' MEU DESTINO É VOCÊ ' [Revisão]

Capítulo 31

Christopher

Já fazia um tempo que não ia para balada alguma, e estava bem divertido. Dulce não estava bebendo quase nada, o que me deixou muito aliviado. Já eu, nem sei quantos copos de Jack Daniel's mandei para dentro.

Dulce e Anahí saíram para o banheiro e fiquei com os rapazes. Não sei em que momento acabei ficando sozinho. Com a quantidade de pessoas ali, imaginei que a fila para o banheiro estivesse grande.

— Sozinho?

Estava tão aéreo com meus pensamentos, que não percebi ninguém se aproximando. Olhei para o lado e vi uma moça loira, ela se sentou ao meu lado e segurava um copo de bebida. Percebendo que a ignorei, voltou a falar.

— Vi seus amigos saindo e resolvi te fazer companhia.

— Eles já devem estar voltando.

— Caramba. — Ela se virou ficado de frente para mim. — Minha companhia é tão desagradável assim?

— Não é isso, é que... — Não sabia o falar, não queria ser grosso.

— Ok, você ficou fofo sem graça. — Acabei rindo.

Ela começou a puxar assunto e eu respondia suas perguntas, não sei bem quanto tempo passou e comecei a estranhar a demora das meninas. Me levantei disposto a ir procurá-la, foi aí que vi Dulce dançando com um cara que nunca vi na vida. Quando vi ele colocar as mãos nela foi a gota d'água. Pensei em ir até lá, mas senti uma mão puxando meu braço.

— Ei, antes de você sumir e eu não te ver mais...

A loira cujo nome nem sei, me puxou pela camisa, agarrando meu pescoço e beijando minha boca. Fui pego de surpresa e fiquei sem reação, até sentir sua língua pedir passagem. No momento aquilo não me pareceu errado, Dulce estava dançando com outro e nem ligou para mim.

Só percebi o quanto aquilo era errado sim, quando abri passagem e ergui a mão para toca-la, notando que ainda segurava a bolsa da Dulce. Droga, o que estou fazendo? Me afastei rapidamente, e olhei em volta, e lá estava ela. Me encarando de longe, nunca me senti um lixo, como agora.

Dulce veio caminhando até mim. Não sabia o que falar. A loira parada na minha frente, me olhava sem entender nada.

— O que foi Christopher, ela engoliu sua língua? — Dulce parecia bem por fora, mas seus olhos a entregavam.

— Vamos conversar em outro lugar? — Pedi, implorando para que ela aceitasse.

— Olha, não sabia que ele tinha acompanhante. — A loira cara de pau estava jogando a bomba para mim.

— Ah sim, e ele está segurando uma bolsa Channel porque é gay né? — Dulce foi irônica.

O cara que estava dançando com ela apareceu e a loira sumiu.

— Não estou afim de conversar, da a minha bolsa. — Estendeu a mão pedindo a bolsa.

— Dulce por favor, eu te levo embora e conversamos.

— Você está de carro? — Ela estava me ignorando, só o que faltava, era ela sair com aquele estranho.

— Dulce...

— CALADO! Não quero ouvir você! — Me cortou e pegou a mão do cara indo em direção da saída.

Minha vontade era correr atrás dela, e fazer ela entender que aquilo que viu foi um erro. Não tenho como culpar ninguém além de mim, eu podia ter dado um fora logo de cara. Mas não, fui um imbecil e provavelmente perdi a única mulher que faz meu coração bater acelerado. A mulher por quem fui apaixonado na adolescência e ainda sou.

— Não vai atrás dela? — Anahí apareceu. — Eu vi toda a merda Christopher. E você pisou na bola.

— Que droga, o que eu faço?

— Ela não vai até o fim. — Levantei uma sobrancelha, não entendendo o que ela falava. — Com o cara, ela não vai transar com ele.

Ah que ótimo, imaginar isso não ajudou em nada. Deixei Anahí falando sozinha e sai correndo. Comecei a procurar eles no estacionamento, o lugar estava cheio e temi já terem saído.

Ainda não sei como, mas farei de tudo para não perde-la. Demorei sete malditos anos para poder te-la novamente, fiquei com várias mulheres e nenhuma nunca chegou nem perto de Dulce, ela é única. E estraguei tudo.

Quando finalmente os encontrei, desejei o contrário. Dulce estava encostada num carro aos beijos com o cara. Se tivesse sido apenas isso talvez a dor que me atingiu não fosse tão grande. Depois de se separarem ao invés de alívio, me deu desespero. Eles entraram no carro, no banco traseiro e vi Dulce subir no colo dele. Fechei os olhos, e me sentei no chão. Estava lutando contra o desespero de ir e abrir aquele carro, e pegar Dulce pelos cabelos, bem homem das cavernas mesmo e levá-la para casa.

Olhei para baixo e vi as marcas que as lágrimas estavam deixando na minha camisa. E logo meu pensamento foi para todos os nossos momentos, esse tempo que estivemos juntos só me trouxe alegria e nunca estive tão feliz. Então porque diabos isso tinha que acontecer?

— O que vou fazer agora? — Perguntei a mim mesmo em voz alta.

Quando me levantei, o carro não estava mais lá. Imaginar Dulce com outro, na cama onde dormimos juntos essa noite me fez ferver o sangue. Isso não vou permitir!

* * *

Dulce com ciúme, Christopher com ciúme.
Um fez merda, o outro fez uma merda pior.

Preparem os lencinhos 🤧