pega o volante.
— Onde a gente está?
— Perto de Goiânia. Saímos de uma estrada de terra há uns vinte minutos atrás.
— Não precisa largar o volante mais dez minutos e chegamos no hotel.
Seguimos pelos dez minutos que Lobão mencionara. Logo dei de cara com o maior hotel que já tinha visto naquelas bandas.
— Minha nossa senhora! Desde quando esse hotel está aqui?
— Há uns quinze anos eu acho. Agora anda que eu estou louco por um banho.
— Ah, é? Você dormiu o caminho todo. Eu sim estou cansado.
— Está bem chorão! Não enche.
Chegamos no hall do hotel. Cada detalhe era puro luxo. Os empregados eram muito bem vestidos e penteados. Estava me sentindo um mendigo naquele lugar.
— Vamos para um lugar mais barato. Estou me sentindo um tapete aqui dentro. — cochichei.
— Problema é seu, Zé ninguém. Cala a boca e finge que tem educação.
Bufei de ódio. Lobão sabia como me provocar já que eu não tinha o mesmo nível financeiro dele.
— Boa noite, senhores Lobo e Duarte. Sou Larissa, a recepcionista do Montenier. Suas reservas já estão confirmadas e seus quartos devidamente prontos.
— Obrigado! — dissemos em uníssono.
Seguimos até um elevador todo de vidro. Era belíssimo.
Quando chegamos até o quarto, percebi que era apenas um. Talvez Lobão não quisera gastar comigo, o que me deixou aliviado.
Mas o meu alívio não durou muito. Quando entrei vi que eram dois quartos em só e tão luxuosos que eu só havia visto um daqueles nas novelas.
Lobão sacou três notas de cem e deu para o rapaz que trouxe as malas. Ele era generoso nas gorjetas.
— Vai ficar parado como uma estátua? Ou quer que eu pague alguém pra desfazer as suas malas.
— Não precisa. Se eu soubesse que você escolheria um hotel de marajá nem tinha vindo.
—Eu te disse que eu gosto de conforto. Agora passa pra o seu lado e me deixa em paz. Se quiser comer pede por telefone. É tudo incluso.
Arrastei as malas para o meu lado e como o previsto era muito bonito e confortável. A vista então, sem palavras.
Arrumei minhas coisas no armário, peguei o pijama e fui até o banheiro. Me surpreendi ao ver a hidromassagem. Nem sabia como usá-la direito. Acabei cochilando na água quente e quando acordei, percebi que já tarde.
Decidi pedir algo para comer. Quase desmaiei de susto ao ver o preço do jantar. Fui nos lanches e eram a mesma fortuna. Me dei conta de que jamais teria uma vida de ostentação como aquela.
Liguei pedindo um combinado de peixe, molho branco e arroz com um suco de laranja.
Quando peguei o celular para mandar mensagens a Dandara, ouvi um barulho na porta. Pensei que era a comida mas por mais que eles fossem bem eficientes, jamais estaria pronto em dois minutos.
Abri a porta com cuidado para não fazer barulho. Pude ver Lobão se arrastando para fora do quarto mas pra onde ele iria aquela hora da noite?
Pensei em segui-lo mas estava de pijama. Até eu trocar de roupa ele já estaria longe. Decidi esperar até de manhã. Se ele repetisse a façanha, com certeza eu pegaria. Dei um voto de confiança a ele mas mesmo assim não podia facilitar.
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The True Story Of Nat [ Rewrite ]
Teen Fiction[ Eu perdi a minha outra conta. Por isso, resolvi repostar a história aqui. Capa ilustrativa.] Essa história que vou lhes contar meus caros amigos, não é sobre o amor mas sim sobre o ódio. Dois anos se passaram desde que Nat decidira abandonar seu p...