Capítulo 8

218 17 3
                                    

Não achamos restisios dos pais da Samantha, nenhum ferido, nenhuma morte por causas naturais suspeitas, ninguém com os nomes deles. Sem nenhuma pista, mesmo assim ela continuou na minha casa, sua presença era boa e se algo de errado acontecesse teria três pessoas para pará-la.

At ficou no seu quarto de sempre, Sam no quarto de treino e eu e minha mãe em nossos quartos. Apesar de saber que a asa dela estava machucada não pude ajudar, ela não queria e eu não insistia, mas deixava analgésicos e pomadas que ajudavam na cicatrização.

Pelo menos eles não estavam mais lá de manhã quando eu acordava para arrumar o quarto, que virou minha função eu que a trouxe eu que cuide da sua hospedagem. Elas se tornou alguém de casa, apesar das dúvidas, suas necessidades foram supridas por nós, as físicas, pois as mentais pouco sabíamos.

Minha mãe conseguiu uma vaga para Sam na escola, com mesmo esquema que eu e At, indo a escola durante o dia e depois voltava para casa. Segundo ela seria mais fácil de reparar a verdade na história dela, mas eu que teria que observar isso. Cada vez que eu tocava no assunto ela se angustiava e trocava de conversa, não seria fácil obter a verdade, mas eu tinha que consegui-la.

Para sorte, ou azar, dela teríamos aula de esgrima e luta de espadas, com o professor Gabe. Eu era o aluno exemplar da aula dele, possivelmente ele nem se lembrava que eu peguei a faca, ou não se importava. Não era muito plausível esta explicação, mas porque não acreditar? Ele me tratava normalmente, sem discórdias de ambas as partes.

Como uma comemoração de boas vindas a aluna nova, Gabe pediu para lutar contra ela. Seria uma luta com katanas de madeira, com total de 5 pontos e locais válidos pré determinados. Seria tranquilo se Sam não fosse canhota e só puder usar a mão direita como base de ataque, a mão que se usa para se ter o equilíbrio certo no ataque.

A luta começou e as defesas dela não era tão ruins, mas os ataques eram incompletos. Não é difícil mudar de mão quando se luta, mas na primeira vez que se faz isso é complicado, como se mudasse de mão que segura o talher. No começo é difícil, mas logo nos acostumamos e conseguimos fazer um trabalho melhor.

Primeiro ponto marcado, feito pela Samantha, foi lindo, uma estocada no peito dele. Para os olhares mais atentos perceberam que ela utilizou a mão esquerda para o ataque e logo depois trocou novamente a mão. O olhar de Gabe mudou quando foi tocado, para ele a honra pode ter sido ferida, não precisava de ser alguém diferente para perceber que a raiva emanava dele.

Se separaram e a luta recomeçou. O ritmo mudou completamente, os ataques de Gabe eram consecutivos, ninguém que estava no recinto conseguia perceber o que estava acontecendo ao redor, somente naquela luta que nos deparavamos. Os ataques não eram focados, vinham de todas as direções e Sam de defendia bem, nenhum ponto foi marcado por Gabe. Sua raiva aumentava de acordo com o número de defesas feitas pela Samantha.

Gabe atacou pela esquerda favorecendo a defesa dela, mas como a sua força é maior o toque das espadas não foi suficiente para parar o golpe. Dois passos para trás foram dados por ela enquanto ele se equilibrava do desfaque súbito sofrido, um ataque podia ser tanto certeiro como a sentença a perda de um ponto.

Mesmo com as costas desprotegidas Gabe poderia atacá-la por baixo, como a experiência dele era maior devia ter deixado esta abertura propositadamente. Samantha entendeu as reais intenções do seu professor e não atacou, esperou ele recuperar a base dos pés e a nova investida.

Ele não estava mais se comportando mais como um professor que tenta ensinar seus alunos e sim um assassino tentando matar aquela a sua frente. Contudo a garota na frente dele era boa, mesmo sendo obrigada a usar sua mão ruim para estabilizar os golpes.

Durante a luta percebi o motivo dela usar livas sem dedos, o atrito entre a luva de couro que ela usava contra o cabo da katana revestido com cordas ajuda a manter firme a espada. Evitando também que o suor atrapalhe no meio da luta, bem prático para ela e usá-las o tempo todo podia se justificar pela faca que trazia em sua mochila.

Pela mochila pertencer a minha mãe ela tinha um compartimento para guardar lâminas, superproteção, segundo ela era culpa do trabalho. Dentro deste lugar tinha uma pequena adaga, não que eu estivesse mexendo na bolsa dela enquanto ela lutava, só que senti algo estranho dentro da bolsa.

O último ataque foi desferido, mas este não estava direcionado à área demarcada e sim ao tornozelo. Seria um golpe duro, a força utilizada era maior que necessária, a raiva tinha apagado a posição de professor da mente de Gabe. Quando o golpe seria desferido houve um apagão e o som de algo ou alguém caindo.

As luzes foram acesas e vi minha mãe com sua katana em mão, mas ela também estava fincada no chão. Samantha estava no chão caída sem entender o que estava acontecendo. Gabe estava com sua espada de madeira cortada e se assustou quando viu quem estava em sua frente.

- Parece que você ainda não aprendeu a conviver com sua raiva, não é Gabe? - murmurou Mei.

- O que você está fazendo aqui? - gritou ele se levantando.

- Vim fazer um visita para meu filho e Sam, mas parece que eu recebi mais do que um olá.

- Não interessa, você invadiu a minha aula, com um objeto que oferece riscos aos meus aluno e danificou materiais da escola. Tanto o chão quanto a katana de madeira.

- Minha espada oferece riscos aos seus alunos? E o golpe que iria dar na garota? - respondeu serena - Sei como iria acabar, talvez fosse pior do que quando fez comigo. Ou você queria terminar o serviço?

- Do que você está falando?! Eu não assuntos com a família dela! - ele tampou a boca e logo proceguiu - A aula terminou, todos dispensados. Espero que tenham gostado da apresentação.

Todos saíram da aula contentes, dizendo que aquela fora a melhor aula, que os efeitos especiais foram muito legais. Contudo uma coisa os intrigavam, o por quê de haver algumas penas no local e as luzes ter sido apagadas. Para mim estava claro.

Minha mãe estava observando a aula quando percebeu que algo de errado aconteceria, desligou as luzer, voou para entre os dois e defendeu o golpe. Depois a luz foi acesa por um dos alunos presentes. Eu junto de At e Sam fomos expulsos da sala pela minha mãe ela teria uma conversa particular com o antigo colega de escola.

- Então você tem negócios com a família dela? - foi a última frase que eu escutei antes de At gritar para carregar Sam até a enfermaria por lesão na perna e sua teimosia de querer ir andando até lá.

-*-*-*-*-*-*-*-
Oie, gostaram? Eu acho, só acho, que a Sam da trabalho. Olha se vocês quiserem saber o que o Gabe fez com a Mei no passado é só da uma olhada na minha outra estória* (Caçadora de Asas) capítulo 10 - O preço da Raiva.
Bom então é isso, Beijos e até o próximo capítulo ^-^

*estória - neologismo de Guimarães Rosa, usado para denominar histórias fictícias. :3

A procura do AmanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora