Capítulo 7 - Colégio Elite

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- Por que será que estou com a sensação de que fiz merda ou vou entrar em encrenca? - Resmungo ao entrar na sala que até alguns dias atrás pertencia ao meu pai.

- Talvez por que você fazia muita merda e era sempre chamada aqui pra levar esporro - Vejo Mariana se levantando da cadeira rindo e vindo em minha direção.

- Mas é muita lembrança ruim, num lugar só gente. - Digo olhando cada centímetro da sala, que não mudou nadinha. - Está tudo igual.

- Bem, Marcelo não era muito a favor de mudanças.

- Sei bem. - Vou até a janela e vejo um pessoal sentado conversando. - Não mudou nada. - Digo me referindo aos alunos. - Então - Vou em direção a uma das cadeira disponíveis a mesa. - Qual o plano?

- Não sei. - Mariana responde indo até a outra cadeira, de frente pra mim. - Honestamente não sei, nunca assumi isso aqui, era sempre Marcelo e minha... - Ela faz uma pausa e sei de quem estava falando. - madrasta.

- Falando nela, que tal me atualizar? - Ela nega com a cabeça mas cede.

- Não que esteja merecendo mas... - Ela levantou e foi até a janela, se inclinando sobre  a mesma olhando pra mim, mas não nos meus olhos. - Tentando resumir, ela e Marcelo estavam em uma fase ruim, eles nunca me falavam sobre o que mas dava pra ver. Como não morava com eles e nem era la muito chegada, ficava de fora. Mas uns meses atrás, Marcelo vinha ficando mais gentil, sei lá - Ela tentava procurar por palavras e eu tentava acreditar no que ela estava falando. - Eu sei que ele começou a me ligar, queria marcar café, conversa da escola... - Ela olhou nos meus olhos por um segundo - Se eu fosse paranoica ia jurar que ele sabia que ia morrer, ainda teve o lance de ele cismar que queria fazer um testamento.

- Realmente, são coisas bem estranhas.

-  Mas a coisa ficou feia mesmo quando, ela descobriu pelo Guilherme que não tinha ficado com nada. - Nessa hora arregalo meus olhos em surpresa.

- Como assim?

- Guilherme disse que ele foi bem específico em não deixar nada pra minha madrasta, ela surtou. - Mariana gesticulava tentando explicar o que estava falando.

- Mas isso não faz sentido, eles era casados certo? Ela tem direito as coisas, 50% não é isso? - levanto e começo a andar, preciso me movimentar.

- Não com um testamento, tendo todos os bens detalhados e o que fazer com cada um, não precisa nem ser familiar. - Provavelmente ela já perguntou pro Guilherme sobre essas coisas.

- E o Guilherme não sabe dizer o que o Marcelo estava pensando?

- Não, ele disse que Marcelo era bem decidido e não explicava nada, mas Guilherme disse que Marcelo estava bem ciente do que estava fazendo.

- O que a Malu fez depois de surtar?

- Sumiu

- Oi?

- Depois que me encontrei com você da leitura do testamento, me encontrei com ela a noite pra contar, Marcela, nunca vi minha madrasta daquela forma. - Eu tento dar um sorriso amigável mas ela não compra - Sei que ela não era flor pra se cheirar, mas era minha segunda mãe, já não a ouvia mais e nem precisava mais dela, mas ainda sim era minha segunda mãe. - Ela olhava pra cima como que procurando por apoio e eu fiquei quieta. - Não consigo simplesmente me desligar das pessoas - Essa foi diretamente pra mim, só não doeu mais pois sei que ela não tem ideia do que passei, do que Marcelo fez, o que me fez sair daqui. E agora não adiantava falar disso, tinham outras coisas na frente. - Acredita que ela ainda disse que ia ser diretora só que estaria no meu nome apenas.

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