Capítulo 11

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Eu tinha duas escolhas, falar a verdade ou simplesmente mentir, e essa última opção tinha um amplo leque de ações. Podia dizer que não fui eu, que eu iria fazer uma surpresa e ela estragara tudo, ou outras que eram completamente idiotas. Escolhi, para uns a mais improvável de todas falar a verdade. Foi um erro me esquecer do monitoramento móvel, maldita tecnologia que ajuda os dois lados da moeda.

- Eu travei as câmeras e ocasionou dele estar passando e cortar o seu movimento - respondi tranquilo, a verdade, apenas a verdade podia me ajudar nessa, ou até me livrar - só isso.

- Sem maiores explicações? - perguntou sem conter certa ironia na voz e levando as comidas para a cozinha - Seria melhor me falar tudo, não é?

- Claro , por quê não? Tem um chip no seu computador e assim consigo travar ou congelar as imagens para eu não ser vigiado.

- E por qual motivo você não queria ser vigiado? - eu subi e sentei na bancada e a observei falar enquanto arrumava as coisas - Ok. Dan, você já sabe onde eu quero chegar, mas se preferir simplifico tudo. O que você fez enquanto estive fora?

- Regra de convivência. Eu não mexo nas suas coisas e você não mexe nas minhas, um objeto por um objeto. Minha faca por uma coisa sua.

- Então por isso você desligou as câmeras de segurança de casa? - perguntou se virando para mim e me viu sentado como sempre que queria falar algo, mas estava tranquila - Pode fazer a pergunta que você quer fazer, mas antes. Foi justo isso, eu peguei uma coisa sua e te mostrei, agora é a sua vez.

- Respondendo a sua curiosidade eu vou perguntar. Por que quando eu escolhi a data de 09 de maio para o meu aniversário você ficou estranha?

- Estranha como? - perguntou olhando para a direção da caixa de cartas - Eu não me lembro de ter ficadi assim, só um pouco confusa pela escolha da data e ela não ter nada de especial.

- Você está do mesmo jeito que antes. Nervosa, olhou discretamente para aquela caixa - apontei e ela não se deu o trabalho de olhar novamente - e eu ainda sinti suas variações de humor e sentimentos. E você consegue ver se a pessoa é boa ou não a primeira vista.

- Que belezinha - falou afagando meus cabelos e si acalmando - meu pequeno já cresceu e ainda sabe interrogar alguém.

- Mãe, eu tenho 13 anos já sou grande! - respondi sem realmente estar bravo, eu ainda era o mais novo da situação alem de não alterar a voz em conversas como essa - Gostaria que me respondesse a pergunta, por favor 'manhe...

- Tudo bem, eu te respondo, só não me responsabilizo pelas consequências. - acenei com a cabeça concordando e esperando que ela continuasse, mas antes verificou sei relógio - Aceito então, mas antes vá chamar Sam e At para gente jantar, te contarei depois.

Fiz o que me foi pedido, ninguém estava animado nesta fim de tarde. Sam continuava angustiada, porém era menos, talvez epa temesse que eu contasse seu passado para todos, mas eu não iria fazê-lo. No meio da janta, que era comida chinesa para pronta entrega, Samantha se levantou.

- Me desculpe Mei...

- Pelo o que exatamente? - perguntou minha mãe calma - Se eu não souber o que é não tem como te desculpar.

- Por ter mentido... - respondeu baixo, ela contaria tada a verdade sem preparar o terreno? - Na verdade, por ter encoberto uma coisa, eu não tenho mais uma mãe mas o resto é real - ela só contou uma parte do verdadeiro acontecimento.

- Tudo bem, agora sente-se estamos em casa e não em uma ditadura e coma antes que esfrie a sua comida.

Minha mãe tratiu tudo com naturalidade, uma conversa normal que se tem todo dia. Eu e At, em contra partida, estavamos estagnados, sem entender o que ocorria, ele estava com os pauzinhos (hashis) parados entre a boca e o prato. Eu recebia um olhar de indignação de Sam, só neguei com a cabeça e sai do estada paralizado, continuando a comer. Eu não havia falada para minha mãe sobre o passado dela, se ela descobriu foi sozinha e não por mim.

