Tralfagir: Ontem você foi até bem no treino. Hoje você só vai me imitar.
Balder: Certo.
Tralfagir: E amanhã ao acordar você vai treinar mais uma vez, mas dessa vez será sério.
Balder: Como vai ser?
Tralfagir: Amanhã você verá.
Balder: Pra que tanto mistério?
Tralfagir: Coloque o bastão na vertical...
Balder fez igual Tralfagir pedia, a cada vez que concluía uma bateria de movimentos, Tralfagir ficava mais rápido, até o final do treino Balder estar com seus movimentos fluidos.
Tralfagir: Você tem um aprendizado muito rápido. Isso é ótimo.
Balder: Na verdade, quando estou treinando com você, sinto como se eu estivesse apenas reaprendendo algo que eu já conheço.
Tralfagir: Você deve ter visto em algum lugar e agora apenas está lembrando.
Balder: Muito difícil ver isso, não existiu nada de violento na cidade onde nasci.
Tralfagir: Viu em algum lugar. Deve ser essa a resposta.
Balder: Mas onde?
Tralfagir: Durma. Amanhã vai começar com treinamento.
Balder adormeceu. Tralfagir ficou sentado na relva e observava o luar. A lua trazia um brilhar à sua máscara. Atrás dele veio um pássaro voando alto, era um Oltaz, media cerca de dois metros e meio, com penas totalmente negras nas asas e prateadas nas outras partes do corpo, as penas de sua calda se estendiam por quase setenta centímetros, tinha quatro asas que batiam de forma alternada em pares, suas asas mediam aproximadamente três metros, um pássaro que estava quase em extinção por causa da guerra.
Tralfagir: Por que ele vai para o lado da guerra? Deveria estar fugindo.
Tralfagir ficou olhando o enorme Oltaz voando para o lado da guerra. Puxou novamente aquele pedaço de papel e se deitou, colocando o papel no rumo da lua, novamente e nada.
Tralfagir: Qual o problema disso? Nada da certo. Tento amanhã de novo... se Balder não conseguir treinar bem amanhã, sinto que não terá a menor chance em Rubritanhe. O que será que tem lá que me causa tanta preocupação...
No outro dia de manhã, Balder já acordou animado.
Balder: Onde você está Tralfagir?
Tralfagir: Pare de gritar. Apenas estava mais longe.
Balder: Desculpe-me, é que sempre acordo com você me olhando da árvore.
Tralfagir: Quis ficar aqui em baixo hoje. Já estamos a um dia da cidade, os perigos já ficaram para trás. Vamos treinar.
Balder: Sim! O que tem de especial hoje?
Tralfagir: Quero que você use tudo que puder para tocar em minha máscara. Se conseguir eu irei arrumar alimento e a fogueira daqui até a próxima vila depois de Rubritanhe.
Balder: Só acertar?
Tralfagir: Até de raspão eu aceito.
Balder: Feito.
Balder foi para cima do jeito que Tralfagir tinha lhe mostrado. Ele girava o bastão e ia de um lado para o outro sem parar, mas todas as suas tentativas eram desviadas ou bloqueadas por Tralfagir. Depois de vinte minutos tentando sem parar Balder começou a ficar lento e muito cansado.
Tralfagir: Pare! Você foi bem, ótimo. Bem melhor do que eu esperava, mas não me acertou.
Balder: Vamos continuar...
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Segredos da Guerra Tríplice
AventuraEm um mundo diferente, em uma guerra travada entre três reinos, nasce Balder com muita dificuldade. Este jovem embarca em uma aventura que o faz conhecer a guerra, novas pessoas, segredos e o que realmente esconde a guerra.