Vida e Sexo.
"...entendendo-se que todos os compromissos na vida sexual estão igualmente subordinados à Lei de Causa e Efeito; e, segundo esse exato princípio, de tudo o que dermos a outrem, no mundo afetivo, outrem também nos dará." Emannuel, do livro Vida e Sexo.
Por que a busca do prazer sexual é condenada por muitas religiões? Se buscarmos o prazer sexual, estaremos procedendo de maneira pecaminosa? A prática sexual deve objetivar apenas a reprodução? Será que a atual liberdade sexual tem proporcionado a satisfação que o ser humano tanto deseja? Como os postulados espíritas entendem tão controversa questão?
Falar sobre sexo ainda é se aventurar tanto para o moralismo repressor como para a liberalidade irresponsável. A mais antiga função da sexualidade humana é a reprodução e, a mais moderna, o prazer. Entretanto, relacionado a esse assunto, ainda existe um sistema de preconceitos, tabus, mitos e culpabilidade, decorrente de ideologias religiosas e culturais, segundo o qual somente no casamento o sexo é parcialmente liberado.
As religiões, que no passado se faziam responsáveis pela orientação filosófica e comportamental dos indivíduos, em razão da austeridade de seus conceitos e crenças, controlaram a expressão sexual através de proibições e punições, e, ao condenarem a busca de satisfação física e emocional, permitiram apenas que ela fosse considerada em seu aspecto reprodutivo. Apesar de muitas dessas normas estarem bastante modificadas, ainda existem religiões que, ao encararem com excessivas restrições o prazer, impedem, por exemplo, o uso de anticoncepcional ou de preservativos, mesmo nas relações conjugais.
No entanto, na prática, a atividade sexual tem dois aspectos distintos: o reprodutivo e a busca de satisfação física. Segundo pesquisas, atualmente, 99% das relações que um casal tem durante sua vida em comum visam ao prazer.
O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é adquirido às custas de ninguém, e se não deve enfraquecer, nem vossas forças morais, nem vossas forças físicas.
O prazer, em si mesmo, não é condenável, visto que o ser humano sempre se encontra empenhado na obtenção de alguma forma de bem-estar, seja na realização de uma atividade, na aquisição de novos conhecimentos, ao sentir-se com boa saúde, durante a alimentação, em seu repouso. Com isso, podemos deduzir que a inconveniência na busca do prazer sexual não diz respeito a algo inerente ao sexo propriamente dito, mas a quem o pratica, quando essa criatura é movida por vulgares sentimentos e desequilibradas motivações.
Examinando a sociedade como vítima da castração religiosa ancestral, decorrente das inibições, frustrações e perturbações de seus líderes, que através de mecanismos proibitivos para o intercâmbio sexual, condenavam-no como instrumento de sordidez, abominação e pecado, teve a coragem intelectual e científica de levantar a bandeira da libertação, demonstrando que o gravame se encontra mais na mente do indivíduo do que no ato propriamente dito.
A contribuição de Freud para a libertação da criatura humana, arrancando-a da hipocrisia vitoriana e clerical anteriores, dando-lhe dignidade, é de valor inestimável. O que tem faltado é conveniente orientação educacional para a vida sexual, assim como equilíbrio por parte de religiosos e educadores, líderes de massas e agentes multiplicadores sociais, que sempre refletem as próprias dificuldades de relacionamento e vivência sexual. [2]
Sexo tem um sentido de troca positiva de sensações e vibrações carnais e fluídicas. Não se retira do ato sexual, com isso, o seu característico de prazer. É prazer e continuará sendo no mundo material. Deve ser, inclusive, para justificar e incentivar a sua prática. Não é fonte exclusiva para a procriação, mas, sobretudo, para troca de energias e sentimentos entre os seres que se unem para um consórcio de vida, permutando experiências e desenvolvendo projetos. O instinto sexual não é apenas o agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhe são necessários ao progresso.
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Senhor Exu Pinga Fogo
EspiritualPor longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. Alguns mereciam dentro do seu julgamento...