Capítulo 5 - doce inimigo

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Andando pela floresta em direção a uma saída me fazia pensar como descobriria quem havia armado a emboscada para acabar comigo, precisava descobrir antes que acabassem comigo, era eles ou eu.

Meu fiel escudeiro estava muito calado, mais do que o costume, isso me deixava mais desconfiado, mas porquê eu desconfiava dele? Não queria ter desconfiança da pessoa que sempre andou comigo, entraria em paranoia se isso se tornasse real. Precisava arquitetar um plano e tempo é o que mais tinha.

Andamos muito, o sol já pensava em deitar quando ouvimos crianças brincando e corremos para  onde vinha o barulho. Sim era uma casa no meio do nada, corremos em direção a casa de onde saiu uma senhora. As crianças nos seguiram:

-Senhora desculpe incomodar mas como fazemos para chegar ate a estrada? ou pelo menos voltar para cidade? Ela nos olhava como se nada entendesse, ate que um dos garotinhos nos disse:

-Moço ela é surda e muda. Mas espera meu pai chegar que ele leva vocês na carroça, logo ele chega. Agradecemos e sentamos no chão, para aguardar aquele santo homem que nos levaríamos para a cidade. As crianças retornaram a brincadeira e eu em meus pensamentos. Passaram algumas horas, ja era noite quando ouvimos o trotar de cavalos, foi quando avistei dois homens em uma carroça descer, um alto e muito magro, tinha os dentes saltados para fora, com os cabelos bem compridos, o outro bem baixinho, carrancudo e bem antipático já foi logo nos encarando e preguntando que fazíamos ali...O menino que havia falado conosco mais cedo pulou na frente e antecipou nossa explicação, mas fiz questão de explicar melhor.

-Senhor estamos há dias perdidos nesta mata, sofremos um acidente, perdemos nosso carruagem, se o senhor nos ajudar a voltar a cidade, lhe pagarei bem. Percebi os olhares de ganância e aproveitei.

-Sei que moram longe da cidade, mas pagarei bem, se quiser em dinheiro, comida, cobre o preço que quiser. E dê um valor. Eu não deveria ter agido assim, ter falado dando abertura para cobrarem o que queria, o baixinho carrancudo de imediato me fincou uma faca na garganta que por pouco não furou, o menino que a tudo assistia gritou para que o pai me soltasse, mas ele gritou com o menino para calar a boca.

-Senhor não precisa fazer isso, já falei que pagarei bem, é só me soltar e me levar a cidade, que farei o pagamento.

-Está bem, vamos, sobe, apontou para a carroça. O menino nos viu se afastando e percebi apreensão no seu olhar, a mulher surda muda abraçou-o como dando conforto, percebi que estava na mãos de bandidos, por isso moravam tão afastados.

A viagem não seria longa, conhecia o lugar depois de andar uma meia hora, mas o que me preocupava era os homens que dirigia os cavalos, batiam nos pobres animal, e o que fariam comigo depois de pegar o dinheiro, me sentia um imbecil. Meu fiel amigo, de calado ficou mudo homem corajoso que conhecia havia falecido, estava tão calado que comecei a me perguntar porque a covardia do momento. E mais alguns quilômetros adentramos a cidade , pedi que fossemos ao Banco, pois pediria ao meu amigo dono do banco que me arrumasse um dinheiro ate o amanhecer do dia, senão eles me matariam.

-Você não sai daqui, vou falar com meu amigo, ele mora ali do lado do banco, mas de imediato o baixinho gritou que não.

-Não e não, mande seu amigo ai. Olhei para o meu amigo e dei sinal para que fosse.

-Quanto devo pedir ao Sr, Laurence? Olhando para o baixinho.

-Bem hoje vou querer 500,00 dólares.

-Como assim hoje, perguntei

-Porquê? você será minha mina  de ouro a partir de hoje, quero saber onde mora, pois vou ficar com você ate pegar o que quero e quanto quero, nunca mais passaremos fome e necessidades.

-Senhor não precisa fazer isso, lhe darei uma fortuna o que fará do senhor um homem de posses.

-Eu sei o que quero, e vai ser do meu jeito. Onde mora?

-Não tenho residência aqui no país, estou de passagem, estou no hotel Quest.

-Que droga é esta, como mora num hotel? Sendo tão rico?

-Por isso mesmo, por ser rico para mim é não ter residência, viajo muito.

-Está bem pego esse dinheiro hoje, porque não sou burro, sei que banco não trabalha de noite, mas amanha quero essa fortuna ai e ai vou embora pra nunca mais. Está bem, mande seu amigo buscar. E assim ele entrou e saiu com o dinheiro que ele havia exigido. Tive vontade de mata-lo, mas como eu tinha muito dinheiro deixei pra lá.

-Esta noite passaremos anoite na carroça ate amanhecer e você me dar a fortuna, não pense que está livre de mim. Que mal fiz a esse homem ,que maldade gratuita, fiquei a pensar.

E por aí foi, ficamos ate dar hora do banco abrir, e consegui o dinheiro para aquele homem que por pura idiotice abri minha boca dizendo que podia dar a ele tudo que quisesse. No fim ainda falou que eu podia ter morrido nas mãos dele. Aliviado por tudo ter acabado, comprei dois cavalos e fomos para nossa casa, se certificando que ninguém nos seguiu, meu fiel escudeiro? calado.

Os dias passaram e eu ainda com a historia da carruagem que tinha rolado ribanceira abaixo onde minha vida quase foi ao fim martelava na minha cabeça. Resolvi dar uma volta a cavalo pela redondeza da fazenda precisava arquitetar um plano de ação, para me proteger. Pedi que preparassem meu cavalo e assim sai a galopes, não quis que meu escudeiro acompanhasse, alais nem sabia dele, fazia dois dias que não via. Subi ate o topo da montanha e de lá desci do cavalo e fiquei a olhar para baixo, quando vi dois empregados meus conversando um pouco mais adiante de mim, pareciam meu escudeiro e meu chefe dos empregados da casa. Deixei meu cavalo onde havia amarrado e desci um pouco, queria ouvir a conversa deles, todos eram suspeitos.

-Você foi burro?!, qual o seu problema, porque não deu fim nele ali mesmo? dizia o chefe dos funcionários.

-Não fale assim sabe do apreço que tenho por ele, esta me fazendo fazer coisas que não gostaria.

-Ah vai dizer que esta com medo, seja homem.

-Não quero mata-lo, você sabe que devo muito a ele por tudo que me fez, entenda, vou te pagar, é só esperar um pouco.

-Não vou esperar nada, quero a fortuna dele, ele tomou de tantas pessoas agora eu quero um pouco, defendemos ele e agora quero matar ele pegar o que mereço.

-Peça dinheiro para ele, tenho certeza que ele vai dar, não mate ele.

-Não sou eu quem vai matar, será você, não vou sujar minhas mãos nisso. Estava paralisado ouvindo aquilo, o que fiz para aquele homem? nunca o tratei com maldade, o respeitava, e agora ele planejava me matar e meu fiel escudeiro por isso andava tão quieto, estava serio pressionado ,porque seria? Teria que descobrir, ou arrumar um método de acabar com tudo aquilo. Sai pelo outro lado sem levantar suspeita e voltei para dentro da casa antes que voltassem.

Então eles queriam me matar, teria que ser esperto e astuto, eles não me pagariam agora sabia que o perigo estava dentro de minha casa.


Continua...


Senhor Exu Pinga FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora