O tempo passou desde que eu havia me tornado um justiceiro, eu me sentia velho e cansado, matar me desgastava e além de que: eu sabia, minha consciência acusava que por mais que todos que eu matei, tinham feito coisas ruins, eu não tinha o direito de tirar vidas!
Tens um lugar no mundo e esse lugar é teu e só teu, não é de mais ninguém. Assumir, levantar a cabeça e sentar-se num lugar que te está reservado. Não se esconder entre os outros, não se envergonhar de quem és. Não se sentir inferior ou superior, sentir-se único. Temos o nosso lugar . Todos, somos especiais. Andava muito introspectivo, voltava para dentro e o que via em mim me deixava angustiado, mas como parar diante de ver criaturas sendo massacradas por desejos de pessoas cruéis, mentecaptas?
Pela angústia o ser humano toma consciência, ao mesmo tempo, do nada de onde ele veio e do porvir no qual se engaja. A angústia não é lamentável nem condenável, porém simbólica, bastando-se por vezes a si mesma. O homem comum descreve a angústia como uma tragédia, uma coisa dentro de si, algo que aperta a sua garganta, mas não sabe o que é. O nada é um sentimento sem objeto. Como não há nada a combater, a angústia aparece. O angustiado tem medo do nada, contrariamente ao ansioso, que tem medo de tudo. Daí, a sensação de vazio ou de vagueza, que pode chegar ao sufocamento. O angustiado tem falta de ser, como se tem falta de ar. O nada lhe dá medo, e isso é a própria angústia: sentimento apavorado do nada de seu objeto.
E assim eu vivia, sentia que precisava de novos ares, senão eu sucumbiria, então arrumei minhas coisas e segui viagem sem rumo certo, iria para algum lugar para espairecer, queria ver gente , que não estivessem mortas, assassinadas por mim.
Comecei uma jornada indo primeiro ao sul da França, onde encontrei diversos amigos, frequentei algumas festas, mas me senti vazio, precisando me isolar em meu quarto de hotel. Depois segui para o norte da Inglaterra passando por diversos vilarejos na costa norte, onde eu contemplava o a fúria do mar do norte, pois iniciava o inverno e com ele os ventos ensurdecedores. Percebi que quanto mais me isolava, mas eu gostava, então aluguei uma cabana afastada do vilarejo mais próximo, onde uma vez por semana vinha um senhor me trazer as necessidades alimentares ara que eu não morresse de inanição. Fiquei por ali por três meses e então entreguei a casa e segui para o Nepal, queria por minha cabeça em ordem, e lá, ouvia dizer que os monges tibetanos faria me encontrar na minha essência, não que eu acreditei nas palavras de quem falava, mas eu precisava crer em algo mais substancial, que me fizesse sentir prazer pela vida. Eu ainda não sabia que sentira vida, não é estar rodeada de pessoas, mas sim estar bem comigo mesmo. Enquanto eu seguia viagem encontrei alguns conhecidos em hotéis dos quais eu me hospedei, e foi num desses que encontrei aquela mulher linda e agradável da qual me apaixonei imediatamente. Percebi que eu estava frágil, me apaixonar naquele momento não seria bom...E não foi. Dorothea, era firme em suas ideias, e quando falava dava a quem ouvia a certeza, que ela acreditava em tudo que dizia, e eu com meu coração fragilizado cai feito um pato na bandeja.
Resolvi ficar ali na cidade de Duisburgo, portuária, é uma cidade alemã na parte ocidental da região do Ruhr na Renânia do Norte. Por ser cidade portuária é um navio que chega e outro que sai, pessoas desconhecidas a todo momento circulando nas ruas, nos bares e hotéis. Eu não me sentia incomodado com isso, mas até então não entendia o perigo disso.
Encontrava sempre com Dorothéa, parecia que combinávamos onde encontrava com ela, mas não era combinado, e eu apaixonado pro aquela mulher não percebia o que viria acontecer. e assim eu fui ficando por ali, já completava os seis meses que nos encontrávamos, ela cada vez mais próxima e eu me deixando me levar ate que, quando percebi estávamos morando juntos, eu estava feliz e ela parecia feliz. Um dia ela me convidou para ir visitar seus familiares nos arredores da cidade, e eu feliz como estrava não coloquei objeção e fomos.
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Senhor Exu Pinga Fogo
SpiritualPor longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. Alguns mereciam dentro do seu julgamento...