➢ 39: Memória Visual

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> Jung-Kook

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> Jung-Kook

O meu relógio de pulso estava marcando aproximadamente 04:45 da manhã, ou seja, o céu ainda estava completamente escuro, ela conseguiu me arrastar de casa, ao menos duas horas antes.
Um amigo meu que cursava fotografia me afirmou que esse horário era conhecido por Blue Hour⁴⁹.
Eu acho que era assim o nome.

— Eu adorei a referência de época — ouço a Lalisa dizer, se aproximando de mim e puxando o capacete, as suas bochechas estavam quase queimando com a luz forte, o seu rosto estava brilhando como se fosse um farol embaixo da luz extremamente clara. — A lanchonete é simplesmente perfeita.

— Sim… Ela é — eu sorri, puxando as chaves do meu bolso, ela estava com um sorriso tão lindo e aquecedor em seu rosto que até me motivava a abraçá-la, eu realmente não entendo o por quê. — Você precisa ir ao banheiro antes? Agora não vamos parar mais...

— Não... Eu estou bem — respondeu ela ao encaixar o capacete em sua cabeça —, nós podemos seguir tranquilamente.

Ela sorriu e eu completei: — Eu abasteci o tanque antes, OK? Não espere nada de qualquer posto de gasolina.

Ela estava realmente encantada com a vista, e eu até que entendo o ponto de vista dela.
Eu também fiquei entorpecido ao chegar nesse lugar pela primeira vez, ainda mais de madrugada.
Não parecia real.

— Essa é a primeira experiência inesquecível? — Lalisa perguntou, eu me sentei e enfiei a chave principal no contato.

A estrada não estava tão movimentada, as luzes estavam baixas, – as luzes da avenida, porque as luzes da lanchonete não estavam mesmo baixas –, os ruídos eram externos, você poderia se deslocar e esquecer que está num mundo real.

— A primeira de muitas outras.

***

Estavámos seguindo por uma estrada contínua e longa, provavelmente, estavámos há duas horas de distância do lugar que saímos.
Ou seja, ainda faltam duas horas e a estrada de asfalto, abraçada por inumeras árvores, estava vazia, com a presença indistinta de poucos carros, poucos ruídos, apenas o farol alto da Harley e o barulho confortável de seu motor.

Acredito que eu deva parar um pouco. As suas mãos, estranhamente, desfizeram o entrelaço e... Droga, ela espalmou a própria mão em meu peitoral, por mais que a jaqueta de couro fosse pesada, eu ainda podia sentir.

E realmente, isso estava me causando sensações estranhas demais.

Ela estava em silêncio, não sei se ela estava em silêncio por medo ou apenas por conforto. Talvez ela estava apreciando a brisa gélida que estava batendo, contra a direção oceânica, talvez, estava com medo de me distrair.

Pelos meus cálculos, pela contagem das placas e pela imensidão desértica, estamos na E Ocean Blvd⁵⁰,  e ainda vão demorar uns trinta minutos até alcançarmos o posto do Stripes.

My Neighbor, A Bastard | Lalisa Manoban  Onde histórias criam vida. Descubra agora