Paraíso

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Pessoas andavam de um lado para o outro correndo contra o tempo sempre apressadas. Era mais um dia de inverno  em Nova York e John tinha um jornal na mão e um cigarro na outra sentado em uma mesa do Pete's Tavern.

-Droga, ela vai se atrasar de novo. – lamentava John olhando para a rua até que viu uma jovem baixinha correndo desesperada através da 129 East 18 th com seus cabelos amarrados e usando óculos.

-Até que você fica bem de óculos Jessica. – disse John rindo quando Jessica chegou.

-Melhor corrermos, a entrevista é daqui a pouco. – disse a moça tomando um café as pressas.

Depois de uns dez minutos os dois saíram do restaurante e John levou Jessica no seu carro para uma entrevista de emprego que ela faria. John ficou em uma sala de espera enquanto Jessica estava em uma fila que tinha três pessoas além dela. John não tinha muita paciência para esperar, então resolveu dar uma volta no quarteirão. Ele estava feliz com sua nova vida e as coisas estavam dando certo entre ele e Jessica e agora com um emprego novo no restaurante, tinha se afastado da vida do crime. 

John viu uma barraca de cachorro quente e se aproximou para comprar um . Quase não teve tempo de comer nada no Pete's Tavern por causa do horário. John comia tranquilamente seu cachorro quente, quando viu a alguns metros de onde estava um homem caminhando em sua direção com um chapéu e a mão dentro do bolso do paletó. John rapidamente empurrou o senhor que vendia o cachorro quente para atrás do carrinho e se abaixou enquanto o homem sacava uma pistola e começou a atirar.

-Fica abaixado cara. – disse John para o homem da barraca. Enquanto pegou uma bandeja do carrinho e jogou no atirador para distrair e saiu correndo em direção a umas árvores que ficava em um parque. Pessoas próximas ficaram em pânico e corriam de um lado para o outro. 

John corre, mas continua sendo perseguido pelo homem. Depois de correr vários metros se esconde atrás de uma árvore e olha cautelosamente e não vê nada. Respira fundo e volta para trás da árvore olhando para cima e percebe um vento frio de inverno e pequenos flocos de neve que começam a cair em sua cabeça. John olha a sua volta e anda devagar. Não se ouve mais gritos, apenas algumas crianças do outro lado brincando com a neve e alguns velhos e jovens andando por uma pista no parque. Ao se virar John dá de cara com a pistola na sua testa e o homem que está de chapéu, revela seu rosto. John começa a suar frio quando percebe que o atirador é Tom Wilson, o mesmo homem que tinha matado os pais de John e que tinha sido morto por John há muito tempo.

-Está surpreso em me ver rapaz. O que foi? O gato comeu sua língua? – perguntava Tom Wilson.

-Você deveria estar morto seu desgraçado. – disse John agora com a frieza de outros tempos.

-Resolvi te fazer uma visita. Temos contas a acertar e agora chegou a minha vez de dar o troco. E só pra avisar, dessa vez vai ser pessoal amigo. – disse Tom atirando na cabeça de John. 

Tudo fica escuro e John não enxerga mais nada. Até que luzes começam a aparecer e John parece estar na sua casa em Elizabethtown. Está em sua cama e sua mãe aparece trazendo uma bandeja com café e biscoitos.

-Coma tudo para se recuperar dessa febre logo. Pois amanhã você vai pra escola. – disse a mãe dando um beijo na testa onde sentia uma dor que queimava por causa da bala, mas sumiu com o beijo da mãe.

-Eu tive um pesadelo estranho mãe. Sonhei que levava um tiro. – disse John para sua mãe.

-Já falei pra você parar de assistir esses filmes violentos. Você não tem idade pra ver essas coisas. Descanse que agora eu tenho muito que fazer.

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