Acabamos de jantar e a pouca louça que tinha para lavar ficou por minha conta, não que eu odiasse fazer isso, mas era horrível ter que lavar a louça antes de descobrir um mistério. Terminei de arrumar a cozinha junto com a música que havia posto no celular, quem não gosta de ouvir uma boa música para distrair não é uma boa pessoa.

Fui para o quarto mais afastado da casa, também conhecido como escritório pessoal de Mei Ilun, para ter a conversa que eu tanto queria, eu gostava do Marco só não entendo por que terminaram. Chegando lá, a vi sentada de costas para a porta atrás de uma mesa de escritório, como aquelas famosas cenas dos filmes. Só que eu não estava tão ferrado como aqueles que estam nos filmes, pelo menos ainda não. Sentei na cadeira da frente e olhei para o monitor que se encontrava em cima da mesa, nela estava uma imagem minha subindo no armário da cozinha e pegando a caixa dela.

- Não preciso falar o que eu peguei, não é?

- Não, eu já sei. Na verdade já desconfiava que tinha sido algo em relação aquela caixa, nunca falo nada sobre qualquer coisa que esteja relacionado a isso é natural a sua curiosidade - sua voz estava pesada e um pouco triste.

- Mãe me desculpe, eu só queria estabilazar as coisas, uma sua e uma minha.

- No caso as duas foram minhas. Mas tudo bem um dia você teria que saber uma parte do meu passado.

- Se não quiser não precisa, posso ppr uma pedra nisso tudo.

- Será que pode mesmo? - não era mais uma conversa entre mãe e filho e sim de duas pessoas com a mesma posição - Não quer realmente saber mais coisas?

- Quero - afirmei, sem me importar se era o certo ou o errado.

- Entendido. Primeiro vou começar do mais simples o que você sabe sobre o meu passado?

Eu contei a ela tudo que sabia, sobre os anéis, sobre o relacionamento mal acabado com Marco que pode ter deixado, ou melhor, que deixou muitas marcas na vida dela. Contei sobre os pesadelos que ela tinha e que eu não entendia muito bem o que acontecia neles, mas nunca quis ir a fundo deles. E por fim, contei sobre saber da existência de um guia que é meu, mas nunca pedi para saber mais dele.

- Você quer saber aobre o que agora?

- Sobre esse tal guia que eu nunca tive acesso, já ouvi o tio John e o tio Gust falando sobre eles.

- Que Gust não te oussa o chamando de tio. - ela riu, mas logo voltou a ficar séria - Nós somos Eshys, uma raça diferente dos humanos, certo? - confirmei com a cabeça - Quando um Eshy mata os outros, ou se torna mal, ou fez coisas que não se orgulha muito é chamado de Akuma, ou adaptando do japonês, anjo caído.

- Então somos anjos?

- Somos apenas seres que possuem asas, mas as lendas aparecem mais no Japão. Penso que é por causa do nome eu estou fazendo pesquisas para saber de outros relatos em outros ppvos antigos. O Gustavo, ou Gust estava me ajudando quando você era pequeno, mas depois de um ocorrido cancelei a pesquisa e só a reabri agora.

- Por isso que os pais do Augusto foram para o Japão?

- Isso, voltando ao guia. Ele é um simples livro de capa dura vazio, mas quando se coloca uma gota de sangue de uma criança Eshy ele se enche e conta a história da espécie para que os guardiões saibam o que fazer conosco.

- O que é um guardião?

- Guardião é aquele que te protege, no seu caso eu, o meu é o John. Mas o seu era diferente, veio com algumas folhas em branco, por mais que o meu possa mudar não há uma folha inteira se que em branco.

- Ele pode mudar?

- Sim, com o passar do tempo ele se modifica, pelo menos o meu é assim. Não se sabe muito bem o que nós somos, por isso eu pesquiso tudo que acontece para saber.

- Então no meu há espaços em brancos, digo folhas inteiras?

- Sim e é bem maior que o meu ou de At...

- Espere um momento At também tem?

- Sim, mas está comigo os pais dele não queria que fosse parar em mãos erradas. O passado da família dele não é muito limpo...

- E o meu passado como é que foi? - perguntei quase inocentemente e senti um peso enorme no ar daquela sala.

A procura do AmanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora