A explosão de sentimentos que vinham até mim, eram de indignação, revolta e de justiça, da minha justiça.
Olhava para Joana enquanto ela relatava aquela Historia sórdida e os planos para vingar aquela mulher brotava cada detalhe. Esperei ela contar mais algumas coisas, mas eu queria nomes, endereços. E conversando com ela pusemos o plano em prática.
- Conde, lá tem muitas meninas, e mulheres. As quais são prisioneiras, sendo tratadas como escravas sexuais. Muitas chegam a morte, algumas cometem suicídio, e outras são vendidas. Se eu colaborava e ficava quieta não corria riscos. Mas se gritássemos, ou disséssemos não, maltratassem aqueles homens, éramos espancadas e ficávamos sem comida e sem banho ate que aceitássemos. Foram dias de pânico. A única ajuda que tínhamos era de Belona, ela contava que chegou lá muito jovem, também tinha passado por tudo que estávamos passando, ela nos aconselhávamos ficar quieta pois não tínhamos para onde ir e sair dali seria impossível, pela segurança do lugar.
-E como você conseguiu sair? E eles nunca acharam você? Vejo que circula por festas.
-Isso é uma História da qual tive que ser bem esperta, mas vou te contar. Não faz tempo que sai de lá. Em uma noite um grupo de homens entrou em meu quarto, eu fiquei apavorada pois sabia o que iria acontecer, então lembrei do remédio que Belona tinha me dado por conta de uma infecção que tive, tomava para as dores que sentia, ele me deixava muito apagada, peguei o frasco e deixei ao lado da cama. Era bem tarde, quando Belona entrou com as bebidas e algumas drogas que eles usariam e muitas vezes me faziam tomar também. Abri as garrafas com cuidado, e coloquei as drogas dentro delas e fechei da maneira mais perfeita possível. Aquela noite foi minha libertação, como havia muitas pessoas circulando na casa, inclusive mulheres que iam até lá também, não eram apenas homens.
-Joana espere, você está me dizendo que mulheres iam ate esse lugar medonho?
-Sim Conde, algumas ficavam assistindo, acredito que ate poderiam se as esposas dos homens, logo que cheguei naquele lugar, muitos iam me olhar, alguns me tocavam, me lambiam, mas por muito tempo não fizeram sexo comigo, percebia que me endeusavam. ..Até que um dia meu próprio dono veio até mim e fez varias comigo, me deixando toda dolorida e sangrando, achava que ia morrer, mas Belona como sempre me cuidou. Tomei remédios por muito tempo, onde ficava dias dormindo sem acordar, perdi o senso de dias e noites. Eles me davam drogas, eu cuspia para fora, por isso nunca fiquei drogada, apenas algumas vezes era impossível não engolir, pois eles ficavam vendo fazer o efeito, mas eu fazia de tudo, e vomitar depois que eles iam embora, pois me sentia suja, enojada.
-Conde me aguarde, vou buscar uma bebida.
-Deixe que vou pegar uma garrafa, volto logo. Ele saiu e Joana ficou ali sentada naquela poltrona , lembrando cada detalhe daquela noite , quando o conde voltou, e serviu uma dose de conhaque para ela. Os dois sentados confortavelmente, ela continua a contar...
-Depois que vi cada um deles caindo por conta do remédio na bebida, me vesti com a roupa de um deles, como pode ver, tenho uma altura que vestida de terno, cabelo amarrado e com chapéu, passei um pouco de um tempero escuro que tinha em um dos pratos no rosto e nem eu mesma me reconheci no espelho. Me preparei para sair daquele quarto prisão ate o momento, e quando me coloquei a andar no corredor acendi um charuto para melhor disfarce, e não foi difícil sair, e lá fora, fiquei como se estivesse tomando ar, procurei um lugar mais aberto, e quando não avistei ninguém olhando sai pela mata adentro. Corri sem direção, tomando o cuidado para ir em sentido contrario daquelas luzes que ficavam atrás de mim. Depois de correr muito, não olhava mais para trás. Sentei ali mesmo e aguardei o dia amanhecer, havia trazido comigo alguma comida nos bolsos e muito dinheiro, os quais havia pego dos paletós daqueles homens imundos...
