─ Poderemos vir aqui quando eu acordar? – Ruggero me perguntou enquanto brincava com uma mecha do meu cabelo.
Ainda estávamos enroscados um no outro, permitindo apenas que a areia nos cobrisse como um lençol.
─ Eu acho que deveríamos vir a essa praia todos os anos. O que acha? – Ergui a cabeça para ver seu rosto lindo. ─ Tenho certeza que você vai amar passar as férias comigo. Vamos nos divertir.
Ruggero deslizou o dedo indicador pela minha bochecha, contornou a cicatriz do meu rosto e acariciou os meus lábios com a pontinha do dedo, depois sorriu.
─ Seus pais me deixarão ficar no mesmo quarto que você?
Rolei os olhos, mas estava rindo da petulância dele.
─ Tenho certeza que meu pai ficaria na porta do meu quarto me vigiando a noite toda, só para que você ficasse bem longe.
Ele torceu o nariz de forma engraçada.
─ Estraga prazeres.
Eu ri e voltei a deitar a cabeça em seu peito.
─ Mas eu tenho certeza que meus pais irão gostar de você. – Refleti. ─ Você é um pouco cínico, mas vão gostar de você.
Na verdade, eu sentia uma pontada de ansiedade.
Eu estava desejando profundamente que chegasse o momento em que fôssemos todos devidamente apresentados, apesar de que Ruggero conhecia à todos muito bem, entretanto, seria muito mais empolgante quando estivéssemos no mesmo plano astral.
Principalmente porque eu poderia entrelaçar minhas mãos na dele e sair por ai.
─ No que está pensando? – Ele perguntou à certa altura.
Encarei o mar e esperei até a onda que se formava começasse a se quebrar ao beijar a areia.
Suspirei.
─ Estava pensando que preciso ver você.
Senti o corpo dele vibrar quando ele riu.
─ Estou aqui com você.
Me afastei um pouco e apoiei o cotovelo na areia para ficar de lado e fitá-lo nos olhos.
─ Estou falando que... Que não vejo a hora de ver você pessoalmente, entende? Quer dizer, ver você por completo e não só o seu espírito. – Toquei seu rosto. – Quero sentir você completamente.
Habilmente ele me derrubou na areia e subiu em cima de mim, ficando bem perto do meu rosto.
─ Quando eu acordar... – Um beijo no meu pescoço. ─ Eu vou querer... – Uma mordida no lóbulo da minha orelha. ─ Sentir... ─ Um beijo no canto dos meus lábios. ─ Você... ─ Desceu com a boca até o vão entre meus seios. ─ Por inteira.
Sorri ou arfei, não sei bem.
─ Nunca estive tão ansiosa por algo. – Admiti.
Ele veio até minha boca e beijou-me com paixão.
Agora eu tinha um motivo para viver. Mas viver de verdade, sem medos, sem perfeição...
Ruggero não se importava com as cicatrizes do meu corpo, com as dores da minha alma destroçada, tampouco lhe assustava tudo que fui capaz de fazer no passado por puro desespero.
Ele simplesmente me entendia.
E todos nós queremos ser entendidos.
E estava na hora de conhecê-lo de verdade.
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A Bela Rosa {Vol. 1}
FanfictionQuando a minha vida virou-se de ponta cabeça me entreguei nos braços da morte, desejando fortemente que aquele fosse o fim, porque assim, talvez, a dor causada pelas imagens que discorriam na frente dos meus olhos pudesse ser um pouco menos aterrado...