Capítulo 35

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Emily...

Três semanas se passaram desde o acidente e o Carlos ainda está em coma induzido, mas segundo os médicos ele está respondendo bem, não que isso me deixe menos apreensiva, pois só irei ficar mais calma depois que eu vê ele acordado e bem. Então agora estou no seu quarto de hospital, o vendo de olhos fechados, como se tivesse dormindo docemente.

- Oi! - sou tirada de meus pensamentos com a porta se abrindo e a voz da Julie ao entrar no quarto.

- Oi. - eu disse me ajeitando na cadeira.

- Como ele está? - ela perguntou se sentando no sofá próximo a mim.

- Está normal, nenhuma mudança até agora. - falei ainda olhando para o meu namorado.

- Eu odeio ver ele assim. - ela comentou se levantando e tocando a mão do irmão.

- Eu também, ainda mais sabendo que ele está assim por minha causa. - falei o olhando desolada.

- Não foi sua culpa, eu acho que já tivemos essa conversa, não precisa se culpa, por algo que você não conseguiu controlar. - ela falou tocando minha mão.

- M-mas e-eu, e-essa culpa não sai do meu peito, não até que eu possa ouvir da boca, do próprio Carlos. - falei com a voz embargada.

- Tenho certeza que ele vai dizer a mesma coisa que te dissemos essas três semanas. - ela falou sorrindo afetuosa.

- Como pode ter tanta certeza? - perguntei confusa.

- Porque ele é meu irmão, e não tem ninguém que o conhece melhor do que eu. - ela falou me assegurando.

- Espero que você esteja certa. - falei sorrindo.

- Mas mudando de assunto, você já comeu? - ela perguntou preocupada.

- Ainda não, na verdade eu não estou com fome. - falei me encolhendo na cadeira.

- Queria você tem que comer. - ela falou preocupada.

- Mas eu não estou com fome, e também não estou me sentindo bem. - falei me encolhendo mais ainda.

- Isso é porque você não está comendo quase nada, por isso seu corpo está fraco. - ela falou firme. - Então se levanta dai e vá comer alguma coisa.

Frisei os olhos para a Molina, me levantei relutante e fui para lanchonete comer alguma coisa, assim que fiz meu pedido me sentei no canto da lanchonete para comer, mas assim que dei a primeira mordida meu estomago agradeceu na mesma hora, a cada mordida era como se fosse uma felicidade garantida, devorei meu lanche em uma velocidade impressionante até mesmo para mim, mas assim que terminei de comer tudo começou a se revirar no meu estomago e corri para o banheiro, e joguei tudo que comi no vaso.

- Está tudo bem? - uma enfermeira perguntou assim que entrou no banheiro e me viu debruçada sobre o vaso.

- E-eu acho que comi alguma coisa estragada. - falei tentando me levantar.

- Ei, ei, calma ai. - ela falou me ajudando a ficar de pé.

- E-eu estou bem, só foi um mal estar. - tentei argumentar, mas foi em vão.

- Não, não está, vem, vamos examinar você. - ela falou me ajudando a sair do banheiro.

A enfermeira me guiou até a o pronto atendimento, onde um medico me examinou e pediu uns exames de sangue, e assim que eu fiz teria que esperar pelo menos duas horas para receber o resultado, então resolvi voltar para o quarto do meu namorado, para ver se ele já tinha acordado.

Assim que cheguei no quarto eu tive uma visão maravilhosa, Carlos estava acordado, vê-lo de olhos abertos foi a melhor coisa que aconteceu no meu dia.

- Carlo, graças a Deus. - falei aliviada.

- Emys. - ele falou sorrindo assim que me viu.

- Eu sinto muito. - falei me aproximando delicadamente dele.

- Porque você está se desculpando? - ele perguntou confuso.

- Por tudo, por ter te metido nos meus problemas, por ter feito você me proteger, por está aqui. - falei hesitante em dar sua mão.

- Não precisa se desculpar por nada, você não tem culpa de que tinha um louco atrás de você. - Carlos falou tocando minha mão delicadamente.

- M-mas eu não consigo. - falei hesitante.

- Emys, olha para mim, por favor, eu não te culpo por nada, na verdade eu faria tudo de novo. - ele falou firme.

- Não repita isso. - Julie falou seria.

- Eu concordo com a sua irmã, todos ficamos morrendo de preocupação por você. - eu falei zangada.

- Eu não irei pedir desculpas, porque não me arrependo de nada. - ele deu aquele sorriso que me faz derreter toda.

- Você não faz ideia de como foi essas três semanas, foi completamente horrível. - Julie falou desesperada. - Não nos assuste desse jeito nunca mais.

- Ok, ok, vou tentar não me meter mais em problemas. - ele revirou os olhos entediado.

Conversamos mais um pouco até que o quarto foi invadido pela família dele e nossos amigos, muito eufóricos por ele ter acordado, foi uma festa fenomenal, que só os Molina eram capazes de fazer. Olhei essa euforia por mais alguns minutos e quando percebi que tinha dado a hora então retornei ao pronto socorro, para ver os resultados dos exames.

Esperei por alguns minutos até meu nome ser chamado, quando eu entrei no consultório, vi o medico, que era um senhor gordinho, careca e de meia idade, assim que ele me viu ele abriu um sorriso saudoso e me convidou para sentar na cadeira a sua frente.

- Boa noite senhoria Clarck, sou o Dr. Marshol. - o medico me cumprimentou.

- Boa noite. - falei sorrindo mínimo. - Então Dr. o que diz os meus exames?

- Bom, você está com um leve quadro de anemia, e eu também queria saber se seu ciclo veio esse mês? - o Dr. perguntou e eu analisei, olhei para o calendário em sua mesa e vi que era para ter descido hoje.

- Na verdade era para ter vindo hoje, m-mas eu acho que depois que tudo aconteceu e-ela deve ter atrasado. - falei nervosa.

- Hmm. - ele falou olhando para os exames.

- O-oque diz n-no meu exame? -perguntei ficando apreensiva.

- Você está gravida. - ao escutar suas palavras eu perdi o chão.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora