19. the reason why I cried right in front of your eyes

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Finalmente chegara o dia da alta de Jimin.

Ao todo, foram sete dias de internação, dias extremamente difíceis.

Ao quarto, Jungkook já tinha gasto toda a solidariedade de seu patrão e precisara voltar ao trabalho. Mesmo sem vontade ou coragem alguma. A família de Jimin, incluindo Seokjin e Taehyung, passaram a revezar entre eles para que ele sempre tivesse companhia. Parecia importante, mais do que nunca, que ele entendesse que não estava sozinho. Ainda assim, Jungkook fazia questão de passar as noites com ele.

Nunca havia muito assunto. Jimin apenas permitia que Jungkook deitasse ao seu lado na cama e acarinhasse seus cabelos ou o topo de seus braços enquanto ambos fingiam prestar atenção no que quer que estivesse passando na televisão. Era fácil dizer que os dois tinham muita coisa enchendo suas cabeças, mas nenhuma coragem de conversar a respeito. Era tudo tão delicado e tão complicado de expressar que parecia apenas oportuno manter o silêncio.

De qualquer maneira, não era um silêncio incômodo. Era reconfortante estar junto daquela maneira. Era alentador quando seus dedos se entrelaçavam sobre a coberta e um dos dois deixava carinhos sutis no outro. Quando Jimin deitava a cabeça no ombro de Jungkook ao pegar no sono. Ou quando Jungkook virava-se para o lado, para dormir, e Jimin conseguia esconder o rosto em suas costas enquanto chorava silenciosamente. Era bom, naquele momento, não ter que falar ou explicar nada, porque podiam se entender com uma olhada mais longa ou alguma expressão.

Por sorte, o dia de ir para casa finalmente estava ali. De mais a mais, estadias em hospitais não eram agradáveis e Jimin já tivera a sua cota delas nos últimos meses. Independentemente de tudo o que acontecera em tão pouco tempo e do quanto odiava sua situação, não tinha como negar que o apartamento de Jungkook havia se tornado sua casa. O lugar para onde estava ansiando em voltar e ficar. Estava cansado demais para continuar odiando tanta coisa. Tinha preocupações muito maiores com o que se ocupar agora.

Antes de ir para casa, no entanto, tinha mais uma coisa que Jimin e Jungkook precisavam fazer naquele hospital: conhecer sua menina.

Uma semana parecia tempo demais. As pessoas, inclusive, começaram a questioná-los sobre a vontade de conhecê-la. Nenhum dos dois queria ser mal interpretado, era claro que estavam ansiando por aquele momento. Queriam sim, e muito, conhecer a filha. Entretanto, os dois precisavam de um tempo para reunir coragem. Não seria fácil vê-la em um estado tão delicado quando já tinham perdido uma criança. Precisavam se preparar de diversas maneiras para que pudessem lidar com a possibilidade de perdê-la também. Além do fato de um não querer fazer isso sem o outro. Parecia certo, depois de tudo, que quando vissem-na, estivessem juntos. Esse era um dos motivos pelo qual era muito melhor quando estavam sozinhos.

Aquela manhã era o momento certo. Jimin parecia melhor, mesmo que reclamasse um tanto dos pontos. Seus passos eram lentos e arrastados, mas Jungkook tinha toda a paciência do mundo enquanto tinha o braço ao redor da cintura do outro, oferecendo apoio. Tinham oferecido uma cadeira de rodas, mas o Ômega fizera questão de andar. Alegava que precisava usar as pernas antes que esquecesse como fazê-lo.

Estar às portas da UTI neonatal tornava tudo repentinamente real. Por todo aquele tempo, apesar de saberem da existência da menina, ela não passava de algo próximo a um fruto da imaginação dos dois, algo que não era real. Mas ela era. Era um ser humano como qualquer um deles e estava ali, em uma daquelas incubadoras.

━━ Você está tremendo. ━━ Jimin comentou de repente, sorrindo para Jungkook.

A expressão no rosto do Alfa de alguém prestes a desmaiar, pelo o que Jimin podia constatar. Ele estava um tanto pálido e dava para ver claramente o quão rasa estava a sua respiração, pela maneira como seu peito subia e descia rapidamente.

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