Capítulo 37

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Carlos...

Eu vou ser pai, PAI, ver aquela palavra escrita naquele exame, fez minha cabeça girar, tudo iria mudar, e eu não sabia o que pensar, o que sentir, em meu corpo eu poderia sentir um misto de sentimentos, medo, ansiedade, apreensão mas principalmente felicidade, uma felicidade que foi se apoderando em mim que não sabia explicar. Emily olhou para mim, angustiada, e eu pude ver em seus olhos que ela esperava minha resposta ou pelo menos alguma reação.

- Não vai dizer nada? - ela perguntou engolindo em seco.

Abri a boca para falar alguma coisa, mas nada saia, eu tendei demonstrar alguma reação, mas eu estava congelado, e infelizmente ela entendeu isso como sendo uma resposta negativa.

- E-eu sinto muito, vou entender se não querer essa criança, não irei cobrar nada, vou embora, e você nuca mais vai ver a mim e esse bebê. - ela falou afoita, e a cada palavra que ela dizia meu coração afundava, como assim ela iria embora?

- O-obrigada por tudo, v-você foi maravilhoso, nunca irei esquecer do nosso tempo juntos. - ela beijou minha testa e foi se afastando, mas antes dela se afastar totalmente peguei seu pulso a impedindo.

- Não vá. - falei em um sussurro me recuperando do choque. - Por favor, não vá, s-se você sair pela quela porta eu irei te seguir, sem me importar com mais nada, você não fugirá de mim, nenhum dos dois.

- Carlos. - ela falou meu nome suplicante.

- E-eu sei que minha reação a essa noticia não foi a das melhores, m-mas eu gostei, confesso que estou com medo do que vem a partir de agora, mas eu gostei. - falei sorrindo pela primeira vez desde que eu recebi a noticia.

Ela sorriu aliviada, e a puxei delicadamente para deitar novamente no meu peito, suspirei ao sentir seu carinho em meu peito, aspirei seu cheiro e fechei os olhos.

- Eu te amo, te amo muito, e agora esse amor aumentou, não ele se multiplicou, por que agora tem mais um motivo para te amar mais ainda. - falei fazendo carinho em seu braço.

- Eu fiquei com tanto medo da sua reação. - ela falou apertando mais o abraço, mas não a ponto de me machucar.

- Porque? - perguntei confuso.

- Porque ainda somos muito novos, e nem terminamos a faculdade... - ela começou a falar afoita.

- Ei, ei, ei, não é nada disso, eu sei que ainda estamos terminando a faculdade, mas vamos dar um jeito, e sobre sermos novos, não se preocupe por que temos mais ou menos a mesma idade que minha irmã tinha quando ficou gravida do Jacob, então não se preocupe por que vamos dar um jeito. - falei beijando sua cabeça.

- Sim, juntos. - ela falou suspirando.

Ficamos algum tempo em silencio, logo percebi sua respiração ficou ritmada, denunciando que ela tinha dormindo, fiquei olhando para minha linda namorada, mãe do meu futuro filho, não poderia estar mais feliz.

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Um mês tinha se passado desde o ocorrido, e o que eu posso dizer foi uma mistura de emoções, foi uma euforia quando contamos da gravides da Emily, misturado com um sermão bem dado, sobre a loucura que fizemos ao enfrentarmos o Jhon, serio esse sermão já estava ficando chato, a outra emoção foi puro tédio por ter que ficar preso numa cama de hospital, sem poder sair.

Então eu praticamente gritei de alegria quando o medico me deu a alta, estava louco para poder voltar para casa, ficar com meus amigos, família, minha linda namorada, nem vou comentar do meu gato, até do maldito gato eu estava sentindo falta. Agora eu estava finalmente no elevador indo em direção ao meu apartamento, quando cheguei no mesmo fui praticamente atacado por quatro criaturinhas que praticamente voaram para cima de mim.

- Ei, ei, cuidado que o tio Carlos ainda não está 100%. - Sara falou puxando os netos.

- Tudo bem mamá, tenho certeza que eles só estavam com saudades. - falei me abaixando com cuidado e abraçando as quatro criaturinhas. - Hmm que saudades eu estava morrendo de saudades.

- Também estava com saudade titio, o senhor está melhor? - Jake perguntou me analisando dos pés a cabeça.

- Claro pequeno, e tenho uma novidade para você, na verdade para os quatro. - falei animado enquanto me sentava no sofá, com a ajuda do Reggie e do Alex.

- O que é, conta, conta. - Clara falou animada, pulando no sofá.

- Calma pequena, eu já vou contar. - falei e fiz suspense para eles, foi então que percebi que estava faltando alguém, ou melhor uma bola de pelos pretinha. - Ué, cade o gato de bruxa?

- Ha, tio Carlos por favor, conta, vai. - Hugo falou fazendo um biquinho muito fofo.

- Haa, mas queria tanto ver a bolinha de pelos. - falei fazendo drama.

- Vou pegar ele. - Lucy falou pulando do sofá e correndo pra sei lá aonde.

- Você é cruel. - Luke falou rindo anasalado.

- Que nada, eu estava com saudades do gato. - falei dando de ombros.

- É serio? - Reggie perguntou desacreditado.

Dei de ombros como se não me importasse e então fui surpreendido um uma Lucy vindo desajeitadamente com Banguela em seu colo, quando eu vi o gato não me aguentei e cai na gargalhada ao ver o gato com roupa de bebê.

- O-que é isso? - perguntei tentando controlar o riso.

- Coitado do Planguela está sofrendo na mão dos seus sobrinhos. - Oliver falou rindo.

- Toma titio. - Lucy falou me entregando o gatinho.

- Obrigada lindinha, mas porque ele está com essa roupinha? - perguntei segurando a risada.

- Porque eu e a Clara estávamos brincando de casinha, e o Banguela era o bebe. - ela falou fofinha.

- Wont, vou vomitar arco íris. - Ross falou, e pude ver que quase se formava dois corações no lugar dos olhos.

- Então titio, já que o Banguela está com você conta a novidade. - Jake falou animado, enquanto eu livrava o pequeno da sua prisão fofinha.

- Vocês vão ter um priminho em alguns meses. - falei fazendo carinho no gatinho com o nariz.

- Serio? - eles falaram animados.

- Sim, tia Emily está esperando um bebê. - falei sorrindo para eles.

- Quando ele chega? - Lucy perguntou curiosa.

- Ho florzinha ele vai demorar um pouquinho, ele ainda é uma sementinha, precisa florescer ainda. - falei fazendo carinho em seus cabelos.

- Podemos ver ele crescendo? - Clara perguntou curiosa.

- Ele está na barriga da titia, então só poderemos ver quando fizermos um exame. - falei sorrindo.

- Assim como minha irmãzinha? - ela falou curiosa.

- Sim. - disse sorrindo.

Eles sorriram e começaram fazer uma festa falando o que fariam com os novos integrantes da família, até que alguém fez a pergunta que todos os pais temiam que seu filho perguntaria.

- Mas como o neném foi parar na barriga da titia? - Hugo perguntou inocente.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora