"We're fine all by ourselves"

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- Sina, já disse que estou bem. - digo quando ela insiste que eu preciso de um terceiro cobertor para colocar sobre os meus ombros.

- Não quero saber, fica quieto aí. - manda.

Ela sai avoada do meu quarto me deixando sozinho. Deveria me sentir bem? Deveria me sentir feliz por não ter morrido? Não sei. Não sinto nada. Só consigo pensar em Josh, nos seus olhos azuis me encarando enquanto eu cuspia toda a água acumulada nos meus pulmões.

- Posso entrar? - desperto dos meus pensamentos.

- Pode. - tiro os cobertores de cima de mim, mesmo sem camisa já estava ficando quente demais com essa quantidade de cobertor.

- Como você está? - ele continuou parado na frente da porta.

- Bem... obrigado por me salvar.

- Não foi nada.

Torcia para que ele não ouvisse o barulho do meu coração batendo desesperado dentro do peito. Queria que ele chegasse mais perto, mas ao mesmo tempo queria que ele continuasse afastado de mim.

Levanto da cama e ele observa os meus movimentos com os olhos. Paro em sua frente, levanto um pouco a cabeça para olhar em seus olhos. Josh intercala o olhar entre meus olhos e minha boca, fico nas pontas dos pés e me aproximo mais dele, nossas bocas a um centímetro de distância. Fecho meus olhos quando vejo ele quebrar meio centímetro entre nós, mas o que vem a seguir foi inesperado. Ele me empurra bruscamente fazendo com que eu quase caísse no chão. Olho para ele, confuso.

- Não confunda as coisas, Noah. - a voz dele sai fria e seca - Não te salvei porque sinto alguma coisa por você, fiz isso porque meus pais me encheriam o saco se você morresse. - um sorriso maldoso surge em seu rosto - Achou mesmo que eu sentia alguma coisa por você, não é? - ele chega mais perto. Quero chorar - Ah, querido... - ele faz um carinho na minha bochecha e em seguida dá dois tapinhas fracos e sai do quarto.

Não acredito que eu fui idiota ao ponto de gostar daquele babaca. Não acredito que...

Quero chorar, gritar e jogar tudo para cima. Me contenho. Preciso me conter. Ele é só um idiota. Pensei que ele realmente gostava de mim.

Sério, como eu pude ser tão estúpido?

- Noah? - Sina bate na porta, mesmo que já esteja entreaberta.

- Oi, o que foi? - tento não deixar que minha voz vacile.

- Eu vou dar uma volta no shopping, o que você acha? - a expressão animada dela denunciava que ela queria muito que minha resposta fosse sim. Sinceramente? Não estou nem um pouco afim de ir, mas não tenho nada de melhor para fazer aqui.

- Claro, te vejo lá em baixo daqui a pouco.

Coloco uma camisa branca e preta estampada e um par de All Star branco, pego a carteira e saio do quarto. Desço e Sina sorri quando me vê.

- Vamos!

Saímos da casa e entramos no carro dela. Passamos o caminho inteiro cantando músicas aleatórias da rádio. O shopping estava praticamente vazio, o que era ótimo. Estávamos indo no Starbucks de sempre quando passamos por um salão de beleza novo que eu nunca tinha visto.

- Aquele salão é novo? - pergunto.

- Acho que sim, a gente vem aqui praticamente todos os dias e eu nunca tinha reparado nele. Por que? Vai finalmente cortar essa juba? - Sina zomba.

- Engraçadinha. - dou língua para ela - Vou.

- Sério mesmo? - ela me olha como se não acreditasse.

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