Capítulo 10

173 15 3
                                    

Chegando em casa avistei todos bem, confortáveis e nada cansados. Ao contrário de mim que fui para casa a pé, custava ter me esperado por mais meia hora antes de voltar para casa? Nenhum pouco bravo e revoltado de ter que andar muito sentei no sofá, ou melhor, me joguei no sofá e tirei os meus sapato, ficando realmente largado.

- Posso saber o porquê dos seus modos terem ficado naquela escola? - minha mãe perguntou nada contente ao meu lado - Retire seus pés daí ou terá que limpar com sua língua.

Retirei os pés da mesinha, me levantei pegando os sapatos, coloquei a mochila novamente nas costas, segurei meu skate e fui para o meu quarto. Clima nada agradável na sala, enquanto minha mãe me mandava tirar os pés da mesa pude ver como cada um se sentia. Sam estava apreensiva, At estava desconfiado e minha mãe, Mei, estava do mesmo jeito que os últimos dias aflita e muito pensativa.

- Posso entrar? - alguém perguntou do lado de fora do quarto - Precisamos conversar.

- Claro mãe, pode entrar.

- Quero te perguntar quatro coisas e quero respostas sinceras.

- Vou responder com o máximo de sinceridade que eu puder.

- Não, vai responder com a realidade dos fatos. Primeira pergunta, você sabia que o internato possui as melhores câmeras espalhadas por quase todos os espaço para vigiar seus alunos?

- 'Putz, sério mãe? Eu não sabia, é de verdade mesmo?

- Sim, menos em um local que só te responderei depois desta pergunta. Qual foi o motivo desta reação?

- É que eu meio que armei para pegar fogo no armário do Gabe - respondi extremamente constrangido, fui pego pela minha mãe de uma maneira tão idiota - então se tem câmeras posso ser pego. Qual é o local que não possui câmeras?

- Os armários, assim ninguém condena a escola se algo de errado acontecer neles, lá é o único local de responsabilidade dos alunos. Terceira pergunta, o que você achou no armário para querer queimá-lo?

- Fotos - não havia motivos para mentir - de mim e outros alunos, se quiser posso te entregar. Não tenho interesse específico nisso, só peço para me manter ciente das coisas.

- Tudo bem, pode saber, te passarei tudo. Agora a última e quarta pergunta... - ela parou e fez suspense, depois de esperar um pouco prosseguiu - o que você acha da Sam, digo no ponto de vista de um garoto.

- Sério mãe?!?! - eu ria e falava intercalando as palavras - Eu pensei que fosse algo mais importante.

- Tem razão, brincadeiras a parte. Contudo agora é sério, tem mais alguém com a tatuagem igual a do Gabe, a qual você não me contou que existia?

- Não, pensei que já soubesse da tatuagem, vocês se conheciam a um tempo atrás.

- Ok, mas se vir me conte. Agora vamos ao que é mais interessante. Você gosta de alguém? Gosta da Samantha? É por que vocês passam tanto tempos juntos que eu me preocupo.

- Fique tranquila mãe, eu não gosto dela e essa conversa é constrangedora. Apesar de conversarmos sobre tudo isso não é legal de se falar. Mas já o At ta caidinho por ela.

- Então as cartas de amor no lixo não eram suas? Melhor falar com ele, mudar o rumo da conversa, tchau...

- Manhe!! - gritei enquanto ela saia do quarto - Não faz isso é vergonhoso...

- Tudo bem, então vou sair e volto daqui duas horas com comida pronta.

- Até, vá bem.

- Obrigada, até.

Ela saiu da porta e eu a segui, sem despertar desconfiança e a vi indo embora de casa. Havia um local que minha mãe não deixou colocar câmeras, banheiros e por isso fui até eles e travei as imagens de algumas câmeras para que eu pudesse colocar meu plano em prática. Uma regra era simples em casa, não mexo nas suas coisas e você não mexe nas minhas, por ter 16 anos de diferença da minha mãe éramos bem próximos, mais para irmãos que mãe e filho.

Fui ao quarto dela e verifiquei se a caixa que ela guardava as cartas do Marco para lê-las. Ela pegou a faca do Gabe que estava escrito Eliot, meu direito agora de pegar alguma coisa do passado dela. Para meu azar as cartas não estavam lá, deviam estar encima do armário na cozinha. Peguei o celular e ativei mais um travamento de câmera. Ser filho de uma advogada, que se formou em tecnologia de segurança e informática não é tão ruim, meu vício de ler me fez pegar os seus livros. Podem pensar que sou um Nerd, mas até que são bem interessantes.

Achei, a caixa estava escondida no mesmo local de sempre. Encima do armário, mas no fundo. Um objeto por uma carta, não quis pegar uma que estivesse no topo, queria algo que disse mais do motivo de todas estarem fechadas. Enquanto vasculhava a caixa com cuidado para não cair da cadeira que estava apoiado e não fazer barulho avisando o que eu estava fazendo.

No fundo da caixa tinha outra caixa, estranha, parecia ser uma daquelas aveludadas que quardam presentes. Eu a peguei ao invés de uma carta, seria objeto por objeto, sem reclamações. Levei a caixa para o meu quarto, desativando os travamentos por onde passava, ainda deixando travada a do meu quarto.

Dentro da caixa havia um colar com duas alianças, nelas estam gravadas Marco e Mei com a data do dia 9 de maio. Por isso ela ficou chateada quando escolhi esta data como a de nascimento, foi por puro acaso que escolhi esta data, só pra ser mais velho que At. Por debaixo da proteção do colar tinha uma plaquinha e nela estava escrito:
"Olhe o sol que nasce ao nosso lado, ele cresce todo dia sem se importar com o que pensamos a seu respeito, sempre aparece. E assim é o amor que eu sinto por você, ele não tem somente razões físicas e lógicas, simplesmente existe. Quando duvidar do meu amor olhe para o céu e encare o sol ele é a certeza que eu te amo e a lua, que domina a noite, é o reflexo dele."

Podia não ser a pessoa mais romântica do mundo, mas essa frase era bonita e bem forte. Mas se o amor dos dois eram tão fortes por que terminaram, por que minha mãe guardou as alianças e parecem nunca ter sido usadas? Enquanto fazia minha suposições escutei minha mãe chegando e batendo a porta do carro

Tarde demais para guardar o que tinha pego resultado, tive que esconder rápido para não levantar suspeitas. Desliguei o travamento da câmera do meu quarto e fui caminhando para sala tranquilamente e percebo que todos estavam em seus quartos e o silêncio mandava na casa até que.

- Você pode me dizer como é que o At se teletransportou para o quarto? - Mei perguntou suavemente - Só me explica como que ele foi da sala para o quarto sem passar pelo corredor? Ou pensou que eu não tinha o monitoramento pelo celular? - eu congelei e não respondi nenhuma das perguntas - E então Dan? O que aconteceu enquanto estive fora?

Naquele momento não me pareceu uma boa ideia ter modificado um pouco o sistema de segurança de casa. Principalmente quando minha mãe que me ensinou o que sei, tentar enganá-la não foi uma coisa inteligente a se fazer, mas como fiz mostrarei o motivo.

A procura do AmanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora