Capítulo 27

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Missão dois foi dada, encontrar o restante das coleções. Informações adicionais, pertencia aos antigos Foices Negras, nenhuma importância real, porém era necessário para a obtenção de dados. Não disseram sobre o que eram estas coleções, apenas para procurar nas antigas casas dos ex-participantes dos FN's. E lá no meio dos nomes haviam dois endereços riscados, ambos com iniciais, M.L. e F.H.. Outra coisa que me chamou a atenção foi a casa de um tal de Lucien, já ouvira este nome antes. Porém, sem memória as coisas não seriam fáceis.
Recebemos um prazo para encontrarmos cada um duas coleções, eramos em quatri e tinha sete nomes não riscados. Eu fiquei com o endereço dos dois riscados e mais o do Lucien, na verdade a lista de endereço dos três e deveria saber mais. Aumentando o conhecimento sobre a vítima mais chances de sucesso, mas somente um dos alvos ainda respirava. M. L. era o único que não morreu por traição, o carrasco morrera antes.
Procurei nos sites as informações necessárias e transferi para um pendrive e adaptador de cartão de memória, desta vez sem senha, assim podia acessar os dados a qualquer instante. M.L. morou perto da antiga casa de Mei, mas depois se mudou duas vezes dentro da cidade e após isso viajou para fora do país. Primeiro Grécia, perto dos pontos turísticos famosos pela maravilhosa arquitetura. Roma, China, Japão e por fim Egito, antes de sumir dos contatos. Aparentemente só recebiam notícias dele quando ele se mudava, portanto sem paradeiro oficial.
Os nomes riscados significavam estar antes da política de coleção, o que não me explicou muito, porém eu devia verificar por causa das ligações com os integrantes. F.H. estava morta e Lucien também, ambos no mesmo ano, com uma diferença aproximada de sete meses. M.L. estava possivelmente vivo, faltava descobrir o nome real, não havia motivos de colocar somente as digitais. Contudo questionar infringia a regra mais importante.
Resolvi por um modo bem democrático e metódico que eu iria começar com F.H., sorteio com papéis, nada mais justo que esso. Fui no endereço marcado, mas não havia sequer uma casa no local, tinha um prédio lá. Alto, espelhado e sem a mínima aparência de ter uma coleção suspeita e misteriosa no terreno. Olhei por dentro, usando a desculpa de estar fazendo um trabalho sobre grandes edifício e só foi mostrar a identificação e apresentar o nome da minha famosa escola e ninguém se importou com a minha presença. No subsolo havia um estacionamento e uma pequena sala de supervisão. Conversei com os guardas e obtive bons resultados.
O prédio fora construído recentemente, cerca de quatro anos atrás, não havia nada no terreno quando a empresa o arrematou. Pertencia a uma garota, porém depois dela ter morrido por um mal subto, a prefeitura ficou de achar algum parente que herdasse, tanto a casa quanto as dívidas. Ninguém apareceu e leiloaram o imóveis para pagar o que ela devia. Sem sinal algum de coleção, o que já era esperado, visto que não havia motivos para ela fazê-la.
Com o intuito de diminuir o tempo perdido, resolvi verificar M.L.. Sua primeira casa não estava tão distante do local em que me encintrava, apenas dez minutos de caminhada. Passei em frente a minha antiga casa, instintivamente me lembrei dela, como antes na pesquisa sobre o lugar. A nostalgia me acertara e fiquei olhando por um bom tempo, lembrando de como era por dentro, parecia muito maior nas imagens que vinham a minha cabeça.
Vi meu tio, John, em um Natal, com bonecos de neve, pisca-piscas, uma senhora, Mei e Marco. Todos felizes eu entre eles, tudo tão distante, tão irreal para mim. Minha cabeça começou a latejar, recuperar a memória doía um pouco, mas o estranho era ter lembrado de algo de um passado muito longe. De quando era apenas um bebê, possivelmente. Na época em que Mei e Marco se amavam e não tinham brigado. Uma época feliz e por isso, e somente por esta razão, que eu me lembrava, isso não me magoava, nem um pouco.
Continuei meu caminho, deixando a calorosa sensação que aquela casa me dava. No portão do endereço que procurava havia um homem, com alguns fios brancos, um sobretudo escuro e uma maleta em mãos. Passei reto, sem fazer menção de ir à casa, porém quando cruzei por ele o ouvi balbuciar um nome.
- O que disse? - perguntei com simpatia.
- Nada de mais, Dan Ilun - falou sem humor se direcionando a mim - o que faz tão longe de casa?
- Nada em específico - respondi preparando para pegar minha pequena adaga na mochila, não o conhecia, mas ele sabia quem eu era.
- Nada de sangue, sua mãe é mais pacífica - falou colocando a maleta sobre o muro.
- Não sei quem você é... - afirmei retirando inteiramente a adaga de seu esconderijo - Você conhece a mim e minha mãe e ainda fica me seguindo, por que?
- Nada, por nada.
- Sem não mais a falar?
- Nada...
- Nada... nada... nada. Você vai continuar a falar nada até quando?
- Nada de educação também. Mei não fez um bom trabalho. Mande um abraço meu...
- Claro, o senhor nada lhe mandou um abraço mãe! - fociferei, me recompus e me redimi - Peço desculpas. Não entendo como você sabe tanto de mim e fica repetindo Nada no começo de todas as frases.
- Tudo bem eu lhe dou as respostas, mas primeiro saiba que a última pergunta não terá uma resposta direta.
- Entendido. Primeira como sabe o meu nome?
- Começo você desde quando foi a casa de Mei, conheço ela desde pequena. Digamos que ela é minha sucessora nos negócios.
- Você tem alguma ligação com M.L.
- M.L.? - perguntou sem me parecer realmente confuso.
- Quem morava na casa que estava na frente e deixou sua maleta.
- Eu era um grande amigo do pai dele - ele estava olhando para o céu, esperançoso - e em relação ao M.L. eu tinha quase que a mesma que tinha com Mei.
- O que sabe sobre as coleções?
- O mesmo que você, o arquivo que você copiou era meu e tinha um aplicativo que me diz quem e onde o baixasse.
- Hum... deste modo descobriu que eu fiz o download. Só há um problema.
- Que seria?
- Perda de memória, bati com a cabeça e não sei muita coisa sobre as pessoas.
- Quando for a hora você se lembrará. Alguma pergunta a mais?
- O que você sabe sobre a Foice Negra?
- Muito menos que eu gostaria...
- Isso não foi uma resposta e você nem sabe se é a última... - falei colocando as mãos nos bolsos da calça e voltando para a casa do M.L.
- Não foi a última e sim, foi uma resposta.
- Onde eu vou com a Foice Negras? O que vou conseguir procurando as coleções e investigando M.L.? - olhei para trás e o vi me seguindo até o local em que a maleta estava.
- Esta sim foi a última pergunta - falou empurrando a maleta para dentro da casa - não se esqueça de mandar o abraço para sua mãe. Não quero que ela diga que sou um péssimo padrinho.
- Mas eu tenho mais o que perguntar...
- Eu disse que a última pergunta não teria resposta - falou inesperadamente bravo - pelo menos direta.
- Ok então, farei uso das palavras. Me diga o que acha sobre os Albus! - gritei enquanto ele ia embora deixando a maleta para trás.
- Eu e M.L. achamos que eles deviam ser azuis. Mesmo sem falar um com o outro antes, foi bem engraçado.
- Obrigado pelas respostas, obrigado por ser o patrocinador misterioso - o que? O que eu estava dizendo.
- De nada. Não tinha perdido a memória?
- Essas palavras soaram mais naturais pra mim - respondi um tanto quanto confuso - falei dos Albus e me lembrei do livro e de que seria publicado por causa de um patrocinador misterioso.
- Só pessoas foram esquecidas? Curioso...
- Sim, pessoas próximas e o que fizeram, eu acho estranho e não curioso.
