Passei uma semana trancado no meu quarto, se ela não me dissesse sobre o nosso passado eu descobriria por mim mesmo. Depois deste tempo só meu voltei para a escola e tudo estava como antes. Mesmo grupos, mesmas pessoas, mesmos olhares estranhos, com uma novidade o professor novo o tal senhor Lich, não me importei em saber quem seria, uma pessoa a mais ou uma pessoa a menos na mimha vida não faria muita diferença no momento.
At me dizia que ele era o melhor professor, muito divertido e era bem novo. A propósito Augusto era a única pessoa que falava direito comigo durante a semana que passei trancado. Mei deixava a comida na porta e saia, tentou falar comigo, mas toda vez que olhava em meus olhos uma lágrima descia do seu olho esquerdo.
Samantha entrou duas vezes no quarto, ambas as vezes eu fingi que dormia, não queria conversar muito com ela e seus problemas, só que na segunda vez ela não aceitou que eu a ignorasse. Entrou no quarto e simplesmente se sentou na cama e começou a contar sobre a escola, sem problemas ou coisas ruins, somente boas. Até apareceu uma menina que virou amiga dela, uma tal de Jade, eu não a conhecia, para ser franco não conhecia muitas pessoas da escola.
Como um aviso de que não devia te saído da minha fortaleza chamada de quarto eu me atrasei para a primeira aula do novo professor. O motivo? O diretor quis saber por quê de ter faltado por uma semana. Minha desculpa foi por ter ficado doente, a doença que falei foi a primeira que veio a minha mente. Caxumba, não sei se realmente era uma doença, só sei que o diretor me olhou como se entendesse e me liberou sem mais perguntas.
- Não tolero atrasos nas minha aulas - disse uma voz grave, o dono dela estava emcapuzado - queria se retirar.
- Minhas aulas. - respondi sem notar com quem falava, percebi que todos estavam enfileirados e com caras sérias. Brincar um pouco com o professor novo não seria ruim - Mas acho que errei de sala, aqui é para o alistamento militar?
- Como ousa me corrigir recruta, sou o seu professor e me respeite - ouvi alguns risos ao fundo, mas todos estavam bem sérios, sérios de mais.
- Então é para um alistamento... - retruquei preparando para bater continência - Me desculpe, senhor! Vou me retirar, senhor! Vou, senhor! Sair, senhor! Daqui, senhor!
- Boa tentativa, mas não hoje Dan - respondeu tirando uma katana de madeira da cintura e alguns alunos me entregaram outra - vamos ver quem manda, recruta...
- Hoje não Marco. - isso mesmo Marco, quem mais teria o sobrenome Lich naquela escola, fiz minhas pesquisas - Me desculpe, mas o senhor Lich não dá medo.
- Olá Dan, bem-vindo à aula de manuseio de armas branca e defesa pessoal. Como já sabe meu nome não vou me apresentar.
Se eu fiquei feliz por vê-lo novamente? Sim, fiquei, meu querido amigo mais velho que eu o queria como pai. E justamente esta palavra me travou, pai, aquele que te acompanha na vida com a mãe. Duas coisas que eu não tinha no momento, nenhuma mãe e nenhum pai, somente dúvidas e dúvidas. Eu não sorri, manti-me firme até o final da aula, não estava mais feliz, aliás a felicidade era o que exatamente?
- A pequeno como você ficou diferente - ele falou ao termino da aula quando todos já tinham ido embora, menos é claro os três lesados, na verdade foi culpa dos dois puxa saco do meu lado - cresceu bastante, deixou o cabelo rebelde, mas pelo que eu me lembre você sabia sorrir.
- A gente cresce - essa foi a brilhante resposta que dei, mas quase rosnando e forçando um sorriso - e pelo visto muda de áreas no trabalho.
- Eu tô com tempo livre, vou lançar meu livro então tirei uma licença da empresa para poder pensar melhor nos detalhes - Marco falava com um enorme sorriso que leva contra o meu cinismo - e como a escola precisava de alguém aqui estou.
- Meus parabéns senhor Lich - respondi fazendo menção a sair do salão - tenho que ir.
- Espere - disse juntando a própria mochila - vou com você. E então quando parou de sorrir? E sua mãe como está?
