Nunca tive problemas cardíacos, mas acredito fortemente que cheguei bem perto de ter um enfarto agorinha, ainda com a mão no peito tentando controlar o meu coração, assisto Marcela encher de tapas um cara que aparentemente estava se divertindo em ter nos dado os suto de nossas vidas, e ela tá realmente puta e não a culpo, se ainda não estivesse me recuperando do susto também estaria enchendo o cara de tapas, talvez socos.
- Gi, você tá bem? – Ela para um pouco de agredir o cara e se volta pra mim com uma cara de preocupada apoiando a mão no meu ombro, o gesto me acalma e lhe dou um meio sorriso acenando que sim com a cabeça. As risadas do engraçadinho chamam sua atenção de novo e vejo a fúria em seus olhos. - *Do que que você está rindo?!* - Ela fala voltando a distribuir tapas e parece que esses são mais fortes por que ele começa a reclamar.
- *Já pode parar com os tapas Marcela! *
- *Parar é o cacete Douglas, que brincadeira de mal gosto!* - Mais alguns tapas
- *Até parece que não achou graça, já fez isso antes* - Ele diminui o tom de brincadeira, ainda não está sério mas já não ri tanto.
- *Não.. Num ... Lugar ... que ... realmente ... pode ... ser ... um ... assalto!* - Um tapa a cada palavra e no último o tal Douglas segura o braço dela, ela rapidamente sacode e se livra dele e se aproxima de mim. - *Palhaçada*
- *Nossa, você já foi mais divertida* - Ele se arruma, já que sua blusa e seu casaco estavam amassados. - *Vai me apresentar a sua amiga não?* - Ok já não gostei dele pela brincadeira bem sem graça que ele fez, agora o olha dele pra mim, fez com que tivesse que controlar minha cara de Quem você acha que é por que vai que é amigo mesmo dela né. Faço cara de paisagem.
- *Gizelly, tenha o desprazer de conhecer Douglas* - Marcela me dá aquele sorriso irônico e Douglas se faz de ofendido com o comentário, mas vem em minha direção beijando minha mão que logo puxo de volta, com muita vontade de limpar. Dou um Oi quase mudo e bem sem graça mas ele não se abala.
- *Bom o desaparecida, pessoal tá lá no Peeb’s.* - Ela volta a falar com Marcela mas fica olhando pra mim de tempo em tempo.
Ouve uma época que eu ficava completamente a vontade com esse tipo de coisa, hoje em dia já fico mais na defensiva, claro que em lugares adequados e familiares não me importo com ninguém dando em cima de mim mas ali quase tendo morrido do coração num lugar estranho a noite no frio, vamos dizer que não era o melhor dos cenários para flertes. O cara estava se saindo um belo babaca pra mim.
- *Tava indo pra lá quando te vi.* - Ele continuou vendo que Marcela não respondi, e assim continuou pois ela só ouvia, como quem dizia para ele falar algo que fosse de seu interesse. - *Por que não aparece?*
- *Já está tarde, estamos cansadas.* - Marcela responde e se vira pra mim, pegando minha mão. – Melhor irmos né? – Ela me pergunta em português, creio eu para que ele não entenda.
- Você que sabe Marcela, se quiser rever seus amigos, sem problemas. – Estou cansada sim, mas não vou mentir, ainda tenho muita curiosidade em saber mais sobre a vida dela aqui, e nada melhor que sair com os amigos dela. Ele fica olhando pra gente como se fossemos de outro planeta, mas aguarda a resposta dela.
- Não tenho o mínimo problema em dizer não, quero ficar com você mas se você quiser conhecer os lugares podemos ir. – Será que ela percebeu que no fundo eu quero ir? Ela me olha por mais uns minutos e vira pro Douglas. - *Ela chegou de viagem hoje, o dia foi bem longo, vamos pra casa, quem sabe amanhã?*
- *Vou avisar ao pessoal que voltou então vão te ligar mesmo,* - Ele vira pra mim - *Muito prazer Gizelly, se precisar de um guia mais divertido* - Ele dá uma leve inclinada na cabeça apontando pra Marcela, que em resposta coloca o braço em meus ombros, de uma maneira um tanto quanto possessiva, me seguro para não rir cm a cara de confusão que Douglas faz. Assim como Carol, ele não deve fazer a mínima ideia de que Marcela gosta de mulheres.
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Reconstruindo o AMOR
Fiksi PenggemarMarcela Mc Gowan, dona de uma das mais badaladas galerias de Nova York, se vê pela primeira vez em anos perdida. Ao receber uma ligação de sua mãe avisando que seu pai faleceu, a artista se vê obrigada a voltar ao Brasil não só pelo enterro mas pela...