Capítulo 23

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Emily....

Acordei com batidas baixas na porta e o barulho da mesma se abrindo de vagar, na hora eu gelei, e me encolhi temerosa, quem poderia ser? Mas eu me acalmo ao ouvi a voz da minha amiga me chamando baixinho.

- Emys? - Bella pergunta e eu abro os olhos devagar e vejo minha amiga de frente para mim.

- Oi... - eu digo em um sussurro.

- Há minha linda, como você está? - ela perguntou se sentando na cama e fazendo carinho em meus cabelos. - O Carlos me contou o que aconteceu, ele está morrendo de preocupação, eu tive que praticamente o obrigar a ficar com sua família, para que não desconfiassem de nada.

- Desculpa, não queria preocupar vocês. - falei me encolhendo ainda mais.

- Você não tem culpa de nada, o culpado aqui é aquele monstro. - minha amiga falou sorrindo para mim. - E pelo que eu vi seu namorado vai até o inferno para caçar aquele desgraçado, ele parece bem motivado.

- Não queria da trabalho para ele, na verdade não queria da trabalho pra ninguém, só queria ter uma vida normal, será que é pedi muito? - falei bufando frustrada, com tudo isso. 

- Gata você é namorada do irmão de uma super estrela, normalidade é a ultima coisa que você vai ter. - ela falou tentando aliviar o clima.

- É serio. - falei empurrando seu ombro de leve.

- Certo, mas agora falando serio. - Bella se endireitou, e olhou no fundo dos meus olhos. - Você tem que parar de ser culpar, e olhar para o passado, porque isso não te faz bem, e assim nunca conseguira seguir a vida.

- Eu... eu não consigo, as vezes eu me pego pensando que uma hora tudo isso vai acabar, que o Carlos irá se cansar de se tornar o bom samaritano, e terminará tudo, levando meu coração junto. - falei olhando angustiada para a minha amiga. - E as vezes eu acho que o Jhon tem razão, que eu não passo de um rostinho bonito, e só sirvo para oferecer para os outros aproveitarem de meu corpo.

- Você está ouvindo o que fala? - Bella perguntou indignada, e eu a olhei envergonhada. - Você é muito mais que isso, Emily, você é a garota mais forte que eu conheço, conseguiu aguentar abusos durante anos, viu sua mãe morrer bem na sua frente, mas conseguiu sair, se libertar, passou com honra e bolsa integral para a maior faculdade de todos os tempo, então não venha se menosprezar, porque garota, se eu tivesse metade da garra que você tem eu estaria podre de rica.

Eu ri da sua fala, e percebi que ela tem razão, eu consegui dar a volta por cima, então não posso ficar me martirizando por isso, mas tem uma coisa.

- Mas agora ele está a solta e atrás de mim, e eu não sei como vai ser se ele chegar até mim. - falei apavorada.

- Ele não chegará até você, isso eu posso garantir, por que se ele chegar, não sairá vivo. - ela falou isso, mas não me confortou.

- Como pode ter tanta certeza? - perguntei.

- Por que gata, eu nunca vi o Carlos com tanto fogo nos olhos como vi hoje, e acredite até eu fiquei apavorada. - Bella falou se arrepiando toda.

- Temo que ele possa fazer alguma besteira. - falei me abraçando.

- Não fará, ele fará justiça. - Bella falou tocando meu braço.

Quando eu iria refutar essa ideia, ouvimos a porta bater e a cabeça da senhora Molina aparecendo, sendo seguida pela irmã do Carlos, que carregava uma bandeja com café da manhã, e da esposa do Reggie.

- Oi querida, como você está? Carlos me falou que não tinha acordado muito bem, então resolvemos trazer seu café. - Sara falou e Julie colocou a bandeja ao meu lado da cama.

- Não precisavam se incomodar, eu poderia descer. - falei envergonhada.

- Gente ela é muito fofa. - Flynn falou apertando minha bochecha. - Querida temos que te tratar bem, por que se não você foge, e nosso pequeno menino fica sozinho, sendo o tiozão com piada do pavê ou pra comer.

Eu ri da sua fala e peguei uma torrada com nutella e o copo de suco de laranja, e comecei a comer em silencio. Desde que chegamos aqui todos estão sendo muito receptivos, tentam nos fazer sentimos em casa, e isso é muito reconfortante, e me deixa com um aperto no no coração com medo de que um dia isso possa acabar, irei senti muita falta de todos.

- O que se passa nessa cabecinha? - Julie pergunta cutucando minha cabeça com o dedo.

- Nada não, só alguns problemas pessoais mesmo. - falei e Bella me olhou com a sobrancelha levantada.

- Agora somos sua família, então pode compartilhar qualquer coisa. - Flynn falou massageando meu braço e eu sorri. 

- É algo com a sua mãe? Vocês estão brigadas, ou algo do tipo? - Sara perguntou preocupada, e mesmo sabendo que ela não fez por mal, eu senti uma pontada de tristeza.

- Min... minha mãe foi assassinada a seis anos. - suspirei triste, e fui acalentada pela Julie que me abraçou tentando me confortar.

- Eu sei como é essa dor, minha mãe se foi da mesma forma. - ao falar isso eu arregalei os olhos, Carlos nunca tinha comentado a forma que a mãe dele faleceu.

- Era só eu e minha mãe, então após sua morte fiquei no abrigo até passar na faculdade. - falei limpando uma lagrima, que tinha teimada em cair.

- Ho, minha querida, sentimos muito pelo seu sofrimento, mas agora estamos aqui, para todos. - Flynn falou sorrindo e abraçando Bella de lado, e minha amiga sorriu com um brilho no olhar que eu nunca tinha visto.

- Certo agora chega de choradeira, vamos pensar em coisas felizes, tipo o que vamos fazer para ceia de hoje. - Sara fala batendo as mãos.

- É verdade, temos que ver. - Flynn falou pensativa.

- Será que podemos ajudar? - Bella perguntou tímida, eu nunca tinha visto minha amiga assim, foi até fofo de se ver.

- Claro querida, quanto mais ajuda melhor. - Sara falou sorrindo para ela.

- Certo, então vamos deixar Emily se arrumar para nos ajudar a preparar a comilança. - Julie falou se levantando.

Sorri com o acontecimento. É talvez eu possa aproveitar um pouco essa atmosfera familiar, e esquecer esses problemas.

Mas meu pensamento foi interrompido de novo, com mais outra mensagem, que estragou meu dia.

Desconhecido: Estou indo te buscar meu amor.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora