Segredos e sonhos quentes.

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Hermione olhava seu amigo deitado na cama de hospital já indignado após uma semana naquele quarto, alegando que estava ótimo e queria voltar ao trabalho, mas o médico havia dito que ele só teria alta após os exames e ainda assim teria que ficar de repouso por alguns dias.

- O que o ministério descobriu sobre o caso? E por que Malfoy não voltou ao hospital? - Harry sempre arrumava um jeito para falar de trabalho, isso o mantinha ocupado e distraído.

- Bem... eles foram atrás do Malfoy, mas a casa havia sido abandonada. E Harry... havia um quarto infantil na casa que estava totalmente destruído e foi estranho, pois era o único cômodo da casa naquelas condições, o que nos levou a crer que houve uma briga lá.

- Uma briga? Será que os comensais o encontraram? - O moreno tinha uma expressão franzida em preocupação - Mas, por que teria um quarto infantil na casa do Snape? A informação que temos é que Snape não teve filhos e nem o Draco - Harry tentava imaginar por que Malfoy teria um quarto infantil.

- Na verdade Malfoy tem sim um filho. - A morena se segurou para não rir da cara de surpresa que seu amigo havia feito.

- Mas como? Se ele tivesse o ministério saberia disto. - O moreno parecia bastante intrigado com a situação.

- Bem Harry, na verdade há uma explicação para o ministério não ter tido informações sobre essa criança até hoje. - a morena bebeu um gole do seu café antes de continuar. - Depois do nosso último ano em Hogwarts, Malfoy foi deserdado e o sobrenome dele passou a ser Black, mas poucos sabiam disto. Ele saiu do país com Snape para se formar em medicina bruxa a um pouco mais de 3 anos e voltou para Londres há exatos dois anos após receber uma oferta de trabalho... nós conseguimos depois de muita burocracia os papéis do nascimento do filho dele, mas lá não consta o nome da mãe, o parto foi feito em casa e a parteira que fez o parto faleceu a seis meses atrás.

- Mas porquê o Malfoy digo Black.... você entendeu. Porque ele iria querer esconder essa criança do ministério de Londres - Harry não conseguia entender por que Draco escondera isso e não se lembrava de Draco ter tido algum relacionamento levando em consideração que esse tipo de coisa estaria na primeira página dos jornais. - Não acho que ele iria simplesmente manter a privacidade da família e um filho fora do casamento? Isso estaria na primeira página dos jornais.

- Sim Harry isso tudo é muito estranho, mas...-a garota olhava sua xícara com um certo receio.

- Mas? - Era difícil pensar que poderia ainda ter mais no meio daquela história.

- Alguns aurores do ministério estão criando teorias absurdas de que Malfoy possa estar envolvido com esses comensais.

- Que? - O moreno se exaltou como poderiam achar aquilo. - Hermione, o Malfoy nunca quis entrar para os comensais ele foi obrigado a fazer aquilo não a porque ele querer voltar a ser um deles.

- Eu sei Harry, e esse é o problema, eu sei, você sabe, mas eles... eles não sabem. Tudo que eles sabem é que a família Malfoy foi um Pilar para Voldemort. - O moreno se encostou na cama ainda indignado com o que estava escutando, não que Harry se importasse com Malfoy apenas não eram acusações justas. - Harry eu tenho que ir, tenho que voltar ao trabalho prometi ao Rony que iria voltar cedo...você sabe nosso casamento tá meio complicado - a mulher se levantou da cadeira com um semblante triste. Pegou sua bolsa e depositou um beijo na testa de seu velho amigo. - Te manterei informado das novidades do caso, aproveite esse repouso. Você precisa. - Harry apenas acenou enquanto a morena se afastava e saia pela porta branca deixando o moreno a sós naquele silencioso quarto.

***********

O Dr. havia dado alta a Harry aquela tarde, mas o mesmo teria que ficar em casa de repouso por uma semana isso sem falar naquele maldito gesso, pois os medibruxos não conseguiram deixar sua perna 100% boa, mas só de poder sair daquele lugar já se sentia bem melhor.

- Então o que vai fazer já que tem uma semana livre do trabalho? - Rony havia ido ao hospital para buscar Harry e agora os dois estavam andando pela rua em direção a mansão Black. - Quer ir beber algo? - Rony abriu a porta da mansão entrando sendo seguido por um Harry de muletas.

- Não posso beber Rony eu estou tomando remédios - Rony tentava ajudar o amigo como podia, mas não era muito bom naquilo. Harry subiu as escadas com certa dificuldade. Ao chegar em seu quarto se jogou na cama sentindo um conforto enorme por estar na sua cama e não na de um hospital.

- Você quer ir pra a'toca ou lá pra casa? - O ruivo se sentou na cama vendo o amigo olhar o teto.

- Não. Ainda é difícil ir a'toca depois do que aconteceu e o Alvo está acampando então não há motivos para ir lá. - Harry sempre ia nos feriados e datas especiais para a'toca ver o filho mesmo não se sentindo bem junto aos Wesleys, ainda mais se a sua ex-mulher estiver por lá. - Vou para casa da Andrômeda, quero ver o Teddy, não o vejo a um bom tempo. Vou aproveitar essa "folga do trabalho" para ver meu afilhado.

Quer ajuda? - Rony não iria admitir, mas queria que o amigo fosse a'toca, pois sua irmã estava lá. Ele ainda tinha esperança de que os dois voltassem, apesar de não sabe exatamente o motivo da separação.

- Não precisa eu vou amanhã pela lareira. - Harry se sentou na cama com a perna esticada sentindo seu estômago roncar.

- Eu vou preparar algo para você comer. Se você tiver algo comestível nessa casa .- Harry sorriu para o ruivo que saiu do quarto.

Rony foi até a cozinha e começou a procura por algo comestível, mas achou apenas macarrão. Então fez um macarrão com alguns temperos que estavam sobre o balcão, subiu ao quarto e entregou um dos pratos ao amigo que comeu o elogiando. Rony era bom na cozinha, ele gostava de cozinhar tanto quanto gostava de comer.

Após uma boa refeição, os dois conversaram por um bom tempo até se verem calados em um quarto silencioso com Harry lendo um livro que Hermione lhe dera - Você pode ir pra casa Rony, não precisa dormir aqui. Sei que você e Hermione não tem muito tempo juntos por causa do trabalho dela e hoje ela ia sair cedo para ficar com você.

- Mas e você vai ficar bem sozinho? - Rony se encontrava jogado na poltrona ao lado da cama com o prato vazio ao seu lado.

- Claro, é só uma perna engessada, não se preocupe. Qualquer coisa eu aviso. - o ruivo olhou o amigo preocupado. - Se precisar de ajuda eu mando um patrono urgente. ok?

- Ok Harry - Rony um pouco relutante se levantou pegando o prato, se despediu do amigo e passando pela cozinha lavou o prato rapidamente e saiu para a noite fria, mas não sem antes garantir que o mesmo realmente ficaria bem e deixar um lanche para o moreno comer.

Harry passou o resto da noite tentando ler o seu livro, mas tudo que Hermione havia lhe falado sobre Malfoy no caso agora Black rodeava sua cabeça.

Naquela noite Harry sonhou com a única vez em que ele e Draco estiveram juntos, a lembrança era embaçada e confusa, havia bebido demais, e o sonserino também, mas se lembrava do gosto dos lábios, da pele macia e de seus gemidos manhosos.

*******

Harry acordou na manhã seguinte com uma leve dor de cabeça e uma ereção, o que o deixou irritado consigo mesmo. Se esforçou para levantar e tomar um banho o melhor que podia por conta do gesso, vestiu uma calça de pano solto cinza, pois as outras não iriam entrar pela perna engessada e uma blusa preta com um casaco preto.

Usou a varinha para fazer a mala e a diminuiu a colocando em sua bolsa, desceu com certa dificuldade para a cozinha com o auxílio de duas muletas ,para tomar seu café é logo em seguida foi a lareira, pegou o pó de flu e disse o nome da casa da Andrômeda jogando o pó na lareira.

Em um piscar de olhos Harry se encontrava em frente a um lareira menor e ao sair deu de cara com um sala cheia de brinquedos e Teddy brincando de duelo com um menino mais novo de cabelos loiros quase brancos, pele pálida e olhos extremamente verdes, os dois corriam pela sala com varinhas de brinquedos que lançavam feixes de luzes. Harry tinha uma estranha sensação, aqueles olhos lembravam alguém.

O moreno foi tirado de seus pensamentos ao escutar o som de algo quebrando, olho para o lado vendo um prato de biscoitos quebrado no chão aos pés de alguém, subiu os olhos pelas pernas até chegar ao rosto do culpado e fitou os olhos cinzas que lembrava com perfeição, que naquele momento, lhe devolvia medo e surpresa no olhar.

Fruto de uma noite de inverno.(finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora