A palavra justiça tem origem no vocábulo latino iustitia, formado a partir do substantivo neutro ius, que primitivamente significava fórmula religiosa com força de lei; depois, evoluiu para direito, justiça e, por extensão, tribunal, magistrado. O substantivo ius está também na origem de iurare, isto é, pronunciar uma fórmula sagrada, de jurar, e na origem de iustus, a, um, que significa conforme ao direito, justo e também justiça. A palavra ius está ainda relacionada com os seus compostos, por exemplo, iniuria.
A palavra justiça atinge hoje uma amplitude semântica que não tinha nos seus primórdios. A justiça está diretamente relacionada com o direito, mas é distinta dele: a justiça é primitivamente uma divindade, depois adquire um valor moral e filosófico; o direito é sempre um conjunto de normas a aplicar. Como divindade, foi representada de diferentes formas.
As representações da Justiça que hoje vemos têm origem nas anteriores, mas podem apresentar variantes, que acompanham a evolução do Direito ao longo do tempo. Ao estudarmos as lições do Evangelho na interpretação dos benfeitores espirituais, compreendemos que a vingança é sinal característico de inferioridade moral e barbárie. Ela é própria de quem não ama a si mesmo, nem a seu próximo e, muito menos a Deus. É um ato selvagem, extremamente agressivo, que exalta o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a culpa e a hipocrisia. A vingança nada traz de bom, avilta o caráter de quem a comete e gera muita infelicidade, tanto individual quanto coletiva.
Apesar de tudo isso, tem muitas pessoas que defendem a vingança como um ato de justiça face ao mal que outra pessoa lhe tenha causado. Mas isso não é verdade. A justiça não pode ser feita pelas próprias mãos em derramamento de sangue, ou por outros meios, como a fofoca bem urdida, a mentira proposital que alfineta ou a calúnia que provoca aflições. Essas ações ferem frontalmente a lei divina e nos colocam no mesmo nível de embrutecimento, ou até pior, daquele que nos tenha ofendido ou causado algum mal.
Argumentam os partidários da vingança que a lei divina ou é muito morosa, ou é falha, o que não corresponde à verdade, pois Deus nunca deixa impune aquele que transgrida a lei, mas sempre deixa a porta aberta do arrependimento e da reparação. Deus é farto de misericórdia, pois Ele é o próprio amor universal, e o amor nos ensina a perdoar as ofensas, a dar uma segunda chance, até porque todos queremos ter sempre uma nova oportunidade, e os direitos são iguais para todos os homens. A vingança tem ainda outra consequência muito ruim: aquele que a sofre poderá, após a desencarnação, tornar-se obsessor daquele que foi seu algoz na vida terrena, ou seja, os papéis podem se inverter. Então, por tudo isso, substitua esse sentimento negativo pelo perdão das ofensas, pelo amor ao próximo, inclusive ao inimigo, deixando que Deus cuide de seus filhos com verdadeira justiça. Sua vida ficará mais leve, sua consciência trabalhará em paz, e o futuro lhe reservará os bons frutos da semeadura do bem e do amor. Pense nisso, e viva melhor.
O ódio é dessas forças terríveis que vão maculando a criatura, que vão destruindo o indivíduo e certamente infelicitando a criatura.
O ódio tem mil efeitos, cada um deles pior que o outro.
Quando pensamos nos efeitos do vago-simpático que o ódio provoca, a acidez, a diarreia, o desânimo; quando imaginamos a hipertensão, quando pensamos na depressão, na inapetência, todos esses elementos são provocados pelo ódio.
É uma força destrutiva por excelência, e quando começa, como um caudal, ela não se detém. Essa força não pára se o detentor do ódio, aquele que está alimentando o ódio, não cair numa realidade expressivamente positiva de que essa força ou essa energia negativa que ele impulsiona, que ele conduz, não tiver termo. É preciso então que pensemos que o ódio, antes de destruir a qualquer pessoa, de ser dirigido a qualquer coisa, ele primeiramente tenta e consegue desarticular o seu portador. Portar o ódio é como carregar lixo na alma. Por isso, vale a pena pensar que essa força descontrolada, descompensada, essa força desnorteada em que o ódio se traduz, serve apenas para nos fazer morrer sempre um pouco mais. Vale a pena pensar no que é que faz com que esse ódio apareça na nossa vida.
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Senhor Exu Pinga Fogo
SpiritualPor longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. Alguns mereciam dentro do seu julgamento...