Já se passaram alguns dias desde o almoço e a conversa com Gizelly, desde então, foram e-mails sobre o projeto que tinha ficado lindo, ela realmente era ótima arquiteta, não que eu duvidasse afinal, o prédio era lindo e o restaurante do Jonas também, mas ela conseguiu adaptar e combinar o meu estilo e o da Mariana, que é tipo água e óleo, de forma maravilhosa. Se não fosse e-mails eram aquelas esbarradas chegando ou saindo do prédio, com nada além de cumprimentos e acenos, eu tentava cada vez mais dar acenos e olás que começasse alguma conversa mas ela não dava abertura, acabei deixando. Se ela quisesse falar comigo, ela falaria.
Meus dias se resumiam em ocasionais visitas a escola, para reuniões apenas já que combinei com Mariana que até o fim do ano letivo ela ficaria no comando em relação aos pais, ligações via Skype com Carol pra ajudar na preparação da exposição na galeria e muito Netflix. Já estava mais que cansada dessa rotina, estou acostumada a fazer mil coisas e aqui nem se quer metade do meu dia é ocupado.
Mas graças a Deus era aniversário do Jonas e teria uma festa, primeiro um jantar pro pessoal todo no restaurante dele seguido por uma ida a boate, não vou mentir estava animada mas também nervosa.
Seria a primeira vez que eu veria todos, a galera toda, não eu não tive coragem de mandar mensagem para ninguém, sim sou muito frouxa e sempre acho que seria estranho demais mandar mensagens do nada, especialmente depois de tantos anos.
Nunca fiquei tanto tempo escolhendo roupas, nem para as exposições da galeria ficava nervosa assim, já tinha passado por três combinações, e agora estou com uma que me sinto confortável e me parece tranquila para a noite, simples mas bem eu, calça preta skinny com uns cintos de couro, uma jaqueta de couro marrom sobre uma blusa cinza com desenhos abstratos. Procuro logo meu coturno que combina com a jaqueta e fico me olhando no espelho, espero que não achem que é forçar a barra demais por que parece bastante com o tipo de roupa que usava no colégio, não sei se quero manter a imagem da Marcela antiga ou mostra uma pessoa nova, inferno já estava vendo que iria trocar de roupa de novo e me paro, isso era palhaçada, mas ainda sinto que algo está faltando, ando até o armário e pego o cachecol que vivo usando la fora, o que a Gizelly me deu, fico segurando ele pensando se é uma boa ideia ou não, ele combina muito com a roupa e está em ótimo estado apesar do tempo, pois só uso em ocasiões importantes, quando gostaria que ela estivesse comigo.
Sei que ninguém lembraria ou reconheceria, apenas ela e decido ir com ela, já não aguento mais não falar com ela, mesmo que seja uma conversa casual, quero saber se nossos gostos ainda se combinam, se ainda somos boas companhias uma para outra, e saindo do quarto me decido, se é parecer simples conhecidas que Gizelly quer, bem conhecidas podem querer virar amigas e hoje me aproximo dela, mesmo que no meio de nossos amigos.
Saio de casa e como sempre dou aquela olhada mais demorada no 301, sigo pro elevador e aperto pro estacionamento que fica no subsolo. Ando até a vaga do 302, uma vaga por apartamento, vejo o carro do 301 estacionado e entro no carro que comprei a alguns dias que estava ao lado dele.
Vou até o restaurante e assim que estaciono olho o cachecol no banco do carona, e decido por deixa-lo ali. Saio do carro e assim que entro no restaurante vejo que está dividido em área reservada, para o aniversário do Jonas e outra aberta ao público normalmente. Sigo até a mesa que Bia e Ricardo estão, me sentando ao lado de Bia. Logo Manu chega falando que Gabriel ia se atrasar por conta do transito, Rafa chega logo em seguida. Pouco a pouco a maioria do pessoal vai chegando, umas pessoas que nunca vi também, seria idiotice minha achar que ninguém teria feito amizades novas. Mari ficava dividida numa mesa com o pai, a mãe da Manu que estava com o filho dela e do Romeu, que pelo que manu tinha comentado estava com uns 4 anos, essa era apenas uma das histórias que deixaram pra depois juntos com uns spoilers de que Romeu quase enfartou quando descobriu a gravidez, e com a nossa que sentava de vez em quando pra conversar.
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Reconstruindo o AMOR
FanficMarcela Mc Gowan, dona de uma das mais badaladas galerias de Nova York, se vê pela primeira vez em anos perdida. Ao receber uma ligação de sua mãe avisando que seu pai faleceu, a artista se vê obrigada a voltar ao Brasil não só pelo enterro mas pela...