Emily...
11 anos atrás...
- Quietinha, não fale nada para sua mãe, sua putinha. - Jhon falou colocando a mão na minha boca.
Olhei para aquele homem que estava me prensando na minha cama, tapando minha boca e passando a outra mão em meu corpo pequeno, e a única coisa que eu consegui senti era medo, remorso e nojo. Eu olhava aquele cara em cima de mim, e meu pensamento era o porque eles está fazendo isso, o que eu fiz para ele, eu que eu era filha da mulher que ele era casado, e eu só tinha 10 anos, nem tinha tido minha primeira menstruação.
- Agora sua putinha, você vai ficar bem caladinha enquanto eu aproveito do seu lindo corpinho de ninfetinha. - Ele falou essas palavras e arrancou minha calcinha e enfiou seu membro dentro de mim.
E foi neste dia que meu inferno começou.
Agora...
Atrasada, eu estou atrasada, caralho tenho que me lembrar de socar a cara da Bella e da Alice por terem me convencido a assistir quatro temporadas de Suits na netflix, agora estou literalmente atrasada para minha aula ética profissional. Cheguei na aula em cima da hora e disse graças a Deus pela professora não ter chegado ainda.
- Bem em cima da hora em amiga. - Ross falou assim que sentei ao seu lado.
- Desculpa, as meninas não me deixaram dormi até terminar a quarta temporada de Suits. - falei bebendo a água da garrafinha que ele me ofereceu.
- Ai amiga, até eu ficava acordado só para ver esse aqueles gatões de terno. - meu amigo se abanou e eu ri da sua brincadeira.
Ross Smit era um cara bonito, loiro, com um sorriso de menino sapeca, olhos cor de mel, e um corpo definido, não maromba, mas um corpo que toda garota iria querer, mas como a vida é injusta meu amigo é gay, mas não que isso seja ruim, eu acho muito bom, porque depois do que aconteceu comigo, nenhuma terapia resolve meu trauma, de ter passado cinco anos sendo abusada pelo crápula do meu padrasto.
- Só você mesmo Ross, por pensar nessas coisas. - falei rindo.
- Gata, não vem me dizer que você não fica babando por aqueles gatos. - ele falou me olhando desconfiado.
Não falei nada só virei para frente na hora que o professor estava entrando na sala. Escolhi estudar psicologia para que eu pudesse ajudar pessoas que passaram pela mesma situação que eu, porque eu sei o quanto essa merda pode foder com um psicológico de uma pessoa.
No final da aula eu fui direto para biblioteca para adiantar meu trabalho, mas como eu sou muito desastrada acabei me chocando com alguém.
- Desculpa, desculpa mesmo, eu sou tão desastrada. - eu falei sem olhar para pessoa que eu tinha trombado.
- Tudo bem, eu também não estava prestando atenção. - eu ouvi uma voz grossa e quando eu olhei vi o homem mais lindo que eu já tinha visto.
- Obrigada. - eu falei sorrindo tímida, desde o ocorrido eu fiquei retraída perto das pessoas, e quando nossos dedos se tocaram eu senti uma coisa que nunca tinha sentindo com ninguém, um calor se apossou em meu corpo desconhecida, e olhei para nossas mão sendo tocadas e vi em seu pulso uma tatuagem de fantasma.
- De nada. - o desconhecido gostoso, sorriu sem graça e coçou a nuca, e cara isso me deixou sem ar - Sou Carlos, Carlos Molina, prazer. - ele se apresentou.
- Sou Emily, Emily Clarck, prazer. - eu falei abrindo um sorriso tímido.
-Então, psicologia né? - ele disse pondo as mãos nos bolsos da frente da calça, se balançando pra frente e pra trás, constatei que ele estava nervoso, o que eu achei muito fofo.
- Sim, mas como você sabe? - perguntei confusa.
- Pelos livros, só os estudantes de psicologia usam. - há então e por isso.
