Lares
Crises nos lares? Por que tanto desamor?
O homem está doente e, como efeito, neste período de transição, ele exterioriza os estados de desequilíbrio. A ciência e a tecnologia, que tanto contribuíram para o progresso intelectual e para as conquistas pessoais do homem e da sociedade, não equacionaram o problema da consciência, o problema do ser. Depois de mais de seis mil anos de pesquisas na área da ciência logramos atingir o ápice. Mas ainda não tivemos a coragem de atingir o Eu, de criar uma transformação real, profunda.
A Doutrina Espírita faz uma proposta: você é um ser imortal, despido da transitoriedade carnal. Considere a vida física, a existência corporal uma experiência breve como um bloco de neve que a luz do dia vai derreter. Observe que a sua vida não encontra causalidade real no berço, nem terminará na injunção cadavérica. É nesse contexto que você está, no meio de duas experiências: a do passado e a do presente, vivendo hoje o que fez de si ontem, trabalhe agora porque você pretende ser alguém. Atenda esse real interesse pela transformação legítima de seus objetivos, pensando diariamente em si, amando-se. Porque se criou um conceito falso de amar ao próximo esquecido de como a si próprio se deve amar, de perdoar aos outros como a si próprio se deve perdoar.
O indivíduo castrado por religiões do passado, bate à porta da Doutrina Espírita, com inúmeros conflitos de comportamento e de consciência, ele não se perdoa ser gente, ser humano, falhar. Ele não se perdoa porque se equivocou ou bloqueia a consciência para não pensar nisso e aliena-se ou faz uma consciência de culpa, marchando para os estados paroxísticos da depressão ou da exaltação, tombando em estados ainda alienantes. Ou então ele adquire uma posição de cinismo, até o momento em que a consciência rompe as barreiras do bloqueio e ele se descobre frustrado, marchando para o suicídio indireto, quando não diretamente. O Espiritismo, atualizando o pensamento de Jesus, diz que temos o direito de errar. O erro é uma experiência que não deu certo e nos ensina que não devemos mais tentar aquela experiência daquela forma. Afirmava Confúcio: 'Com os bons aprendemos virtudes, com os maus aprendemos a não fazer as atitudes negativas que eles mantêm'. Logo, nós temos o dever de nos amarmos, porque, quando apenas amamos aos outros, projetamos a sombra, a imagem. Estamos fugindo de nós e não estamos a amar, mas sim, transferindo biótipos, modelos, e exigindo que os outros sejam aquilo que nós somos.
Então o Espiritismo diz: ame-se a si mesmo, dê-se oportunidade de ser feliz. Torne-se feliz, viva hoje, aqui e agora. Aproveite cada instante de sua vida, lembrando-se que o ponteiro do relógio volta ao primeiro lugar nunca mais na mesma circunstância. Cada momento tem a sua significação. Deveremos amar. E se alguém disser que é necessário desprezar o corpo, desprezar a vida, não se vestir, não se calçar, não tomar banho, isso é estado paranoico. Temos que viver consoante os modismos, usar o que a sociedade coloca em nossas mãos para formar o progresso, mas considerar que nós usamos, mas não somos isso. Portanto, nós não somos isso, estamos trabalhando para ser a realidade do Espírito que navega em águas de possibilidades para o futuro.
Família sempre uma questão que envolvem muitas singularidades. Para uns a família é berço de alegrias incontáveis e de porto seguro ante as tormentas da vida, para outros é prova infindável de angústias e privações. Mas afinal, espiritualmente, como é visto esse tipo de diferenciação entre famílias? porque numas aparenta perfeita harmonia e noutras o caos na terra ?
Bem para explicarmos essas diferenças precisamos primeiro analisar o homem social.
"Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação."
Portanto é uma lei natural de Deus o convívio em sociedade para que busquemos em conjunto de nossas aptidões e virtudes o progresso moral e intelectual. Com isso o homem se organiza em núcleos familiares onde espíritos simpáticos se reúnem a fim de auxiliar-se mutuamente na evolução durante a vida corpórea. Porém, em casos de familiares ou famílias desregradas ou desequilibradas poder-se-á notar-se uma união expiatória, onde dois espíritos com divergências se unem pelo laço do sangue a fim de dar cabo às diferenças inferiores de sentimentos menos elevados. Por intermédio da justiça divina o inimigo de outrora pode ser seu irmão na vida atual. Estes casos normalmente se devem a situações que se repetem em muitas encarnações obrigando que uma maior proximidade entre os espíritos seja estabelecida a fim de se depurem os laços entre os espíritos.
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.
Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
Compreende-se portanto que a família espiritual seria a família cujos espíritos simpáticos se encontram – em vida ou na erraticidade – pois que os laços que os unem são os laços d'alma. Já a família carnal seriam os espíritos que pro necessidade temos os laços do corpo a fim de repararmos erros pretéritos.
Nos dois casos a questão familiar porém se mantem a mesma. A de total fraternidade. É no seio familiar que devemos buscar o primeiro movimento rumo a reforma íntima, buscando compreender uns aos outros e quem sabe após as devidas correções entre essas almas não aconteça um novo laço, desta vez de amor e de fraternidade ?
Os problemas familiares são em geral muito importantes na nossa evolução. É no núcleo familiar que encontramos pela convenção das tradições o esforço maior em nos entendermos melhor. Temos a necessidade íntima geralmente de se ter um bom convívio familiar e buscamos isso diariamente. Por isso, Deus outorga certas famílias o recebimento de um espirito revoltado ou menos evoluído, para que no seio equilibrado e de amor de uma família possa esse ser ter contato com o amor e os bons fluídos de fraternidade.
Por isso meus amigos a família para o espiritismo é o berço da civilização, onde os espíritos se unem sempre com um único fim que em todos os tipos de família é denominador comum : a Evolução moral.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Senhor Exu Pinga Fogo
SpiritualPor longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. Alguns mereciam dentro do seu julgamento...