2. say yes to heaven, say yes to me

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Na segunda-feira, uma surpresa aguardava Jimin na porta da sala de aula.

Como sempre fazia, encontrava-se com Taehyung no meio do caminho e os dois vinham conversando sobre o fim de semana. Como o outro passara o fim de semana em sua casa, os dois puderam apenas caminhar lado a lado, completamente sonolentos e claramente arrependidos da escolha e jogar videogame até mais tarde do que deveriam. Jimin estava de braço dado com o melhor amigo, a cabeça recostada em seu ombro, permitindo-se esticar o tempo em que permanecia com os olhos fechados a cada piscada. E talvez esse tenha sido o motivo pelo qual quase esbarrara contra Jungkook. Por um breve momento, Jimin pensou que tivesse tentando entrar na sala errada, mas bastou erguer os olhos para a placa acima da porta para perceber que não era ele quem estava no lugar errado.

Taehyung olhou de um para o outro, cheio de desconfiança quando chegava a Jungkook, mas Jimin acenou para que ele entrasse na sala de aula primeiro.

— Sua sala é do outro lado. — Jimin avisou, hesitante, enquanto apontava para a porta do lado oposto do corredor.

Jungkook sorriu e negou brevemente com a cabeça antes de segurar em seu braço com bastante gentileza e guiá-lo até um pouco mais a frente no corredor, onde não haviam tantos colegas, mas isso não significava que os olhos deles não os acompanhava até lá. Não que fosse relevante perante o tamanho da curiosidade de Jimin naquele momento. Quando ele parou, Jimin recostou-se na parede, os braços cruzados a frente do corpo. Mesmo com a "barreira" que o menor tentava formar, Jungkook não hesitou em pousar a mão bem ao lado de sua cabeça, o que deixava o comprimento de seu braço de distância entre eles. E, repentinamente, não parecia muita coisa. Ainda mais quando Jimin precisava erguer o rosto para fitar o do outro.

Ainda em silêncio, Jungkook tirou do bolso uma porção de moedas de baixo valor do bolso do uniforme e ofereceu-as a Jimin que, por sua vez, apenas franziu o cenho antes de pegar apenas uma das moedas na mão esticada a sua frente.

— Você me devia só uma. — Comentou então.

— Trouxe outras para me desculpar pelo meu comportamento.

Jimin estava duas vezes mais surpreso e confuso quando tornara a erguer os olhos para Jungkook.

— Se desculpar exatamente pelo o quê?

— Eu te assustei.

Pelo tom de voz, Jimin notou que fora uma conclusão a qual ele chegara sozinho, por isso não conseguira conter a risada, precisando levar a mão livre à boca. Sua reação pareceu pegar Jungkook de surpresa.

— Você não me assustou. — Jimin assegurou então, perante aquela expressão. — Eu precisava ir embora, mesmo. Saí de casa escondido... Mas... Apesar de inesperado e realmente surpreendente, você não me assustou.

— Então não estraguei minhas chances? — O tom ligeiramente prepotente que ele sempre usava por aí estava de volta, sob o sorriso satisfeito, seguido daquela pequena mordida no lábio inferior que Jimin sabia muito bem o quão proposital era.

— Chances? — Jimin questionou, arqueando uma das sobrancelhas.

Infelizmente, antes que tivesse a chance de ver Jungkook embananando-se em suas palavras enquanto buscava por uma justificativa, o sinal tocou e os dois precisaram correr para dentro de suas salas de aula antes que os professores chegassem.

Jimin colocou a moeda dentro do bolso da calça e foi para o seu lugar ao lado de Taehyung, enquanto tentava conter um sorriso. Diversos pares de olhos seguiram-no em seu trajeto e ele sabia que a única razão para isso era o repentino interesse de Jungkook em si. Ainda que algumas pessoas tivessem dado seu jeito de perguntar o que os dois conversavam antes que a professora de matemática chegasse à sala, Jimin não respondeu ninguém, dispensou todas as perguntas com acenos de mão ou respostas breves e vazias até que a rigidez da professora o mantivesse livre de perguntas, já que ela não costumava aceitar conversa durante suas aulas. O que não impedia Jimin e Taehyung de trocarem mensagens pelas folhas do caderno de Taehyung, que ia e vinham de uma mesa para a outra. A matéria ladeada por anotações absolutamente impertinentes enquanto os dois tentavam conter suas risadas.

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