Capítulo 30

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Heitor Guerra

Vi Maya adormecer em meus braços e então eu ajeitei minha cabeça nos travesseiros, de repente meus pensamentos foram para o meu pai, como será que Herrique Guerra está na cadeia? Depois que recebi a ligação do meu segurança Marco, informando que ele poderia ser solto eu não consegui parar de pensar em como vou fazer para olhar em seus olhos depois de tudo que aconteceu.

Ele atirou sem pensar nas consequências.

Em nenhum momento eu fui visitá-lo ou até mesmo fui na mansão, não quero por meus pés lá tão cedo, também não fui resolver os negócios da mobster, ainda quero ter um pouco de tempo para raciocinar e ter uma boa ideia de como vou me desfazer de tudo.

São tantas coisas, são tantos clubes ilegais, cassinos, bares com stripes, enfim, tantos lugares que preciso dar um basta que não tive nem ânimo para isso.

Meu pai sempre foi tão frio comigo, ver a família de Maya unidas em harmonia me fez sentir um pouquinho tristeza, pois isso é uma das coisas que falta até hoje na família Guerra. Penso em como ele está em uma prisão, se está bem se ao menos uma vez lembrou que eu ainda existo e que sou seu filho.

Em um breve momento a minha mente se desvia da realidade quando infelizmente me veio uma triste lembrança da qual eu quero sempre tentar esquecer.

" Vamos lá Heitor, você consegue, você é um Guerra — disse meu pai me incentivando a puxar o gatilho da arma que estou em posição de mira.

Pai, não consigo — falei trêmulo.

ANDA LOGO GAROTO — berrou fazendo eu me assustar - puxa logo esse gatilho.

Eu estou com a arma em posição de mira, isso não é uma coisa normal da qual um garoto de 17 anos costuma fazer, o homem que está em minha frente é um dos seguranças do meu pai.

Ele está todo machucado e amarrado em uma parede, seus braços e pernas estão esticados e presos, impedindo qualquer chance de escapatória.

Segundo meu pai, ele é um traidor, o que ele fez? Não faço ideia, mas ele quer que eu o mate, mas não para por aí, por que ele além de me obrigar a matar esse homem na frente, ele também quer que eu entre para sua gangue da máfia, a mobster. Não é o que eu quero, mas vejo que não tenho muita escolha ou saída, por que ele sempre briga comigo quando me nego a fazer essas coisas ou digo que não quero fazer parte disso.

Matar, sem emoção, sem piedade, tudo em nome da família.

Com as mãos ainda trêmulas, ouço meu pai me incentivando a puxar o gatilho da arma, estou vendo nos olhos do homem que ele não quer morrer, mas não dar uma palavra, ele abaixa a cabeça, mas em alguns momentos ele a levanta e me encara. Em seus olhos eu vejo o medo, isso me atinge como uma facada no estômago, não posso fazer isso. Abaixei a arma e olhei para meu pai que agora me encara com muita decepção e raiva.

Heitor, não podemos sentir pena, puxa logo esse gatilho, esse homem é um traído, se nós não matá-lo ele vai matar todos nós —  alegou meu pai com uma falsa calma.

Mas aí eu respirei fundo e o encarei.

Por que tem que ser eu que vai puxar esse gatilho pai?

Por que você e seu irmão um dia vai me substituir, Heitor, você precisa fazer isso filho.

Não sei se consigo pai.

Sedução Iminente - Livro 4 Da Série Iminente (Completo) Onde histórias criam vida. Descubra agora