Ataque

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Draco voltou para casa naquela noite com uma estranha sensação de estar sendo seguido quando aparatou no seu bairro. O loiro andava rápido arrumando seu capuz enquanto olhava de canto de olho a rua vazia.

Parando em frente a uma casa aparentemente normal olhou em volta uma última vez antes de entrar.

- Draco… - O loiro se assustou ao ouvir a voz baixa de seu padrinho e se virou vendo-o sentado em uma poltrona na sala de estar com um livro de poções em mãos. - Está pálido, o que ouve?

- Nada, apenas uma sensação estranha. - o loiro colocou sua bolsa em cima de um móvel da sala - Onde está Scorpius?

- Está dormindo... já é tarde - Severus largou o livro na mesinha ao lado da poltrona e agora olhava para Draco com um olhar preocupado. - Draco eu já estou sabendo do que aconteceu a Narcisa, eu sinto muito, sei que apesar de tudo você amava sua mãe. - Draco caminhou lentamente sem responder sentando-se numa poltrona de frente para Severus, encarando o fogo já quase apagado na lareira, sem querer olhar para seu padrinho - Você sabe que eles virão atrás de vocês, não sabe? Você é um ex-comensal e Scorpius é o garoto que eles procuram, o menino da profeci…

- Não, ele não é. - Draco levantou-se bruscamente da poltrona um pouco alterado, não queria falar sobre aquele assunto. Tudo que queria era que seu filho crescesse como uma criança normal sem profecias ou comensais o perseguindo.

- Não levante seu tom de voz comigo garoto, sei que não quer aceitar mais se não fossem as poções que administro, a magia de Scorpius seria sentida a quilômetros, ele é poderoso e eles sabem disto.

- Eu vou ver meu filho - Draco subiu as escadas sentido o olhar gélido de seu padrinho em si, ao entrar no quarto do Scorpius viu seu garotinho abraçado ao coelho marrom claro que havia ganhado de Snape. Diferente do que esperava, seu padrinho era extremamente carinhoso e preocupado com o Scorpius.

- Eu vou proteger você, eu prometo. - Draco deu um leve beijo no topo da cabeça do pequeno que estava na cama e ficou a observá-lo enquanto dormia.

Scorpius tinha apenas três anos e era praticamente a sua cópia, exceto pelos olhos, que eram verdes e lhe lembravam sempre de Potter e do seu medo de ter seu segredo revelado.

Já havia se passado um longo tempo quando Draco decidiu que estava na hora de descansar também, seu corpo doía e ele precisava urgente de um banho, mas ao entrar no seu quarto sabia que não iria ter sossego ao ver Severus perto da janela de costas para a porta.

- Eu os vi. Hoje, mais cedo, um deles nos seguiu quando eu o trouxe da creche e também havia um antes de você chegar parado lá fora - Draco havia congelado na porta.

- Vamos embora assim que possível!

- E para onde pretende ir sem chamar atenção? Eu ainda acho que Potter...

- Não vamos falar nada a ele. - Draco agora se encontrava levemente exaltado.

- Não podemos confiar em "amigos" nem em outros aurores, mas Potter é alguém que podemos confiar Draco - Severus se virou para o mais novo observando enquanto o mesmo suspirava entrando de vez no quarto e fechando a porta. - Ele pode proteger o Scorpius e você sabe disso Draco.

O loiro iria começar mais uma das monótonas discussões sobre aquele assunto, mas foi interrompido por um barulho de vidro sendo quebrado e um grito de Scorpius. O loiro não pensou duas vezes e correu para o quarto de seu filho.

Draco entrou no quarto logo empunhando sua varinha, Scorpius estava sentado na cama abraçado ao seu coelho enquanto chorava assustado. Pelo quarto, brinquedos, livros e outros objetos voavam de um lado para o outro, os móveis tremiam e as luzes piscavam incessantemente.

Draco sabia que aquilo era a magia de Scorpius se rebelando em meio ao medo, os dois comensais que haviam entrado no quarto do garoto se encontravam jogados do outro lado do quarto, mas logo se levantaram começando a atacar o loiro e Snape que se encontrava logo atrás. Um deles tentou atacar Scorpius, mas foi arremessado por Draco com um feitiço em direção ao guarda roupa quebrando o espelho que ficava na porta do grande móvel de madeira. Snape havia acertado o outro comensal que caiu desacordado.

Vendo que não conseguiriam pegar Scorpius, pois sua magia o protegia, o comensal que ainda estava consciente pegou o colega que se encontrava no chão aparatando para longe.

- Scorpius. - Draco correu até seu filho o abraçando entre seus braços e acariciando seus cabelos. - Tá tudo bem amor, papai ta aqui, ninguém vai te machucar - a criança que ainda estava assustada finalmente começou a se acalmar fazendo a luz parar de piscar e os objetos que voavam caírem no chão.

- Vamos sair daqui, eles irão voltar - Draco balbuciava ainda abraçado ao seu menino temendo perdê-lo, balançando-o com carinho. - E para onde iremos?

- Não se preocupe, eu sei de um lugar onde estaremos seguros por um tempo. Faça a mala do Scorpius, eu irei arrumar o resto. - Severus saiu às pressas do quarto deixando o loiro que logo se levantou com o menor em seu colo e usou sua varinha para fazer a mala e a diminuir guardando em seu bolso, após pegar tudo que seria necessário, refez a magia de proteção da casa para atrasar os comensais e desceu para a sala de estar esperando Snape.

O mais velho não demorou a descer e ir até os dois segurando a mão de Draco.

- Para onde vamos? - perguntou preocupado e Severus apenas lhe pediu para que confiasse nele. Aparataram até um campo vazio onde se encontrava uma estranha casa de madeira alta.

- Esta é a casa da… - Draco olhava a grande construção enquanto seguia Snape em direção a mesma.

- Andrômeda. - Snape bateu na porta que logo foi aberta pela mulher ainda de pijama, com um casaco grosso e seus cabelos castanhos com algumas evidentes mechas brancas pela idade e levemente bagunçados.

Fruto de uma noite de inverno.(finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora