Capítulo 17

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   Paramos em um campo aberto que fica no meio de um parque distante da cidade, não havia ninguém nele, mas At não parecia se importar com isso. Ele não pousou como sempre, suave, estava mais para uma queda. Começou a socar a grama, tenho dó de quem seria acertado por eles, a grama se soltou do chão devido a força colocada.

   - At...

   - Pra que você me seguiu? - perguntou com a voz falha - Veio ver meu estado?!

   - Só vim te ajudar...

   - Como? Somos fracos, eu sou fraco... minha família está lá feridos e eu aqui, você não sabe o quanto daria para trocar de lugar com eles!

   - Sei sim, mas podemos encontrar quem fez isso com eles, só me de um tempo pelo menos para achar onde eles realmente estão.

   - Você sabe quem foi?!?! - perguntou afobado me segurando pelos ombros me fazendo ver o ódio e esperança lutando em seu olhos.

   - Sei, mas não sei onde estão. Vamos para casa e depois que eu os encontrar.

   - Ok, você sabia que fica muito estranho com essa camisa no pescoço - comentou tentando rir da situação.

   - Pelo menos eu não rasguei a minha como você.

   Augusto pareceu notar só neste momento que rasgara a camisa que usava. Nossas asas tem uma ligação enorme com o sangue então quando ele ficava nervoso e retirava o protetor, ele parava de circular e ia para as asas e essas o machucavam, pois rasgavam, não só as roupas, mas ele próprio também.

   - Putz, At suas costas estão sangrando!

   - Agora me diz uma coisa que eu não sei... - falou suspirando, o cansaço o alcançou.

   - Achei a solução para um dos seus problemas...

   - Qual? - perguntou se interesse.

   - No problema de falta de sangue para seus pais, você pode doar, às vezes essa tal herança não seja tão ruim.

   - Diz isso porque não sente o que sinto quando tiro meu protetor nessas horas, é como se várias pessoas me agorasse, o peso de muitos sobre as minhas asas e por isso elas saem me rasgando.

   - Me desculpe, vamos para casa? Lá eu cuido da suas costas.

   Ele assentiu e voltamos, ficamos o caminho inteiro em silêncio, At não tinha expressão alguma, estava muito indiferente a situação. Isso significava que ele estava pensando, só não sei se seria uma boa pensar neste momento. Já em casa, Mei preferiu que todos dormissem no mesmo quarto e como o de Sam era maior, por ser feito para treinos, fomos para lá, como se um dos quatro conseguissem dormir.

   No outro dia fomos para aula e Mei nos levou de carro, mas fingia estar tudo bem. Conversamos sobre utilizar o sangue de At para doar aos seus pais e ela concordou e achou que daria certo, mas sem mencionar os FN's. Na aula de matemática teríamos geometria espacial e usaríamos os computadores e eu como excelente aluno que sempre presta atenção não era supervisionado constantemente durante a aula.

   Coloquei meu pendrive e comecei a achar indícios de onde os FN's estariam. Dos alunos da lista apenas três ainda estudavam lá, os outros sairam por razões misteriosas, e por coincidência quem ficara eram quem mais gostavam de Gabe. Por alguma razão eles também não moravam na escola e com um pouquinho de conhecimento a mais na informática consegui descobrir onde moravam pelos registros da escola.

   Eles moravam em um prédio, mas lá não era um prédio residencial, era o local de escritórios e de lutas durante a noite. Moravam em um dos piores bairros da cidade, e os três no mesmo local e junto com Gabe, pelo menos era o que constavam os registros escolares, se alguém poderia saber onde os FN's estavam seriam eles.

A procura do AmanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora