A Estrada

O Caminho Tenebroso

Já era manhã e o sol aparecia entre muitas nuvens e uma leve brisa soprava pela estrada. Hank tinha acordado cedo. Saiu um pouco lá fora e observava os poucos carros que passavam pela estrada. Amanda ainda estava dormindo. No outro quarto, Zelda começava a abrir os olhos e viu a outra cama vazia. Deu uma olhada no banheiro para ver se Abigail estava lá e nada encontrou. As roupas de Abigail estavam na mala em cima de uma cadeira. Zelda deu uma olhada pela janela e viu apenas Hank dando uma volta perto da estrada. Talvez ela estivesse no quarto do Hank conversando com Amanda, imaginava Zelda. Ela ainda estava com a imagem daquela mulher olhando para ela através da janela. Aquele olhar sem vida e com certo desespero não saia da sua cabeça. Por alguns segundos quando acordou, Zelda achou que aquilo tivesse sido apenas um pesadelo, mas quando se deu conta de que aquela visão realmente tinha acontecido, sentiu calafrios. Zelda foi trocar de roupa e enquanto procurava uma calça, viu pela janela Hank que andava lá fora próximo da estrada.  Depois de se arrumar, foi lá fora e se aproximou do rapaz que estava abaixado e olhando para o chão. Ele olhava fixamente para o que parecia ser manchas de sangue perto da estrada.

-O que aconteceu aqui Hank?-perguntou Zelda.

-Não faço ideia. Avisei o dono do hotel e ele chamou a polícia. –respondeu Hank quando chegava do lado esquerdo da estrada um carro da polícia. O carro estacionou e saíram dois policiais que foram recebidos pelo dono do hotel.

-Acho melhor nós entrarmos e deixar que façam o trabalho deles Zelda. Por que você não chama a Abigail para conversarmos um pouco? Acho que Amanda já acordou. – disse Hank a Zelda que ficou olhando espantada para Hank.

-Eu pensei que Abigail estava com vocês no outro quarto Hank.

-Então ela deve ter saído para dar uma volta. Por que não liga para o celular dela Zelda?

-Tudo bem, parece uma boa ideia. – falou Zelda pegando o celular e ligando para sua amiga. O celular tocou várias vezes e a cada toque a expressão de Zelda ficava mais angustiada. Hank percebendo que Zelda estava nervosa levou a moça para dentro e tentou acalmá-la.

A moça começou a ficar desesperada e ficava olhando para a estrada na esperança de ver Abigail. Hank a levou para o quarto onde estava Amanda.

Amanda tinha acordado com o barulho do carro dos policiais e ficou assustada com o estado de Zelda. Assim que entrou, Hank pegou um copo de água.

- Tente se acalmar. Abigail é uma pessoa muito curiosa e inquieta e com certeza deve estar dando uma olhada por aí. – dizia Hank para acalmar Zelda, mas o rapaz ficou olhando para a estrada onde os dois policiais olhavam os rastros de sangue e de repente veio na sua cabeça que aquele sangue poderia ser de sua amiga. Aquela ideia era assustadora para Hank e logo tentou esquecer.

-Hank, o que está acontecendo? – perguntava Amanda ainda atordoada e sonolenta. – O que aqueles policiais estão fazendo lá fora?

- Parece que houve um crime, mas não sei o que realmente aconteceu. – disse Hank tentando manter a calma.

- Foi aquela mulher estranha. Ela levou a Abigail. – dizia Zelda olhando pela janela. –Ela estava lá fora, andando de um lado para o outro. Ela me viu e ficou encostada na janela com aquela expressão horrível. Ela queria entrar e não parecia estar viva. Era um fantasma. – dizia Zelda agarrando os braços de Hank e apontando para a janela.

- Melhor você ir descansar. Está impressionada com essas histórias estranhas que ouvimos. Fique de olho nela Amanda. Vou aproveitar que os policiais estão aqui e pedir ajuda.

Hank saiu e Amanda ficou olhando assustada para Zelda que tinha uma expressão apática.

Pouco tempo depois mais policiais chegaram ao local e começaram a fazer uma busca na área sem nenhum sucesso. Mais tarde, dois investigadores do FBI apareceram no local. Um deles se chamava Anthony e estava vestindo paletó preto com uma gravata cinza e uma calça preta. Tinha uma expressão séria e pouco amigável; estava acima do peso e usava óculos escuros.  O outro se chamava Wilson e era mais sociável. Ele usava um paletó e uma calça azul escura, gravata azul celeste, cabelo curto e liso, uma barba rala e era um pouco magro. Nos últimos dias, vários relatos de desaparecimentos e mortes sem explicação, aumentaram naquela região, então Wilson e Anthony foram ajudar os policiais do local a resolver esses crimes.