Muitas culturas, correntes filosóficas e religiões creem que existe uma ordem universal, cósmica ou até mesmo divina, que rege nossas vidas e ações para um momento inevitável, ao qual estamos destinados. Segundo essa visão estamos fadados a cumprir o nosso destino.
Destino e livre arbítrio sempre coexistem nas atividades humanas. O Infalível estabelece a Vida Universal. O homem falível traça os roteiros da vida que lhe é própria. Nada acontece sem a permissão de Deus, pois foi Ele quem estabeleceu todas as leis que regem o universo. Perguntai, então, por que fez tal lei, e não outra! Dando ao Espírito a liberdade de escolher,
Deus lhe deixa toda a responsabilidade de seus atos e de suas consequências. Nada entrava o seu futuro; o caminho do bem, como o do mal, lhe estão abertos. Se vier a sucumbir, resta-lhe o consolo de que nem tudo se acabou para ele e que Deus, em sua bondade, deixa-o livre para recomeçar o que foi malfeito.
Além disso, é preciso distinguir o que é obra da vontade de Deus do que é obra da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus; tivestes, porém, o desejo de vos expordes a ele, porque nele vistes um meio de progredirdes, e Deus o permitiu. Isoladamente, cada um tem no planeta o mapa das suas lutas e dos seus serviços. O berço de todo homem é o princípio de um labirinto de tentações e de dores, inerentes à própria vida na Esfera terrestre, labirinto por ele mesmo traçado e que necessita palmilhar com intrepidez moral.
Portanto, qualquer alma tem o seu destino traçado sob o ponto de vista do trabalho e do sofrimento, e, sem paradoxos, tem de combater com o seu próprio destino, porque o homem não nasceu para ser vencido; todo labora para dominar a matéria e triunfar dos seus impulsos inferiores. Os acontecimentos da vida são a consequência da escolha e estão em relação com a posição social da existência. Se o Espírito deve renascer em condição servil, o meio no qual se achar criará os acontecimentos muito diversos dos que se lhe apresentariam se tivesse de ser rico e poderoso.
Mas, seja qual for essa condição, conserva ele o livre-arbítrio em todos os atos de sua vontade, e não será fatalmente arrastado a fazer isto ou aquilo, nem a sofrer este ou aquele acidente. Pelo gênero de luta escolhido, tem ele possibilidade de ser levado a certos atos ou encontrar certos obstáculos, mas não está dito que isto devesse acontecer infalivelmente, ou que não o possa evitar por sua prudência e por sua vontade. É para isso que Deus lhe dá a capacidade de raciocínio.
Dá-se o mesmo que se fosse um homem que, para chegar a um objetivo, tivesse três caminhos à escolha: pela montanha, pela planície ou pelo mar. No primeiro, a possibilidade de encontrar pedras e precipícios; na segunda pântanos; na terceira, tempestades.
Mas não está dito que será esmagado por uma pedra, que se atolará no brejo ou que naufragará aqui e não ali. A própria escolha do caminho não é fatal, no sentido absoluto do vocábulo: por instinto o homem tomará aquele no qual deverá encontrar a prova escolhida. Se tiver que lutar contra as ondas, seu instinto não o levará a tomar o caminho das montanhas.
Conforme o gênero de provas escolhido pelo Espírito, acha-se o homem exposto a certas vicissitudes. Em consequência dessas mesmas vicissitudes, é ele submetido a arrastamentos aos quais deve subtrair-se. Aquele que comete um crime não é fatalmente levado a cometê-lo: escolheu um caminho de luta que a isso pode excitá-lo; se ceder à tentação, é pela fraqueza de sua vontade. Assim, o livre-arbítrio existe para o Espírito no estado errante, na escolha que faz das provas a que deve submeter-se, e existe na condição de encarnado nos atos da vida corpórea. Só o instante da morte é fatal: porque o gênero de morte é ainda uma consequência da natureza das provas escolhidas.
