Alguns segundos se passam até que sinto suas mãos se apoiando em minha cintura e sua boca corresponder de forma simples e devagar, me afasto com selinhos longos e encaro seus olhos castanhos, ela os fecha soltando sua respiração, sinto que a convenci, mas ainda sim estou com uma sensação de medo.
Ela sobe suas mãos e as coloca em meus ombros. – Devo ser muito idiota mesmo – Ela fala dando um sorriso que me derrete toda, mas antes que eu possa admirar sinto sua mão me puxando pela nuca para mais um beijo, e sigo de bom grado.
Não é um beijo profundo, nós duas rimos entre o beijo fazendo com que o encaixe não fosse perfeito, brincamos ali, entre selinhos e risos.
Me afasto por um segundo para poder encostar minha testa na dela, e levo minha mão até seu rosto, fazendo carinho em sua bochecha com meu polegar.
- A idiota mais linda. – Falo e logo sinto o empurrão nos ombros com ela falsamente irritada fazendo cara de indignação para o que acabei de falar.
- Besta!
- Vamos, tenho que descer e resolver umas coisas e aí estou livre pelo fim de semana. – Me afasto e a puxo pelas mãos entrelaçando nossos dedos pela segunda vez nesse dia e pela primeira vez me sinto realmente confiante em relação a ela.
-------- Gizelly POV --------
Vou ganhar o troféu de trouxa da década, mas esse vai e vem todo já estava me deixando bem cansada também, já estava aqui, então se ela não queria conversar, não era eu que insistiria. Só precisava lutar contra a voz em minha cabeça que berrava que esses dias que iria passar com Marcela só iriam fazer uma possível separação mais dolorida ainda.
Ela me passa tanta segurança quando fala comigo, não é possível que ela não veja as coisas que vejo. Temos um longo percurso pela frente e não consigo mais viver somente no agora, mas por enquanto, é o que irei fazer.
Enquanto era levada de volta para o estúdio pela Marcela ficava repetindo mentalmente. chega de conversa sobre o futuro ou passado pelos próximos dias, apenas o presente apenas nos duas e NY.
Assim que entramos, vejo uns caras engravatados e uma mulher em roupa social também, devem ser importantes, Marcela para de andar e me olha, sinto que ela está me falando que está tudo bem com os olhos e dou um sorriso dizendo que entendi, ela se aproxima e dá um beijo na minha bochecha me deixando com cara de boba apaixonada no meio da loja, solta minha mão para ir de encontro a eles.
Vou para um canto que vejo o amigo dela, qual o nome dele mesmo? Vou me aproximando devagar mas sem deixar de prestar atenção no grupinho em volta da mesa junto com Marcela e Carol.
-*Tá tudo bem, são uns documentos que Marcela precisa assinar.* - Me viro para ele concordando com a cabeça.
- *Tudo bem* - Digo, quer perguntar algumas coisas sobre a situação das lojas com Marcela distante, mas não sei se conseguiria algum tipo de informação. – *As coisas parecem ser bem movimentadas aqui* - Digo como quem não quer nada.
- *Marcela sempre foi muito requisitada* - Faço apenas um uhum não querendo interromper sua fala. Mas mesmo assim ele para de falar.
- *Aposto que ela fez falta* - Tento mais uma vez
- *Claro que fez* - Ele responde sem nem pensar. Já vi que ele não vai falar muito, então me contento com isso. - *Ela me liberou por hoje, já vou indo.* - Ele comenta colocando sua jaqueta e se despedindo.
Vou dando voltas no lugar e acabo na galeria com a exposição que estava sendo montada, não entendia nada dali, mas estava tudo lindo, mesmo não estando pronto, até por que certas coisas abstratas para mim prontas ou não, não faz muita diferença.
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Reconstruindo o AMOR
Fiksi PenggemarMarcela Mc Gowan, dona de uma das mais badaladas galerias de Nova York, se vê pela primeira vez em anos perdida. Ao receber uma ligação de sua mãe avisando que seu pai faleceu, a artista se vê obrigada a voltar ao Brasil não só pelo enterro mas pela...