- Sim, sim, que besteira a minha. - murmurei sem graça. - E você? Que curso faz?
- Direito, ultimo ano. - ele coçou a nuca e eu pude ver sua tatuagem em seu pulso direito.
- Legal. - falei e minha curiosidade foi maior, então acabei perguntando. - Legal sua tatuagem.
- Há, essa coisa velha. - ele disse como se não fosse nada, mas pelo seu olhar carinhoso eu sabia que tinha um significado profundo. - Todo mundo da minha família tem ela.
- Então é algo de família? - perguntei o obvio. - Vocês devem ser muito unidos.
- É somos sim. - ele falou abrindo um sorriso que me deixou sem ar, o que está acontecendo com você Emily?
Eu estava prestes a fazer um comentário quando eu vi minha salvação vindo, em minha direção e me chamando.
- Emys - Mike me chamou.
- Mike. - falei sorrindo.
- Todo mundo vai para o Dalla's, só falta você, bora? - ele perguntou, e quando ele virou para o Carlos acabou olhando assustado. - Molina?
- Ross? - Carlos perguntou confuso também.
- Hmm, vocês já se conhecem? - perguntei confusa.
- Sim, eu o Carlos somos da mesma turma de direito. - Mike falou do seu jeito largado de ser. - Mas de onde vocês se conhecem? - perguntou confuso.
- Nos acabamos de nos conhecer, meio que atropelei ele no caminho da biblioteca. - falei envergonhada.
- Sendo desastrada de novo Clark? Só você mesmo. - Mike falou fingindo decepção.
- Vai se foder Ross. - inflei as bochechas envergonhada.
- Tão fofa. - Mike falou apertando minha bochecha.
- Me deixa em paz. - bati em sua mão e pude escutar uma risadinha vindo do Carlos.
- Carlos Molina riu, gente vai nevar no deserto. - Mike brincou dando um soquinho no ombro do Carlos.
- Eu sei rir seu babaca. - Carlos falou fingindo zanga.
- Ok, ok, não ta aqui quem falou. - Mike falou levantando as mãos rendido. - Você quer ir com a gente, pro Dalla's?
- Desculpa, mas não vai da. - Não sei porque, mas quando ele falou isso eu senti uma tristeza.
- Ué? Porque? - Mike perguntou confuso.
- A pessoa que se gaba por ter memoria fotográfica, esqueceu do trabalho de direito criminal, realmente vai neva no deserto. - Carlos falou de um jeito debochado.
- Não esqueci, só não fiz ainda. - Mike falou dando de ombros.
- Só você mesmo, eu em. - Carlos falou rindo de lado.
- Há qual é cara, vamos, você sempre está estudando, tenho certeza que já está com esse trabalho todo esquematizado, se divertir um pouco não mata ninguém. - Mike sacudiu Carlos pelos ombros.
- Porque tanta insistência, Ross? - Carlos perguntou curioso.
- Porque estou a três anos tentando virar seu amigo e você não facilita, então por favor, vamos. - achei engraçado ver o Mike quase implorando para o Carlos ir com a gente, então resolvi ajudar meu amigo.
- Vai ser legal, tenho certeza que todos vão te adorar.
- Arg, se eu for, você me ajuda neste trabalho? - Carlo perguntou para o meu amigo.
- Prometo. - Mike fez um x com os dedos e beijou.
- Ok, então eu vou. - Calos falou vencido.
- Ebaaaaa. - Mike comemorou que nem criança e colocou o braço em volta do pescoço do Carlos.
Então os acompanhei até o Dalla's para encontrar meus amigos, junto com um provável futuro amigo, que me intrigava com seu jeito misterioso de ser.
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Sombras do Passado
Romance11 anos se passaram desde que o Carlos conheceu a banda, e sua família cresceu. Com seu amor acido e um sorriso no rosto, ele consegue esconder uma grande ferida em seus peito, que está cicatrizada há muito tempo, mas que foi aberta e aumentada por...