-Você foi muito corajosa.
-Quando estamos em situação de perigo, arranjamos força que não sabemos de onde vem, mas elas vem. Quando amanheceu, peguei carona com um dos camponeses que passava, ele estava indo até o vilarejo da cidade, e com ele segui viagem, sentei na traseira da carroça e fui lembrando meus dias naquele lugar e a vontade de voltar e matar cada um... Alias tinha vontade de por fogo na casa. O Conde arregalou os olhos, ela acabava de sentir o mesmo que ele.
-Joana, você foi forte e corajosa, mas conte e depois.
-Depois meu amigo, quando cheguei na cidade que para mim era um vilarejo muito pequeno, procurei um lugar para descansar e repus minha energia, dormi muito, cortei meus cabelos e os colori de vermelho com um fruto, ganhei peso pois estava muito magra. fiquei três dias nesse lugar, e foi ai que resolvi vir para cá. Já encontrei alguns deles por aqui, mas eles nunca me reconheceram, pois sempre passo essa fruta em meus cabelos. Moro afastada do centro, e sempre cuido para que ninguém me siga, vivo bem, pois o dinheiro que peguei foi uma pequena fortuna. Sempre tive vontade de me vingar, acabar com aquele lugar e as pessoas, mas sozinha ficou impossível, então deixei no passado, fazem 8 anos que tudo isso aconteceu, e desde meus 12 aquela masmorra foi meu lar de horror.
--Joana, o que diria se eu a ajudasse nessa vingança, você sabe onde fica, e como encontraremos cada um deles. Não quero fazer pela metade.
-Jura? seria perfeito, eu sonho com isso todo dia. Sei sim, porque por um tempo segui os que encontravam aqui em Londres.
-Está bem, vamos o seguinte... e assim Joana e eu planejamos o que faríamos, e naquela noite já começava a sentir o cheiro de carne queimanda. Dormi como um anjo.
Dois dias depois, Joana estava hospedada no mesmo hotel que eu, precisaríamos montar uma farsa, então perante as festas que ferventávamos éramos noivos, e casaríamos assim que a primavera iniciasse. Fomos em varias festas e outra e mais outras onde éramos convidados. E passado um mês mesmo ainda era inverno, começamos por o plano em prática. Aos conhecidos dissemos que iriamos até o ponto mais distante do mar em Derbyshire, visitar a avó de Joana. Mas na verdade fomos ate Oxford, pois as terras onde ficava o castelo da masmorra ficava nesse lugar. Fomos de carruagem visitar o lugar antes de começar nosso plano, o lugar era lindo, e de longe podíamos avistar o castelo. Olhei para Joana que estava estática olhando para a monumental construção, e pensei " quem passa por aqui não imagina o drama que acontece dentro das paredes de pedras deste maldito lugar".
A noite chegou podíamos ver as carruagens chegando aos montes, todos iam para o mesmo lugar. Era hora de por o plano em pratica. Então entrei em contato com alguns amigos e foram chegando em pontos marcados os tambores que as embarcações colocavam olio. Todos eles demoram algum tempo para serem completados pois eu havia pedido muitos, seriam postos ao longo de toda a estrada a dois metros adentro da mata, paguei o devido valor cobrados as pessoas que fariam o serviço e nós aguardávamos, vigiando o lugar.
-Joana como está, vendo nosso plano sendo montado?
-Conde Von, nem sei como descrever esse prazer que sinto, mas posso dizer que é grande o entusiasmos de completar. gostava de saber que minha parceira era forte e não ficava esmorecida vendo nosso plano, e que alias se entusiasmava com o projeto sendo alinhado de maneira palmejado.
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Senhor Exu Pinga Fogo
SpiritualPor longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. Alguns mereciam dentro do seu julgamento...