- Agora você sabem quem é o M.L. o que fará?
- Nada. O que você me disse praticamente no começo desta conversa o tempo todo.
- Até senhor Ilun... - falou realmente indo embora - faça bom uso das minhas palavras.
- Adeus Victor - eu ouvi ele rir e continuar - ou melhor tio Vic.
- Bela memória... - essas foram as últimas palavras que escutei dele antes de nunca mais o ver.
Voltei para casa me lembrando da conversa. Minhas lembranças estavam voltando, graças àquele desconhecido, cada palavra dele me ajudou muito. Lembrei dos Albus, uma personagem do livro feito por Marco, sempre imaginei como seriam e simplesmente soltei o assunto e ganhei uma ótima resposta. M.L. Marco Licht, o ex namorado da minha mãe e que por descobertas recentes ele era um semelhante a mim. Qual nome recebemos mesmo? Eshys, ele é um eshy.
Sabendo da verdade fiz o que Victor tanto me disse. Nada. Essa era a resposta para todas as minhas perguntas. Não há onde se chegar sem objetivos e como ele possivelmente conhecia Marco a bastante tempo sabia que ele não teria um coleção. No momento só faltava eu descobrir a senha do pendrive para analisar o que eu tinha sobre as coleções, minha missão era encontrar, pelo menos uma.
- Boa noite! - gritei ao entrar em casa, Marco possivelmente estaria lá também - Cheguei e estou indo para o quarto...
- Boa noite - responderam uníssonos e sairam da cozinha. Mei proceguiu - espera um pouco que a janta já está pronta.
- Ok - falei um pouco distante - Ah! O Victor te mandou um abraço...
- Você conhece ele? - Marco me perguntou e eu o olhei com uma expressão indecifrável - O que foi??
- Ele esta vivo é um bom sinal... - Mei completou - não sabia que o conhecia, nunca os apresentei...
- Na rua, ele disse que seria um padrinho ruim se não lhe mandasse um abraço - falei continuando o caminho que fazia.
- Não vai falar com a gente? - Marco questionou apoiando a mão em meu ombro - Faz tempo que não tenho notícias dele e parece que sua mãe também.
- Ele está normal - retirei a mão dele de mim e encostei na parede, inquieto - mais alguma coisa?
- Custa conversar? - Mei comentou se virando para a piada arrumando a pequena louça que acumulara.
- Não - retruquei subindo no balcão - o que querem falar?
- Você ainda não perdeu essa mania de subir ai? - minha mãe riu com a cena de eu estar inclinado para não bater a cabeça.
- Como assim? - Marco disse intrigado me olhando eu o ignorei - Ele sempre faz isso Anjo?
- Sim, a culpa é minha eu que o colocava ai - Mei estava com um olhar distante.
Observando minha mãe me perdi em pensamentos passados. Eu sendo levantado até a bancada e sentando lá para conversar. Na época os assuntos abordados eram de suma importância, qual seria meu próximo presente de aniversário, que dia iríamos ao cinema ver o filme novo, quem era o meu pai, por que eu não via mais Helena e Guilherme, se ei podia ir ao parquinho dentre outras coisas de criança.
Minha cabeça voltou a doer, me lavantei bruscamente e bati ela no armário. Tudo ficou preto, eu girava e alguns gritos ecoaram. Depois de pouco tempo escutei uma voz familiar, tio Jonathan:
- Surpresa!! Olha quem encontrei no caminh... Por quê Dan está no chão com gelo na testa?!?!
- Silêncio ele já está acordando - Marco o repreendeu.
- Com licença - Victor falou, eu estava levantando e o olhei tonto - se mantenha inteiro garoto se quiser suas respostas.
- Dan você está bem? - Mei estava desesperada, ninguém desmaia por bater a cabeça - Vamos para o hospital e...
- Não! - a cortei rapidamente ainda com a confuso - Estou bem, estou sem comer a um tempo por isso estou assim. Han... bem-vindo de volta tio...
- John? - Mei olhou surpresa a porta - John!! Você está aqui!

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