Destino equivale a um potencia superior que parece regular de modo fatal os acontecimentos da vida humana. Fatal nos lembra fatalidade – inevitável Para a Doutrina Espírita não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar. O futuro é construído todos os dias. Já aprendemos que o universo é regido por leis. Leis perfeitas e justas. E todas as vezes que confrontamos essas leis, sofremos inevitáveis consequências. Assim a nossa principal meta é aprender essas leis e fazer com que as mesmas operem a nosso favor. Aprender e praticar. Não existe portanto uma força superior regulando os acontecimentos da vida humana. Estamos acostumados a burocracia onde pedidos são deferidos ou indeferidos.
A tendência do ser humano é transferir responsabilidades, escudar-se no destino. Eu nasci sem sorte... Deus quer assim... Quando entenderemos que reencarnar é ter a oportunidade p/ crescer ? E Que os fatos que nos acontecem são o reflexo daquilo que escolhemos. A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sentido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico, religioso. O espírito adquire conhecimentos novos através das experiências, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa.
Livre-arbítrio é a ação do espírito no limite de seu conhecimento, e responsável na medida de seu entendimento. As influências sobre o livre-arbítrio são em primeiro lugar relativas ao conhecimento alcançado. Quanto maior o domínio sobre um segmento de conhecimento, tanto maior será o entendimento e a responsabilidade sobre as decisões. As decisões tomadas por uma pessoa, no exercício de seu livre-arbítrio, podem alterar, potencializar ou limitar o exercício do livre-arbítrio de outras pessoas.
Por vezes, sentimo-nos infelizes porque imaginamos ser os nossos os maiores problemas do mundo. Enfatizamos sobremaneira tudo o que acontece de difícil na vida, enxergando os problemas como males insuperáveis, em vez de visualizá-los como desafios a serem superados.
Deus, que é Pai de Amor e Bondade, nunca se esquece de nenhum de seus filhos. Se tivermos um pouco mais de fé, confiando na assistência providencial de amigos espirituais e daqueles que, do nosso lado, na condição de familiares, parentes e colegas, nos acompanham na trajetória evolutiva, a caminhada será menos árdua.
Mas, é indispensável reconhecer que cada um deve fazer a sua parte. Cabe ao homem agir conscientemente, procurando pautar as suas atitudes nas lições evangélicas que estimulam a prática do bem, com a constante presença da oração e da vigilância, para que não se deixe arrastar pelas tendências negativas e inferiores.A felicidade ou infelicidade depende das escolhas que fazemos na vida. Em decorrência do uso do livre-arbítrio, podemos acertar fazendo as melhores escolhas, ou errar, optando pelos caminhos tortuosos que acarretarão sofrimento.
Quando nos reconhecemos responsáveis pelo nosso próprio destino, assumimos uma postura de maturidade que facilita a caminhada, livre de amarras absolutamente dispensáveis. A liberdade de escolha é a grande dádiva que o Criador nos ofertou. Ao mesmo tempo, é também o fator complicador quando nos decidimos pelas opções equivocadas, e mais complicado ainda, quando insistimos no erro, que apenas gera insatisfação e sofrimento.
Entretanto, seja pelo amor ou pela dor, seguiremos com mais ou menos rapidez em direção ao futuro de paz íntima e integração com o Criador, destino do qual nenhum de nós pode fugir.A vida nos incita a que no lugar de nos revoltarmos, de fugirmos, devemos buscar a sensatez, a prudência, o amadurecimento. Fazer a pergunta fundamental: qual a lição? Se não aprendermos a lição provavelmente teremos que repetir a experiência. Se as ocorrências que classificamos como ruins continuam acontecendo nas nossas vidas isso significa que não aprendemos a lição. A s aflições da vida na Terra são remédios para a alma. Assim podemos concluir: a sua vida também está nas suas mãos. Faça o melhor que puder por ela.
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Senhor Exu Pinga Fogo
SpiritualPor longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. Alguns mereciam dentro do seu julgamento...