Está bem, a um semana a perguntei sobre vocês dois e acabei sem mãe engraçado isso não? Minhas respostas não seriam boas, eu estava ferido com tudo que ocorrera. Respondi com um simples do mesmo jeito, sem muitas palavras, sem muita mágoa, carregada ďe indiferença.
- A tia Mei, digo, a Mei está bem sim - At respondeu tentando ser simpático.
Eu e Sam não estávamos com a melhor cara do mundo e dava para perceber que o clima que já não estava bom piorou. Marco não tinha culpa, mas a razão da minha briga com Mei foi por causa do passados deles mal resolvido. Sempre que a palavra passado era mencionada em casa saía uma discussão, porém essa foi a pior.
A vida de Sam fora horrível e se a minha fosse igual eu tinha o direito de saber. Uma resposta que me era dada sempre que perguntava algo sobre o passado e usava de argumentos que era o meu direito foi
"Em uma noite escura um bebê dormia tranquilamente em meio ao sangue de sua família." Seguido de um, se você tivesse um passado assim, ficaria feliz em saber? Não sei muito seu passado, não posso te contar mais do que já disse.Eu não me importaria se o meu passado fosse assim, pelo visto era o pior passado que Mei podia ver para uma pessoa. Como eu saberia escolher quem eu serei se eu realmente não sei quem sou. Tudo bem que foram dois anos da minha vida, contudo em apenas algumas horas a minha relação com Mei foi de ótima a horrível, um relação cheia de dor e tristeza que eu não sabia o motivo.
- E então crianças - Marco falou me tirando dos pensamentos, nem havia percebido que já estávamos no estacionamento - querem uma carona para casa?
- Claro - respondeu At ao mesmo tempo que eu e Sam gritamos não.
- Não precisa se incomodar senhor Lich - falei voltando ao normal, voltando a indiferença - podemos ir embora tranquilamente.
- É isso mesmo - Sam concordou rapidamente comigo - assim nos exercitamos.
- Sem o senhor Dan - respondeu severo - nunca tivemos essa formalidade entre nós.
- Como quiser Marco - seu nome saiu um pouco mais rude que eu queria, mas funcionou, pois quando virei as costas ele não disse mais nada.
- Tchau professor - Sam falou se juntando a mim, ao contrário de At que ficou se entender o que estava acontecendo - anda logo At.
- Ata... Até mais! - gritou antes de se juntar a nós.
Continuamos um bom caminho quietos, eu não conseguia assunto algum com eles. Se eu falasse algo sairia como o que vocês acham do leite em pó? Eu não estava com cabeça para nada, brigar com a minha mãe não era uma boa, ou melhor brigar com a Mei. Por meio de pensamentos como este me lembrei da briga que tivemos, de que as lágrimas que Mei derrubou aquele dia foi por minha culpa, eu que a fiz lembrar de algo doloroso para ela.
- Dan - Sam me chamou e eu a olhei - fique tranquilo.
Antes que eu pudesse entender do por quê de ficar tranquilo percebi que uma lágrima descia pelo meu olho esquerdo e Sam a limpou suavemente com o dedo. Augusto me olhou indignado, como se eu tivesse tirando Samantha dele, mas quando viu o meu rosto sua expressão suavizou.
- Dan, - começou calmo, senti que outras lágrimas vieram a mim - por que você está chorando?! Tudo bem é algo normal, mas não do nada. E aquele papo estranho com senhor Lich??
- Você é um pouco lerdo, não? - Sam respondeu no meu lugar - O cara que namorou a Mei é o senhor Lich, por causa do misterioso relacionamento dos dois que Dan está assim.
- Espera aí, como assim o Marco da escola é o mesmo Marco que namorou a Mei?
- At, vamos para casa - respondi frio sem nenhuma lágrima no rosto - isso não foi nada só um momento de fraqueza.
Seguimos o resto do caminho sem dizer uma palavra se quer. Chorar não me fez menos do que os outros homens, mas sim eu ter feito quem me criou chorar e ficar tão magoada quanto ficou. Eu não tenho o direito de chamá-la de mãe, eu a feri profundamente mexendo em seu passado, mas também não devolvi a prova de que ele existiu, a caixa a qual peguei por mérito.
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A procura do Amanhã
РазноеDan, sempre foi uma criança e adolescente responsável, mas tudo mudou quando decide encarar o próprio passado e sem conhecê-lo não consegue olhar para frente. O futuro parece inviável diante a neblina que cobre o passados, mas será que o pequeno e i...