Cap 50

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Brenda;

Me abaixei ao lado dele, observando o sangue sair do ombro e molhar a camisa.

Enquanto a perna esquerda não sangrava tanto.

Bruno: Tu tem que sair daqui agora. - neguei - Eu acabei de prometer pra eles porra, vou te tirar daqui.

Engoli em seco e ajudei ele a levantar.

Brenda: Eles.. eles estão bem? - olhei no fundo dos olhos deles - Fala. Por favor..

Mordi o lábio já querendo chorar, mas segurei até ele me responder.

Guimarães: Não tem tempo pra papo porra, vou tirar pelo menos vocês daqui. Bora.

Neguei puxando o rosto do Bruno e fiz ele olhar para mim.

Bruno: Eu não sei porra, eu só vi a tua mãe.. Brenda, não importa mais porra nenhuma. Tu só tem que sair daqui. Vamos porra.

Brenda: Uhum. - murmurei em meio as lágrimas - E o Pedro? Viu ele?

Perguntei com o resto de esperança que me restou. E que logo foi embora, nem sinal do Pedro e nem do meu pai.

E eu já sei, eu sei que eles estão mortos. E que esse é o destino da minha mãe.

E vai ser o meu.

Guimarães: Tu pode até sair daqui, mas vai viver o resto da vida com uma puta dor e sofrimento.

Bruno: Caralho, é tu porra. - encarou o policial - Puta merda. Nós tem que tirar ela daqui porra.

A essa altura do campeonato, eu nem ligo mais se eu vou morrer ou não.

Acabaram de me tirar as duas pessoas,  mais importantes da minha vida. E provavelmente o Pedro também.

Literalmente os amores da minha vida.

Guimarães: Ela vai pô. Depois de estourar a cabeça do Oliveira, o que tu acha Rafaelly?

Encarei ele que esticou a mão segurando um fuzil.

Brenda: Bem no meio da testa dele. - segurei o fuzil - Não foi meu pai que me ensinou atirar, foram meus pais. A minha mãe e o meu pai.

Respirei fundo e caminhei atrás dele que ajudou o Bruno.

No momento são poucas as coisas que se passam na minha cabeça. E a maioria delas são lembranças.

E absolutamente todas, são os melhores momentos com os meus pais.

E pensando nisso tudo, eu devo muita coisa para eles. Devo cada pedaço da minha vida a eles.

Os tiros cessaram aos poucos, tem corpos para todos os lados e muito sangue.

Flashback on;

Brenda: Eu vou ficar sem dente mãe, o papai disse que vai cair tudo. - gritei chorando.

Rafa: Seu pai é um mentiroso vida. Os seus dentinhos vão cair sim e é normal, vão crescer outros no lugar. Bem mais bonitos, iguais os meus.

Sorriu segurando meu dentinho.

Brenda: Promete? - sequei meu rosto e ela concordou - Então bate no papai, ele fica me assustando.

Gw: Que isso garota, eu só brinquei contigo. Burra do caralho.

Brenda: Minha mãe vai cobrar você. - cantei apontando pra ele - Fedido.

Ele me pegou no colo e segurou meus pés, me deixando de ponta cabeça.

Gw: É assim então? Vou te afogar nessa piscina. - disse andando e me fazendo rir.

Brenda: Socorro, me ajude mamãe. - gritei rindo - Era brincadeira papai, eu te amo. Você é cheirosinho que nem eu.

Ele me botou no chão e se abaixou na minha frente.

Gw: Você ama quem? - riu segurando minha mão.

Brenda: O papai. - ri e ele cruzou os braços - Você, eu amo você.

Coloquei o dedo na ponta do nariz dele e ele me pegou no colo, beijando meu rosto.

Gw: Viu só Rafaella, ela me ama. - me girou - Só ama eu, né princesinha?

Brenda: Não papai, não pode. - coloquei a mão na boca dele - Eu amo você e a mamãe.

Rafa: É bom mesmo piranha. - apontou me fazendo rir - Ih, olha lá quem chegou vida.

Papai me colocou no chão e eu dei tchau pro meu padinho.

Brenda: Cachorro. - gritei rindo - Bença padinho.

Pl: Auau. - riu e se abaixou beijando minha cabeça - Deus te abençoe. E esse buraco na boca aí.

Brenda: Papai chutou a bola e fez meu dente cair. - sorri pra ele.

Pl: Ele arrancou teu dente pô, só se cai depois dos cinco e tu só tem quatro. - bateu a mão na minha cabeça.

Brenda: Mamãe mentiu pra mim. Ela disse que tinha caido, pra nascer outro. - cruzei os braços.

Rafa: O seu padrinho também é mentiroso e só tá brincando com você. Né Pedro Lucas? - olhei pra ele esperando uma resposta.

Pl: Isso aí mesmo, eu tava só brincando. - fez joinha.

Brenda: Promete? - cutuquei a bochecha dele.

Pl: Eu prometo, vai ficar lindona quando cair os outros. - riu.

Brenda: Se você promete, tem que me dar dez real. - sentei no chão.

Gw: Boa garota, foi assim mesmo que eu ensinei. Só que é dez reais e não dez real.

Fiz joinha pra ele e esperei o padinho me dar o dinheiro. Ele sempre me dá um monte de coisas.

Vários brinquedos, vários dinheiros e sempre vem brincar comigo. É bem legal.

Flashback off;

Pecado Capital  - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora