Domigo de manhã tudo estava tranquilo, Sam decidiu que ficaria conosco até ter notícias de seus pais, arrumamos o meu quarto de treino para ela e eu logo tirei as câmeras. Me senti em uma família novamente, desde que o tio Jonathan foi embora eram meio monótonas refeições. Com Sam lá era um pouco diferente, como se o clima de família retornasse a casa, e mais, ela gostava de muitas coisas como eu. Músicas, artistas, livros, lutas e sendo parecidos ela também parecia minha mãe, fazendo parte da família. Não brigamos mais, não havia motivos, eu dormi esses dois dias no chão do quarto dela, mas só que no segundo dia ela pediu.
Mei pediu para mim recolocar as câmeras, mas somente ela teria acesso ao vídeo, motivos de segurança nossa, ela ainda era uma desconhecida. Saímos os três para comprar roupas para Samantha, ela tinha consigo seus documentos e um cartão como sua única reserva.
Não tivemos notícias dos pais dela, nenhum morto ou ferido com os nomes deles, aumentando as suspeitas da minha mãe. Eu via Sam como uma maluca que me bateu duas vezes sem razão, como irmãos ou como eu acho que seja a relação entre irmãos, o mais perto que tive de ter um é o At e nós nunca saímos no braço, por ele que desviava.
Fomos ao shopping, um lugar cheio de pessoas e lojas, perfeito para descobrir algo que ninguém sabe. Principalmente quando os seguranças são Eshys e amigos da família, minha mãe conseguiu muitos amigos com seu trabalho. O fato de não se lembrar dos pais de Sam me preocupava e a ela também. Enquanto Samantha comprava suas roupas eu fiquei no fliperama e Mei foi na sala de segurança com uma escuta, colocada por mim secretamente.
- Dan, pegue colar no seu bolso e coloque - ela falou, não estava tão secreta minha escuta - assim posso te ouvir melhor e aprenda como se faz.
- Sim senhora - resmunguei evidenciando minha falha - foi fácil descubrir que troquei o botão da sua jaqueta?
- Não, na verdade culpe o fone de ouvido que grudou nele, você tem que usar algo menos magnético.
- Entendido - respondi feliz e já jogando - vou usar na próxima, vou ouvir a conversa, ok?
- Se conseguir, aliás sei seus passos não saia do shopping dentro de meia hora encontre Samantha e vai para o carro, a chave está na sua mochila, até.
- Até.
Minha mãe era um pouco preocupada com segurança, disse uma vez para mim que era culpa do seu trabalho. Trabalho esse que eu não sei qual é, a única coisa que sei é dela ser advogada formada como o tio John e seu serviço envolve isso. Como sempre sou atento aos sentimentos de quem estão ao meu lado sabia que era verdade. Mamãe me disse que alguns Eshys conseguem sentir algo de estranho nos outros.
No caso dela é a sensação da pessoa, se ela é boa ou não, no meu sinto os sentimentos dos outros, tem alguns que são mais fortes que outros. Como por exemplo minha mãe, posso sentir seu humor só de estar perto, quando menor pensava que só dos Eshys que eu podia sentir só estado perto, mas como sinto do Marco também devia ser que tenho mais contato.
O tempo estipulado pela minha mãe esgotou e eu não prestei muita atenção no que foi dito na sala de segurança, apenas algumas frases. "Não vieram aqui" e "Tome cuidado" só ouvi o começo e o final da conversa. Encontrei Sam segurando algumas sacolas e a ajudei a carregar, agora ela vestia roupas mais parecidas com ela, calças um pouco rasgada, camiseta lisa e uma meia luva.
Chegando no carro notei uma mudança nela, algo a incomodava, mas eu não queria invadir seu espaço então perguntei coisa aleatórias e sem sentido para ver sua reação.
- Eu também acho - respondeu fingindo interesse.
- Que os macacos deveria operar os sinais de trânsito? - perguntei, mesmo não sendo o que tinha dito.
- É claro - assim ela prestou atenção - imagina que engraçado.
- Deve ser, mas não foi isso que eu disse - falei olhando nos olhos dela - eu estava perguntando como está? Se gostou das compras...
- Gostei, só me distraí agora olhando as nuvens, tão bonitas né? - ela mentiu, eu sabia disso e ela também sabia que eu não acreditei, mas continuou - Não se preocupe só estou feliz por ter sido acolhida.
- Cheguei crianças! - Mei gritou entrando no carro - E trouxe lanche para todo mundo, no caminho buscamos Augusto e o apresentamos para Sam.
A casa de At estava vazia, estranho, mas não impossível. Os pais dele devem ter o carregado para uma reunião chata de trabalho. Na minha casa tinha algumas caixas na porta e na garagem, a porta de entrada estava entreaberta e um vulto um pouco bravo vindo em nossa direção.
- Obrigado pessoas por me oferecer a casa, mas não esperar para receber a visita, que belos anfitriões são vocês! - At estava muito bravo, mas aparentava menos - Não sabiam que eu viria hoje?
- Não - respondi e levei um tapa na cabeça de Mei - quero dizer, pode vir em qualquer dia.
- Sabíamos sim At. - minha mãe não estava muito feliz com minha resposta - A culpa foi minha de não ter organizado bem meus horários.
- Tudo bem, mas posso saber quem é a pessoa que está no carro? Só pra saber se devo cumprimentar ou não...
- Ela é Samantha, Sam não precisa ter vergonha é só o At, amigo de infância do Dan.
- Tia Mei esse seu só doeu viu - falou rindo.
- O seu tia já te vingou - foi a vez da minha mãe rir e eu olhar para dentro de casa pensando onde iria dormir aquela noite.
Samantha saiu do carro e foi em direção do At, que não se conteve em ficar olhando para ela, ele se comportou como os antigos cavalheiros. Se ajoelhou e estendeu a mão para pegar a mão dela e beijá-la.
- Mei, você possue toda razão, sou só eu enquanto você deve ser filha de Afrodite.
- Desencana! - falei zoando com ele - Tente ser um pouco normal.
- Prazer em conhecê-la Samantha, me chamo Augusto, mas aqui me chamam de At, fique a vontade em me chamar de como quiser.
- Prazer, Sam como já sabe, te chamarei como todos daqui, At não é?
Por mim ele levou um fora, mas foi divertido ver os dois se entendendo. At não perdia oportunidade alguma para impressioná-la, o que era estranho para ele, um rapaz tão desligado a esse lado romântico e de repente virou um tanto cortez. Ele estava muito encantado por ela, não sei se seria bom, mas por que não arriscar? Definitivamente Sam não era a Ela do livro que Marco me deu, talvez seja para At, mas não para mim. Eu não sabia do seu passado e nem de como ela realmente era, com o que ela se angustia tanto, o que a preocupava. Não sei de nada, igual a meu passado, totalmente desconhecidos por mim.
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Olá, estão gostando? Que tal um pouco de ação?
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A procura do Amanhã
AcakDan, sempre foi uma criança e adolescente responsável, mas tudo mudou quando decide encarar o próprio passado e sem conhecê-lo não consegue olhar para frente. O futuro parece inviável diante a neblina que cobre o passados, mas será que o pequeno e i...