Uma completa e total idiota, é assim que estou me sentindo para aqui, que uma estátua por que acredito que tenha desaprendido a me movimentar, a única coisa que sinto é a força que meus dentes fechados causam no meu maxilar.
Chegar no prédio da Marcela em NY não foi difícil, e como ela havia deixado uma cópia das chaves com Enzo para ele poder entrar, já ela estaria provavelmente no trabalho, pensei em fazer uma surpresa, mas quem teve uma surpresa foi idiota que vos fala.
Abri a porta e já fui trancando assim que entrei, me virei e vi que o apartamento era bem pequeno, o sofá ocupava uma boa parte da sala e ele nem era grande, ela bem pequeno na verdade, uma TV na parede com muitos quadros espalhados ao redor do apartamento, uns de mulheres outros de paisagens, acabei sorrindo vendo as telas.
Dei uns passos à frente e logo vi um espaço pequeno, quase um quadrado, onde os três lados eram portas, duas estavam abertas, banheiro e cozinha, a que estava entreaberta presumi ser o quarto, fiquei me debatendo se entrava ou não, não tinha nada aqui que me dissesse se ela estava em casa ou não, e seria bem estranho da minha parte ficar fuçando a casa dela.
Acho que não estava muito nos planos do meu corpo seguir minha cabeça não, porque quando percebi já estava indo em direção a porta entreaberta, conforme fui me aproximando fui vendo mais do quarto, carpete cinza no chão, tênis e botas espalhados, mais uns passos e já me via quase encostando na porta, dava pra ver uma parte da cama e nela vi uma mão jogada para fora do colchão, meio pendurada. Ela ainda estava dormindo, estranho não estar no trabalho, mas pelo menos poderia falar com ela logo.
Minha mente já bola um plano e bem lentamente encosto na porta para abri-la um pouco mais, eu só precisava de mais espaço para conseguir entrar, fui me espremendo no espaço no maior estilo espião que conseguia, olhando fixamente para o chão, prestando atenção a onde iria pisar para não cair ou quebrar nada e também não acordar a Marcela.
Com os dois pés no carpete, solto o ar que estava perdendo devido a concentração e me permito olhar ao redor, não consigo analisar o quarto muito bem já que assim que eu levanto a cabeça a primeira coisa que vejo é a cama dela, com ela jogada para um lado e uma outra mulher, é isso aí, uma outra mulher do outro lado, tão esparramada quando a própria Marcela, Meus olhos não sabiam para onde olhar primeiro, era uma confusão queria correr dali, berrar sei lá, qualquer coisa que me tirasse dali, mas de novo meu corpo tinha vontade própria e enquanto da outra vez ele decidiu se mover sozinho, agora decidiu imitar uma árvore. Não sei nem se estava chorando ou se meus olhos estavam lacrimejando por nem conseguir mais piscar.
Queria esfregar meus olhos, me beliscar, fazer qualquer coisa que me fizesse acordar desse pesadelo, mas vamos ser honestas, o que que estava esperando, Marcela de braços abertos pronta pra se declarar com a minha chegada? É era isso que queria mesmo, mas que merda Gizelly, que idiota que tu foi.
Não sei em que momento que ela abriu os olhos por que quando deu um pulo da cama, eu ainda não conseguia me mover, Sabia que ela estava ali parada olhando pra mim, mas eu não conseguia olhar de volta, não sabia nem se eu estava respirando nesse momento.
- Gi – Ouço Marcela chamar mas não me movo, não viro minha cabeça em sua direção, mas a vejo de lado. Ela dá um passo em minha direção me fazendo sair do meu transe.
------- Marcela POV-----
- Gizelly – É a única coisa que tenho coragem de falar, e mesmo assim digo de forma apavorada com a possibilidade dela sair correndo e desaparecer com as piores ideia possíveis na cabeça, sabe quando você fica de frente para um animal e tem medo que o mínimo movimento o espante, era assim que eu estava, parada em pé ao lado da minha cama, esquecendo completamente da minha amiga largada na cama,
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Reconstruindo o AMOR
FanficMarcela Mc Gowan, dona de uma das mais badaladas galerias de Nova York, se vê pela primeira vez em anos perdida. Ao receber uma ligação de sua mãe avisando que seu pai faleceu, a artista se vê obrigada a voltar ao Brasil não só pelo enterro mas pela...