Capítulo 40

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  Bryan 

    O clima que até então estava tão bom e agradável, com a repentina aparição dos mortos de Rebeca fez a noite ir por água a baixo. Deixamos o shopping em um silêncio absurdo. Todas as vezes em que eu abria a boca para falar alguma coisa a fechava rapidamente com medo de acabar falando alguma coisa que piorasse ainda mais a situação. Ruth já estava dormindo no banco de trás quando eu olhei para Ana ao meu lado ponderando se a levava ou não, para sua casa. Sua atenção estava totalmente voltada para a janela, o ar da noite que entrava balançavam seus cabelos que cobriam seu colo. Quando o sinal finalmente ficou verde, peguei a direção oposta em direção ao meu apartamento.

       Ela finalmente olhou em minha direção franzindo a testa com um olhar que eu não consegui ler naquele momento. Suspirei apertando o volante do carro tentando não perder a calma. Eu sei que eu não estava errado, e que não tinha cometido delito algum. Por mais que isso tenha acontecido no passado e quando não estávamos mais juntos. Porém a situação estava me fazendo parecer um cretino, e isso estava me incomodando. 

       - Bryan me leve para casa, Ruth precisa dormir. 

   - Eu sei. No meu apartamento existem dois quartos, ela dormirá em um e nós no outro. - disse acelerando quando já estávamos chegando. 

    Olhei para ela por um segundo e ela bufou cruzando os braços. Olhei pelo espelho para ver se Ruth tinha acordado e ela ainda continuava dormindo. Quando finalmente chegamos, desci do carro para tirar Ruth da cadeirinha, Ana saiu e se aproximou de nós dois para tirar os sapatos e a tiara de Ruth que estavam quase caindo no chão. Ela continuava seria e seguiu na frente pelo estacionamento. Pegamos o elevador ainda em silêncio, as chaves do apartamento estavam em meu bolso da frente, porém eu usei essa oportunidade para faze-la se aproximar. 


    - As chaves estão no meu bolso, você pode pega-las? - pedi fingindo que Ruth estava pesada em meus braços.  Ela ajeitou sua bolsa em seu ombro e se aproximou colocando sua mão devagar em meu bolso. Sua pequena aproximação fez seu perfume chegar até minhas narinas e meu coração palpitou. 


     Ela a pegou e seguimos até o apartamento ainda em silêncio. Abrir a porta do outro quarto que sempre estava fechado, porém eu sempre o mantinha limpo e organizado para quando meu irmão aparecesse com a desculpa de que queria se sentir um adulto dormindo fora de casa. Coloquei Ruth com muito cuidado no meio da cama e a cobri lhe deixando confortável. Sai do quarto deixando a porta semi aberta para o caso de ela acordar e sair pelo corredor até meu quarto. Procurei Ana com os olhos mas não a vi, troquei de roupa ficando apenas com uma calça de moletom e sai lhe procurando. A encontrei mexendo em algo dentro da geladeira.

     - Vamos conversar?

      - Estou ouvindo.

      - Ana, aquela mulher foi simplesmente uma pessoa que apareceu em minha vida na época da faculdade, e ainda assim, não foi de grande importância.

   - Ela não pareceu tão sem importância assim ....

   - Se eu fui importante para ela eu não sei, mas para min ela não significou nada! nós só ficamos uma única vez e mais nada. Vamos esquecer isso, não vale a pena.. - tentei me aproximar tocando em seu braço.

   - Eu sei, sei que foi algo que aconteceu no seu passado quando não estavamos mais juntos, mas sei lá, eu senti ciúmes, eu amo muito você, e ....

     lhe calei com um beijo que foi suficiente para falar por nós dois. A envolvi em meus braços com carinho, queria faze-la sentir que em meus braços sempre seria o lugar dela, sempre.

     - Estamos bem?

  - Estamos!










              Dois meses depois ......






       Ana.




  - NÓS PRECISAMOS COMEMORAR!

  - Eu mais que concordo! agora sim a Ruth é seu filha Ana - disse Vinícius ao meu lado com um sorriso todo orgulhoso no rosto. - Não precisa me agradecer, eu sei que sou ótimo! 

  - É verdade, você é ótimo! - peguei Ruth que estava no colo de Roberta e a abracei apertado. Finalmente depois de vários longos dias de processos e mais processos, Ruth de fato era minha filha por meios legais, eu estava tão contente que a alegria não cabia em mim. Tinhamos acabado de sair do tribunal com a completa certeza que ninguém a tiraria de mim. Seu olhinhos curiosos varriam todo o lugar e os rostos alegres dos meus amigos que se esforçaram para me darem apoio perante o juiz.

    - Se não for para se gabar não é o Vinícius não é? - disse Yago aparecendo por trás do amigo para lhe dar uma tapa na cabeça. Começamos a rir dos dois entrando em uma pequena briga. 


     Sabe aquele momento que parece que finalmente as coisas estão dando certo para você? a alegria não cabe no peito e todos a sua volta estão felizes? naquele comento com Ruth em meus braços me abraçando e rindo dos meus amigos, eu estava me sinto a pessoa mais realizada do mundo. E eu não queria que essa alegria acabasse nunca.

   - Não vamos esquecer de parabenizar o novo papai da área né gente?  - a voz de Mariá chamou a atenção de algumas pessoas que estavam em uma mesa mais na frente. Tínhamos acabado de chegar em uma pizzaria para comemorar, pois era a comida preferida da Ruth, e hoje seus pedidos estavam sendo todos concedidos.  Olhei para Bryan tímida escondendo o rosto no ombro de Roberta que começou a rir. Bryan abriu um sorriso enorme tirando   Ruht dos meus braços e a colocando no seu colo.

    - Obrigado! muito obrigado!

   - Só falta o pedido de casamento que parece que não vai sair nunca né parceiro? - Vinícius disse enquanto bebia sua bebida. Bryan ficou corado em segundos e sua reação fofa fez meu coração dar um salto.

    - Mariá da para calar a boca do seu noivo por favor? - pediu um pouco nervoso sendo atendido por ela que lhe deu um tapa no braço.




  Ficamos o que pareceram horas comendo, conversando e brincando quando finalmente decidimos ir cada um para sua casa. Já passavam das dez horas e Ruth já dormia agarrada no pescoço do Bryan. Observei na porta  do quarto enquanto Bryan a colocava na cama e lhe cobria com todo o cuidado do mundo. Ele fechou a porta do quarto e me puxou pelo braço me sentando em seu colo quando chegamos na sala e ele se sentou no sofá. Fiquei quieta o observando acariciar meu rosto e meus cabelos. Naquele momento eu não queria dizer palavra alguma, em seus gestos eu conseguia traduzir as palavras que seu toque transmitia.   '' Eu te amo ''.  O beijei me entregando aquele momento de corpo e alma, alí, no sofá da minha casa me entreguei totalmente aquele homem que mexe com minhas estruturas desde nova. Era um sentimento tão forte, tão sincero, tão certo. Que eu não conseguia colocar em palavras a felicidade que eu estava sentindo naquele momento. Era como ser atingida por uma estrela cadente, um fenômeno tão raro, e inesperado que quando menos esperamos atravessa o céu nos fazendo fechar os olhos, desejar e confiar que tudo iria se realizar. 





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