32. some things don't work and some things are bound to be

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Como já era de manhã quando deixou o apartamento, Jimin optou por pegar um ônibus de volta para casa. Seriam quase trinta minutos a mais de percurso do que chamar um carro de aplicativo, mas não estava com pressa. Ainda estava bastante sonolento, visto que os olhos estavam inchados de tanto chorar, então imaginou que poderia dormir durante o trajeto e chegar em casa um pouco mais descansado. E só quando se aconchegou um pouco melhor na cadeira do transporte público que percebeu que ainda vestia o moletom de Jungkook, o que fizera com que suspirasse pesadamente. De fato, saíra com um tanto de pressa do lugar. Não queria dar a si mesmo a chance de pensar duas vezes sobre a oferta do outro. Por mais que tivessem entrado naquele tipo de acordo sobre tentar uma amizade e por mais que realmente estivesse positivo quanto a isso, a situação parecia diferente quando estavam com Jandi. Era inevitável para ele não desenhar em sua mente aqueles cenários familiares quando eram só os três, porque era algo fincado em sua mente, era um desejo antigo que ele esperava que se realizasse. E quando Jungkook estava ali, ficava difícil não dar a ele um papel de destaque em seus devaneios.

Apesar dos olhos fechados, o Ômega não conseguira pegar no sono, como imaginara. Longe de Jungkook e das preocupações rasas que a presença dele podia trazer, o rapaz ainda se questionava sobre todo o trabalho da noite anterior. Se tinha sido uma boa ideia mesmo, se era cedo ou tarde demais. Conforme sentia o nó apertando na garganta, levou as mãos à própria barriga em um gesto quase inconsciente. Tentara trazer de volta a conversa com seu irmão caçula, mesmo que tenha sido há muito tempo. Tentava relembrar a si mesmo de tudo o que Jihyun dissera sobre seu filho ser uma parte sua e, principalmente, sobre não ser um crime seguir em frente. Jimin sempre procurava por palavras onde pudesse se segurar. Se dependesse unicamente de sua própria mente, onde tudo era tão confuso o tempo inteiro, ele jamais conseguiria seguir em frente.

Novamente cheio de linhas de raciocínio inconclusivas, acabou distraído pelo toque do celular, cuja bateria já estava nos 10% e em economia de energia, já que se esquecera completamente da existência dele na noite anterior. Era Hoseok com um convite para que fosse a casa dele. Jimin avisou que não estava em casa e podia trocar de destino e assim ficou acordado entre os dois. O mais novo desceu do ônibus e trocou sua rota, de acordo com as instruções dadas pelo outro.

Hoseok não morava sozinho. Dividia o espaço com outros três universitários, mas dizia que gostava disso porque eram todos veteranos, como ele, e todos já eram amigos o bastante para que ficassem confortável naquele ambiente. Era fácil dizer que as personalidades dos habitantes daquele dormitório estudantil eram bem diferentes, por conta da decoração mista em todos os cômodos da casa e a bagunça parcial. Casacos, livros, bolsas e garrafas de água, esse tipo de objetos pessoais jaziam sobre todos os móveis que podia bater o olho, mas o espaço era limpo, um pouco apertado, mas bem iluminado. Um rapaz e uma menina estavam no sofá quando Jimin chegou. Ela comia cereal, ele comia kimchi com arroz e os dois pareciam bastante entretidos com o programa de variedades que passava na televisão que ficava em um suporte. Os dois acenaram brevemente quando Hoseok passara puxando Jimin consigo em direção as escadas, mas Jimin escutou uma provocação por parte da voz masculina quando chegaram ao topo da escada: "Dá-lhe, Hoseok! Acordou no pique" e a menina riu, seu gesto sendo seguido de perto pela risada de Hoseok, que ainda segurava a mão de Jimin e não fizera questão de oferecer nenhuma resposta.

Por sua vez, Jimin sentiu-se ligeiramente sem graça, mas não deu muito mais atenção. O que acabou fazendo com que fosse pego de surpresa pelo comportamento do Alfa, que não deu tempo algum para que o menor entre os dois passasse recibo do ambiente ao seu redor, que desse qualquer atenção ao quarto no qual acabara de entrar.

Tão logo que passou pelo batente, Hoseok fechou a porta às suas costas e empurrou-o contra a madeira, tudo em movimentos rápidos e precisos, deixando aparecer uma urgência que Jimin não sabia de onde viera e que não tivera tempo de discutir. Em questão de segundos, tinha seu corpo prensado entre a madeira e o corpo magro, mas tonificado do ruivo. Os lábios dele estavam contra os seus antes mesmo que pudesse soltar a respiração que prendia ou que pudesse decidir o que fazer com as mãos. Não era ruim, nada disso. Servia como uma ótima distração para todos os pensamentos que estavam assolando sua mente desde a noite anterior. Portanto, não fora difícil apenas render-se aos toques alheios e corresponder ao beijo enquanto pousava as mãos sobre os quadris do Alfa, logo fechado os dedos pequenos no tecido de sua camiseta, usando aquele gesto para manter o corpo dele contra o seu à medida que o beijo se aprofundava e assumia um tom mais urgente, beirando o voraz.

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