Akemi havia acabado de chegar de sua última missão quando viu a mãe parada em frente ao prédio onde morava, por sorte já havia passado no escritório de Tsunade e reportado tudo o que acontecera durante o seu tempo fora, soltou um suspiro e direcionou seus olhos a Kakashi, parando onde estavam.
— Você pode me deixar aqui... — Falou observando o mais velho.
— Eu sempre te levo até a porta, o que aconteceu?
— É a minha mãe... — Disse enquanto levava seus olhos a mulher parada em frente ao prédio e depois a seus pés. — Eu ainda não disse pra ela que estamos juntos.
— Então vamos contar, juntos e agora. — Kakashi segurou o rosto da mais nova, apertando-o de leve entre suas mãos e deixando um breve selar sobre a testa dela. — Você quer que eu peça permissão?
— Kakashi... — Ela soltou uma breve risada, olhando o mais velho. — Deixa eu falar com ela sozinha, tudo bem? Tem coisas que você não precisa enfrentar agora.
— Tudo bem. — Soltou um suspiro, deixando mais um beijo sobre a testa da mais nova. — Qualquer coisa você dá um grito que eu venho correndo.
— Pode deixar. — Akemi ficou na ponta de seus pés, dando um beijo na bochecha do mais velho e então se afastando e caminhando em direção a figura da mãe.
Quando estava próxima o suficiente, a garota colocou o dedo indicador sobre os lábios, pedindo para que ela ficasse quieta enquanto com a mão livre fazia um sinal para que a mãe ficasse calma também.
— Você não tem o direito de me mandar ficar quieta e calma! — A senhora falou de forma um pouco alta. — Cadê a educação que eu te dei? Aposto que aquele cara tem algo a ver com essa mudança.
— Eu só queria evitar que a senhora fosse chamada de barraqueira pelos meus vizinhos. — Akemi olhou em volta, mostrando que haviam algumas pessoas olhando. — Vamos pra um lugar mais afastado pra conversar, por favor.
A senhora encarou a filha, mas acabou aceitando ser levada a um lugar mais afastado, só não esperava que o local fosse o memorial onde estavam gravados os nomes de todas as pessoas que haviam morrido em batalha, seu coração apertou ao ver o nome do esposo, fazia alguns anos que não passava por ali, talvez desde quando sua garotinha havia se formado na academia ninja da vila.
— Por que me trouxe aqui?
— É um lugar afastado o suficiente. — Akemi encolheu de leve seus ombros.
— Você e aquele cara estão namorando, não estão? O filho do Canino Branco... — Encarou a própria filha, desapontamento tomando conta de sua expressão ao perceber a ausência da negação que esperava. — Por que um shinobi como ele? Ele é filho de um cara que se matou depois de descumprir as normas de Konoha, é tão indigno.
— Eu sei que, no fundo, você não pensa assim do Canino Branco e nem do Kakashi... — A garota olhou para a mãe, suspirando de leve. — Sei que o motivo dessa raiva toda foi a morte do papai durante a Terceira Guerra Ninja, mas você acha justo jogar essa raiva toda pra cima de todos os shinobis? Das pessoas que, literalmente, dão suas vidas em prol da proteção de pessoas como a senhora, como as suas amigas e os netos? — Olhou em direção ao memorial, vendo o nome do pai gravado ali e suspirando. — Eu sei que dói perder alguém que ama ou que é importante pra você, mas, a senhora não pode pelo menos tentar aceitar o que eu e meus colegas fazemos?
— Eu não quero sofrer com uma perda de novo e nem que você sofra o que eu sofri quando seu pai prometeu que voltaria daquele inferno de guerra! — A senhora gritou. — Eu esperei por ele, mesmo depois de me falarem que ele não voltaria porque tinha morrido em batalha e que não conseguiram recuperar o corpo, porque eu acreditava que ele ainda estava vivo! — Ela respirou fundo, tentando controlar a raiva que estava sentindo, sentindo seus olhos arderem por causa das lágrimas que se formavam. — Será que você consegue entender o meu ponto de vista ou vai ser egoísta e pensar só nos seus sentimentos e vontades?
— Eu preciso ser egoísta... — Akemi suspirou de forma pesada, por mais que dissesse que não precisava de aprovação de sua mãe, no fundo, ela gostaria que sua profissão fosse aceita. — Eu sempre quis ser como o papai, a senhora pode ter raiva dele por causa da promessa que ele fez, mas eu não quero que jogue a culpa em mim ou em qualquer outro shinobi, é só isso que eu te peço.
— Você já é como o seu pai. — Falou de forma ríspida. — E essa é uma das coisas que eu menos suporto em você, o fato de ser tão parecida com ele em tantos pontos... — Suspirou de forma pesada. — Eu quis tanto que você não seguisse os passos dele, eu jamais deveria ter permitido que soubesse sobre o ato metade heroico, metade tolo dele. — Desviou o olhar em direção ao céu, observando a tonalidade das nuvens. — Eu não quero minha única filha se relacionando de forma romântica com um cara como aquele shinobi filho do Canino Branco.
Akemi sentiu um aperto no peito ao ouvir sua mãe dizendo que o fato de ser parecida com o pai era insuportável, então se abaixou em frente ao memorial, queria não ter ouvido aquilo. Suspirou de forma pesada, massageando as têmporas em busca de alívio e então se levantou, olhando em direção a mãe.
— Eu amo ele, mãe. — Afirmou de leve com a cabeça, era a primeira vez que falava aquilo em voz alta, e então vendo a expressão de desgosto tomar conta do rosto da senhora. — Não era a senhora que queria que eu casasse com um homem bom?
— Mas ele é um shinobi, Akemi, um ninja que morreria pra proteger a vila. — Falou gesticulando, mostrando como estava indignada com a situação.
— Assim como eu, mãe, nós somos iguais. — Assumiu. — Eu também quero dar a minha vida pra proteger as pessoas que amo e o povo da vila.
— Você é mesmo idêntica ao seu pai, teimosa igual a ele. — A senhora bufou. — Faça o que quiser, eu não vou mais me meter nos seus assuntos.
— Espero que a senhora ao menos o trate bem, porque ele vai querer conhecer a senhora em algum momento. — Akemi caminhou até a mãe, colocando uma de suas mãos sobre o ombro dela e deixando um breve aperto ali. — Obrigada de qualquer forma.
A senhora encarou a filha e então se afastou sem dizer uma única palavra, indo para casa antes que as coisas ficassem ainda mais estressantes. Akemi voltou a encarar o memorial, suspirando enquanto passava o pé no chão.
— Parece que eu vou ter problemas com o meu namoro por sua causa, pai. — Ela soltou uma breve risada, não se lembrava dele mas sempre que tinha tempo livre ia ali bater um papo, às vezes ajudava a organizar os pensamentos. — Se o senhor ainda estivesse por aqui aposto que ela não seria contra... — Sentou-se ali, cruzando as pernas como as de um índio e então apoiando o peso do corpo sobre as mãos, deixando suas costas um pouco reclinadas. — Mas eu ainda quero acreditar que ela vai aceitar, um dia...
[...]

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ANBU LOVERS
Fiksi PenggemarDois ex-membros da ANBU se reencontram após anos, o que será que o futuro reserva a eles? Início: 05/01/2021. Término: 23/01/2021.