As muralhas de Riosmar

21 5 26
                                    


Eles haviam chegado a um campo aberto com vários buracos no chão e conseguiam ver algumas partes de corpos no chão. O ar fétido entrava pelo nariz de Balder que lutava para não vomitar.

Balder: Teve uma batalha aqui hoje?

Tralfagir: Não. Pelo jeito, isso foi há um mês.

Balder: E por que os corpos continuam aqui?

Tralfagir: Agora entramos na terra onde as pessoas estão preocupadas em sobreviver. Para isso usam de tudo para conseguir ficarem vivas e agora que lhe pergunto qual a importância de um corpo morto para esse objetivo?

Balder: Mas vão deixar entes queridos para trás assim?

Tralfagir: Aqui é onde as pessoas são trazidas e retiradas de seus direitos. Aqui você não tem parente nem amigos, apenas alguns soldados do seu lado que você pode ter certeza que não darão a vida por você.

Balder: Se eles são maioria por que não se rebelam com o reino que os pegou?

Tralfagir: Eles não são idiotas. Demoraram em avançar tanto nos campos brancos porque só pegavam soldados suficientes para a linha de frente. Todos morriam antes mesmo de tudo começar.

Balder: Vamos acabar com esses reinos o mais rápido possível.

Tralfagir: Riosmar primeiro, vamos demorar alguns dias para chegar lá.

Balder: Quantos?

Tralfagir: Como vamos ter que pegar um caminho maior para fugir do risco de encontrar mercenários ou pelotões de reconhecimento, talvez cinco dias.

Balder: Treine-me o máximo que puder nesse tempo.

Tralfagir: Talvez isso possa fazer que demoremos mais para chegar.

Balder: Está tudo bem.

Os dias passaram, Balder aumentou a intensidade do seu treinamento e a cada vez que avançava mais no campo de batalha mais corpos apareciam. Havia aves de rapina por toda parte, cheiro de podridão forte, moscas e larvas habitando o local. Os dias que passou ali marcaram Balder como é a guerra, uma visão que ele desconhecia algo que ele não tinha visto em todos os seus anos, a mais pura violência e desonra com os corpos. Balder sentia-se mal em um lugar igual aquele, sentia um senso de justiça crescendo em nele, mas não uma vontade de matar os culpados e sim que eles tivessem a punição devida.

**

Em Riosmar os preparativos para a chegada do exército de Talfstar foram iniciados. Todos os generais foram chamados um dia antes da chegada.

Litius: Convoco vocês aqui para que saibam bem sobre o que ocorrerá amanhã. Sei bem que tiveram todo um trabalho para planejar as defesas, mas quero que deixe apenas uma parcela de homens da linha de frente do lado de fora dos muros, todos os demais devem permanecer dentro.

Saultese: Desculpe-me duvidar de sua decisão, mas isso não vai nós deixar vulneráveis?

Litius: Linquins produziu uma arma para mim em segredo e ela ficou pronta bem a tempo e já está sendo instalada.

Preimor: Senhor, alguns canhões poderão deter o exército deles?

Litius: Como eu disse, Linquins desenvolveu uma arma especial e ela tem poder suficiente para dizimar um exército. Amanhã quando soarem as cornetas, todos vocês em cima da muralha do lado que o exército vier. Encerrado aqui, vocês podem ir, menos Daivock.

Todos os generais saem da sala e Saultese parte encarando Daivock.

Litius: Eu percebi uma baixa dos assuntos que existiam sobre mim, mas não vi eles cessarem.

Segredos da Guerra TrípliceOnde histórias criam vida. Descubra agora