Capítulo 63

769 52 70
                                    

Dulce


Tanto trabalho na minha mesa, e não conseguia me concentrar em nada. Minha mente estava aérea, e aquele sentimento estranho.
Me levantei e fui preparar um cafézinho para ver se despertava.

Pouco tempo depois Any apareceu ele distrai com ela, fomos assistir a atualização do book de alguns dos nossos modelos mirins.

Útero chega coçar de ver essas fofuras. — Any fala assim que saímos do studio.

Concordo, viu como são talentosos?

— Sim, enchem a tia Any de orgulho. — Nós rimos.

Chegando na minha sala vejo que já está próximo ao meio-dia, estranho não ter nenhuma mensagem ou ligação do Christopher, então resolvo ligar porém ele não atende, deixo uma mensagem avisando que vou almoçar com Anahí.

Any, vamos almoçar?

— Ai vamos, estou azul de fome. — Ela diz e reviro os olhos com seu exagero.

Fomos em outro restaurante hoje, já que a bonita queria comida japonesa.
Almoçamos e conversamos como de costume e uma hora e meia depois voltamos para agência.

Assim que chegamos notei um clima estranho, mas ninguém falou nada então fomos para minha sala. Quando me viu, Vitória se levantou e me entregou uma pasta com alguns contratos que estão para serem renovados.

Souberam do assalto no banco? — Ela perguntou.

Que assalto?

— Não estamos sabendo de nada. — Any disse.

Um grupo de assaltantes está a mais de uma hora dentro do banco central, parece ter vários reféns. Estão tentando um acordo.

— Nossa é o banco que costumamos ir.

— Sim. — Murmurei, e mais uma vez a sensação ruim.

Peguei meu celular e nada do Christopher, nesse momento um desespero me tomou.

— Dul, o que foi? — Any perguntou, vendo meu semblante. — Você está pálida.

— Faz algumas horas que não consigo falar com Christopher.

Vitória me deu um copo com água, assim que segurei o copo pude perceber que minhas mãos tremiam.

Ei, ele deve estar em reunião. Não coloque coisas na cabeça.

— Não Any, mesmo em reunião ele responde minhas mensagens, e ele nem visualizou até agora.

— Ok, então liga no escritório dele e pergunta pra secretária.

— Vou ligar.

Peguei o telefone, e na primeira tentativa para meu desespero ninguém atendeu, na segunda tentativa um homem atendeu e trocou poucas palavras comigo pois antes dele finalizar soltei o celular e comecei a chorar.

Any se levantou e veio até mim, ela nem precisou perguntar nada.

Não chora, vai dar tudo certo e todos que estão lá ficarão bem.

Duas horas depois eu só queria uma notícia, a maior aflição era essa, o NADA ninguém sabia nada, ninguém resolvia nada e eu já não aguentava esperar, quando um funcionário avisou que conseguiram invadir o banco nesse mísero segundo respirei aliviada, até meu celular tocar.

~ Dulce. — Uma voz chorosa meia agoniada falou meu nome.

~ Quem fala?

~ Maria Fernanda, você precisa ir pro hospital. — Ela começou a chorar desesperadamente.

~ Qual hospital? FALA PELO AMOR DE DEUS.

Anahí tomou o celular da minha mão enquanto corríamos para fora, ela dirigiu até o hospital e não me disse o que aconteceu, apesar de eu ameaça-la.

Quando cheguei fui informada que Christopher estava em cirurgia, minha mente não compreendia mais nada após saber que ele havia sido baleado.

Na sala de espera, vi Maria Fernanda sentada, ela tinha a blusa cheia de sangue. Me recusava aceitar o que ela dizia, Christopher sangrou por mais de uma hora até invadirem.

Meus pais e sogros chegaram, as horas passavam e mais uma vez NADA, ninguém falava nada.

Eu olhava o anel de noivado no meu dedo, me lembrava dos momentos incríveis que passamos, do nosso reencontro, do primeiro beijo a uma década, do primeiro eu te amo, dos nossos planos para o casamento. Não aceito perde-lo, não posso perde-lo.

Então dois médicos aparecem no corredor e meu coração parou. Ele não está mais aqui...

De joelhos no chão, sinto meu peito rasgar, dói como um inferno, choro, grito. Porque meu Deus?!

Ouço ao fundo as inúmeras paradas cardíacas que meu amor teve, ele lutou muito e na última se foi...

Sai correndo para fora do hospital, o dia que era lindo e ensolarado se transformou em cinza, a chuva se misturava as minhas lágrimas. Eu só queria arrancar essa dor... Como viver sem Ele?

Escutei alguém chamando por mim, mas só conseguia chorar, de olhos fechados eu chorava e nada mais importava.

* * *

* * *

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


😭😭

Chorei escrevendo.

Não me cancelem pf... Próximo capítulo sai logo, prometo!

' MEU DESTINO É VOCÊ ' [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora