Capítulo 19

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Carlos...

Depois da pequena vingança do meu pai e meus irmãos mamá mandou todo mundo limpar a bagunça que foi feita, ou seja tivemos um trabalho enorme, e depois de tudo arrumado eu tive que tomar banho do lado de fora da casa para tirar as penas e a tinta, e nem vou dizer ate onde tinha tinta, foi difícil. 

Obvio que depois desta pequena vingança eu e o pessoal já tínhamos voltado ao normal, e isso foi mais alguma coisa que entrou na enorme lista de historias para contarmos para os nossos filhos no futuro.

Agora estávamos todos deitados para podermos dormi depois de um dia cheio, e também com ansiedade, pois amanha já será ação de graças, ou seja, depois de amanhã eu e meus amigos já estaremos voltando para Boston para continuarmos nosso ultimo ano de faculdade, isso me da euforia, mas ao mesmo tempo uma dor no coração por deixar mais uma vez a minha família, e parece que a cada vez que venho visitar eles fica mais difícil de deixá-los.

- Uma moeda pelos seus pensamentos. - fui tirado dos meus devaneios pela voz de anjo da minha ruiva.

- Estava pensando que cada vez que venho ver minha família, eu deixo uma parte da minha alma quando eu vou embora. - falei suspirando e olhando para seus lindos olhos azuis.

Ela se levantou do meu peito e olhou para mim fazendo carinho em meu rosto, me deu um pequeno selinho e sorriu para mim.

- Pense que você já está acabando a faculdade e logo poderá voltar para casa, para sua família, e que depois disso nunca mais precisara se separar deles. - ela sorriu para mim e isso me acalmou.

É sempre assim quando ela sorri para mim, ou meu mundo para ou ela me acalma. Antes eu achava que as únicas pessoas que tinham esse efeito sobre mim era Julie e minha falecida mamá, mas Emily provou que eu estava errado, quando nos topamos na entrada da biblioteca da faculdade, e com seu jeito tímido e bochechas rubras ela tomou meu coração desdá primeira vez que nossos olhos se encontraram.

Eu sorri com a sua fala e a puxei para o meu peito e fiz carinho em seus cabelos até senti sua respiração ficar ritmada, dizendo que ela tinha dormido. Tentei dormi também, mas o sono não vinha, então com cuidado tirei Emily de meu peito e a aconcheguei no meio dos travesseiros e sai cautelosamente do quarto, para não a acordar.

Desci as escadas então eu vi que a luz da garagem estava acesa então eu fui ver quem estava lá, e quando eu chego a porta eu vi minha hermana tocando piano.

- Sempre me emociono quando toca essa musica. - falei a assustando sem querer. - Desculpa não queria te assustar.

- Quase tive um troço. - ela falou com a mão no peito.

- Não era minha intenção. - falei me sentando ao seu lado no banco do piano. - Também não consegue dormi?

- Muita coisa na cabeça. - ela falou dedilhando nas teclas do piano.

- Quer dividir alguma destas coisas? - falei empurrando seu ombro com o meu. - Uma vez alguém me disse que faz bem compartilhar seus medos e anseios com as pessoas amadas.

- Esta pessoa é muito sabia. - ela falou levantando uma sobrancelha e sorrindo para mim.

- Ela é fantástica, é a melhor irmã que existe, mas não fala para ela, não quero que seu ego aumente. - falei brincando, e ela riu da minha piada.

- Estava com saudades deste tempo entre irmãos. - ela falou colocando a cabeça no meu ombro.

- Eu também. - suspirei e comecei a desabafar. - Cada vez fica mais difícil, sabe, deixar vocês, ir para Boston, cada vez se torna mais sufocante e solitário.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora