John Parte 2

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Quinze anos depois em 1998, o menino agora era um homem de vinte anos que tinha apenas uma coisa em sua cabeça. Matar Tom Wilson e qualquer um que fizesse parte do grupo dele. 

Durante os últimos anos, vários dos capangas de Tom foram sendo mortos. Tom achava que eram grupos rivais que estavam eliminando seus homens. John agia de maneira discreta na maioria das vezes e tinha se tornado um assassino frio. Ele não descansaria enquanto não matasse Tom Wilson. Mas agora Tom Wilson tinha se tornado um dos chefões e era cada vez mais difícil chegar perto dele, pois estava sempre protegido. Mas um dia em uma festa de uma inauguração de um de seus muitos estabelecimentos em Chicago, Tom não estava com tantos seguranças e John viu que essa era a oportunidade que esperou por quinze anos.

Depois de beber muito, Tom saiu com duas mulheres e foi para um quarto no segundo andar. John que estava disfarçado de garçom o seguiu. Tom entrou no quarto e se deitou com as duas mulheres, que também estavam bêbadas. John o seguiu até o quarto. Do outro lado da porta se preparou e olhou a sua volta para ter certeza que não tinha ninguém por perto. Apenas um homem estava do outro lado do corredor, mas não parecia ser um segurança, então John não se importou e continuou seu plano. Abriu a porta sem fazer barulho. No quarto estavam peças de roupa jogadas para todos os lados e ouvia risos e gemidos do lado esquerdo da porta, onde estavam Tom e duas mulheres na cama enrolados no meio dos lençóis. Mas a diversão de Tom Wilson acabou quando seus olhos foram de encontro à pistola com silenciador que John carregava.

-O que é isso cara. Quem você pensa que é? – dizia Tom rindo para John que continuava apontando a arma para ele.

-Melhor vocês saírem moças. – dizia John se aproximando da cama enquanto as moças correram nuas e desesperadas e junto com elas também ia embora o sorriso de Tom. 

-O que eu fiz pra você rapaz? Podemos conversar. Posso te dar muito dinheiro.

- Você disse para a minha mãe que não era pessoal, mas eram só negócios e atirou nela.

- Espere, está enganado, não matei sua mãe.

- Quinze anos atrás, você se esqueceu, mas eu não esqueci nenhum minuto e agora é a sua vez. Mas agradeço por ter matado o meu pai Herman. Pois acho que se você não fizesse isso, eu mesmo faria um dia.

- Espere, por favor, não faça isso! Eu sinto muito, mas tinha que fazer aquilo. Ela tinha visto tudo e não poderia deixar ir. – gritava Tom.

- Acho que no fundo ela nunca amou aquele verme e provavelmente não falaria nada. Você cometeu o maior erro de sua vida e agora chegou a hora de pagar. E o nome dela era Gaby e isso é muito pessoal, Tom Wilson! – disse isso e disparou vários tiros no rosto e no peito de Tom Wilson que caiu sem vida.

Depois disso John saiu pela janela e desapareceu na noite sem deixar rastros.

Aquilo que John buscou por toda sua vida tinha sido alcançado, mas agora tudo o que ele sentia era um imenso vazio. Nas suas noites em claro quando ficava diante de si mesmo com seus pensamentos torturando sua alma, faziam sentir que sua vida não tinha sentido. John teria que buscar sentido de alguma maneira.

Andando pela cidade de Nova York um ano mais tarde, John ia tranquilamente para seu novo emprego em um restaurante, quando viu em um beco uma mulher sendo atacada por um assaltante com uma arma. John não pensou e correu para o beco e desarmou o homem com um golpe rápido em sua mão e depois deu um soco no estômago. Seus anos em busca de vingança tinham lhe dado muitas habilidades. O marginal se assustou e correu.

- Nossa, muito obrigada, você foi muito corajoso! – dizia a moça admirada com a atitude de John.

-Não foi nada. Melhor tomar cuidado e não andar nesses becos. – disse John saindo sem nem ter olhado direito na moça. John sempre fugiu de relacionamentos com pessoas. Mesmo amizades não lhe interessavam muito. Ele não queria ter vínculos com ninguém. Depois que sua avó morreu há quatro anos, ele se isolou mais ainda e quase não parava em emprego nenhum e sempre  mudava de cidade. Ele sempre achou que criar raízes seria um ponto fraco.

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