13. scar tissue that I wish you saw

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A espera pelo atendimento não podia ter sido pior.

Desde que recebera a ligação pedindo para que comparecesse ao consultório da obstetra, Jimin não conseguira dormir direito. Sentia-se nervoso, extremamente preocupado. Aquela sensação de que algo muito errado estava acontecendo se tornara sua companhia constante, o que não ajudava em nada. Comer era difícil, quando a garganta parecia bloqueada por um nó que não se desfazia. Manter seu humor estável era praticamente impossível. O Ômega mal conseguia controlar suas lágrimas, variando de momentos de absoluto silêncio para aqueles de choro profuso. Porque não conseguia evitar pensar que se soubesse que seria tão complicado quanto estava sendo, provavelmente não teria saído da clínica de aborto sem ter realizado o procedimento.

Era um pensamento cruel, ele sabia e por isso chorava tanto. Todavia, seria mais doloroso perder seus bebês àquela altura do que há meses, quando nem mesmo sabia que eram dois. Tudo o que fazia era perguntar-se de novo e de novo se era um ser humano tão terrível por permitir que aquele tipo de coisa ainda continuasse passando por sua mente.

Jungkook, sentado ao lado de Jimin e com os dedos entrelaçados aos dele, não parecia muito melhor.

Como não podia deixar de ser, Jimin avisara-o sobre o pedido da médica e desde então os dois não estavam em seu melhor estado de espírito. O Alfa estava claramente perdendo a batalha para o cansaço. Jimin sentia os dedos do maior afrouxando o aperto em sua mão e erguia a cabeça para ele para pegá-lo fechando os olhos vagarosamente, a cabeça pendendo para frente. Não era porque chegaram ali bem cedo, mas porque, como Jimin, Jungkook andava com problemas para dormir, devido a preocupação. Ele tentava disfarçar, mas as olheiras fundas sob os olhos negros o entregavam mais do que qualquer palavra poderia fazer.

O menor entre os dois dissera algumas vezes para que o outro tirasse um cochilo enquanto esperavam, mas Jungkook era teimoso demais para aceitar. Apenas seguia agindo da mesma maneira sempre que quase pegava no sono: erguia a cabeça abruptamente, os olhos de jabuticaba arregalados pela surpresa, como se dormir fosse um ato imperdoável. Coçava a nuca ou corria os dedos pelos cabelos e erguia o rosto para o painel, verificando se a senha de Jimin estava próxima. Então, perguntava se Jimin estava bem, se queria comer ou beber alguma coisa antes de voltar a guardar silêncio.

Foi assim por quase uma hora, até que finalmente o painel anunciara a senha 13.






Honestamente, Jimin não sabia se estava pronto para a conversa que estava por vir. A sempre sorridente Dra. Jung tinha um semblante limpo aquela manhã. Não tinha como arrancar nenhuma informação de expressões vazias e aquilo só deixava Jimin mais aflito.

Mesmo quando ocuparam os lugares frente à mesa da doutora, Jimin e Jungkook permaneceram de mãos dadas. Precisavam do apoio um do outro, era tudo o que tinham naqueles momentos, afinal. Quando ninguém mais estava por perto, e nem podia estar, e eles eram, de repente, os adultos responsáveis por duas vidas. Ainda que fossem só dois garotos assustados.

Como se soubesse o quão rápido o coração de Jimin batia enquanto os olhos estavam fixos nos papéis que a médica remexia, Jungkook passou a usar o dedão para acariciar a mão do Ômega. Podia apelar para feromônios, mas Jimin andava se irritando sempre que percebia o que Jungkook estava fazendo e a última coisa que queria naquele momento era tirar Jimin dos eixos. Principalmente quando a própria médica parecia prestes a fazê-lo.

Não importava que estivesse completamente ciente que as perguntas iniciais eram relevantes, mesmo que não parecem mais que conversa casual, mas Jimin não tinha paciência para explicar como passara os últimos dias. Ainda mais com o caos em que se encontrava... Absolutamente tudo em seu corpo. Por sorte, a Dra. Jung não se ofendeu quando Jimin cortou-a com rispidez e perguntou sobre os exames. Jimin se desculpou logo em seguida, mas era fácil perceber o quão constrangido ficara por seu comportamento.

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