Capítulo 14

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     Escutei um toque de celular tocar ao longe e abri os olhos devagar logo me arrependendo. Minha cabeça estava doendo tanto que parecia que tinham colocado um sino enorme dentro de minha cabeça.

   - Ai ... ai ... ai ... - levantei da cama bem divagar e comecei a andar dentro de casa bem divagar, eu parecia uma senhora de sessenta anos de idade.
  Lhe encontrei jogado no sofá e o atendi voltando para a cama e me cobrindo dos pés a cabeça.

  - Alô. - minha voz estava rouca.

  - Ana como você esta? - escutei a voz de Roberta do outro lado e minha cabeça deu duas voltas de dor.

  - Com uma dor horrível de cabeça. - disse fechando os olhos.

   - Você se lembra de ontem?

   - Ham ....  - forcei minha mente a se lembrar e não vinha nada. - Não.

    Ela ficou em silêncio do outro lado e um pensamento me veio como um estralo.

   - Roberta, eu fiz alguma coisa constrangedora?

    - Bom, se beber todas, subir em cima de uma mesa e dançar sensualmente para todos verem for algo constrangedor, então sim. Você fez.

     Um

             Dois

                        Três

    - COMO É QUE É? - gritei me levantando da cama. - Eu fiz isso mesmo? Eu não consigo me lembrar de nada ... eu ...

    Olhei para meu corpo e não era mais o vestido de ontem.

    - Meu pai Roberta, eu não to acreditando nisso ... - suspirei. - Foi você que trocou minha roupa?

  Caminhei em direção ao banheiro e encontrei o vestido de ontem no chão do box molhado.

    - Não. Provavelmente foi o Bryan.

    Meu celular quase caio na privada.

   - O que?

   - Não fui eu quem te levou Ana, foi o Bryan que saio te arrastando da boate e te levou em casa. - ela deu um sorrisinho do outro lado.

           NUNCA MAIS NA MINHA VIDA EU VOU BEER.

                      {♥}

       O resto do domingo se passou como uma tartaruga aleijada, e todos os programas que passavam na tv eu assistia.

   Sinceramente, não acredito que eu paguei esse mico. O tempo todo eu tentava me lembrar do ocorrido, mas parecia que eu tinha sido abduzida por E'ts e não me lembrava de nada. Porém resolvir deixar isso de lado. Amanhã já seria segunda-feira e querendo ou não eu tinha que engolir minha vergonha e olhar na cara do Bryan.

   Tudo bem, eu poderia me esconder pelos corredores um pouco.

   Olhei as horas no celular e por incrível que pareça ainda eram sete horas. Levantei do sofá e vesti um vestido solto de alças e pentiei meu cabelo lhe deixando solto. Tranquei a porta e sai pra da uma volta no condomínio.

      Tinham crianças para todos os lados nas quadras e alguns adolescentes conversando nos bancos. Me sentei em um de frente para quadra e fiquei olhando o movimento.

     - Oh, a moça da picina.  - escutei uma voz de criança e me virei.

   - Ei ..  - sorri quando reconheci o pequeno grupinho do outro dia.  - O que estão fazendo agora?

    - Iamos brincar de esconde-esconde. - respondeu um deles.

   - Vem brincar com agente tia Ana. - uma menina falou empolgada. Como ela sabia meu nome?

    - Ah claro. Mas primeiro eu quero saber o nome de todos. - falei e me aproximei.

   - Tá. - a mesma menina tomou a frente do grupo e saio apontando. - Esse é o Anderson, o Guilherme, o André, a Milena, a Patrícia e eu a Gabi. - sorrio.

   Sorri também.

   - Ótimo. Eu sou a tia Ana. Quem vai ser o conta?

     - Vamos azerinho-ou-um e quem perde é o conta. - falou o André e todos concordamos.

     Fizemos como ele disse e eu perdi.

  Droga.

   - Tudo bem, só vale dalí. - apontei. - Até ali. Vou contar até cinquenta. - falei contando em um pequeno poste.

   - Eu vou me esconder ali .... - escutei coxixos.

 

    - Eeeee já vou EUUUU.  - me virei olhando ao redor começando a procurar.

   Droga. Aquele espaço era muito grande, se eu saísse para procurar com certeza algum deles iria bater salve-todos e eu seria novamente o conta.

  Um menino passou por mim e eu o chamei.

   - Ei, você vio algumas crianças se escondendo?

     Ele olhou em meu rosto e sorrio.

     - ELA TÁ TRAPACIANDOOOO.  - gritou e eu me assustei.

   - O que? nada haver ... eu .. só ...

  - Assim não vale tia Ana. - Gabi saio de seu esconderijo emburrada.

   Olhei para o menino em minha frente com raiva e ele me deu língua e correu.

    - Desculpa Gabi, é que eu não gosto de ser o conta. - disse a verdade. Ela me olhou e suspirou.

   - Tudo bem vai, eu vou ser.

    Sorri aliviada.

  - Ai valeu princesa. - beijei seu rosto e comecei a correr para me esconder. Me escondi atrás de um banco e fiquei olhando.

    Aos poucos os meninos foram encontrados e só faltava eu.

     - Bate salve-todos Ana ... - escutei a voz de André e Gabi manda-lo calar a boca.

   Me distraí olhando para outro lado e me assustei derrepente.

   - Encontrei você. - falou perto do meu ouvido e começou a correr rindo em direção ao poste.

  Me levantei também afim de lhe passar e me salvar até que tropecei e sem querer cai por cima de alguém.

    - Ai ... ai ... ai .. - disse de olhos fechados.

    - Aí, sai de cima de mim. - escutei uma voz fina e abrir os olhos me deparando com uma mulher loira.

   - Desculpe. - me levantei e ia dar-lhe minha mão para ajuda-la até reconhece-la.

    Era a loira azeda do hospital.

    - Olhar por onde anda garota. - disse torcendo o nariz se limpando.

   - Eu olhei. Mas não tive culpa se você passou na frente. - disse cruzando os braços.

   - O que? você que ...

   Lhe deixei falando sozinha e segui em direção dos meninos.

    - Perdeu tia Ana. Eu sou mais rápida. - me deu língua e eu dei de volta sorrindo.

    - Tudo bem,  e quem é o conta agora? - perguntei e todos apontaram.

    -André.

         Quando entrei em casa já eram nove horas. Ficar brincando com as crianças foi realmente divertido. Tomei um banho e comi um pedaço de bolo com suco para dormir.

   Quando coloquei a cabeça no travesseiro uma lembrança me veio ao longe e eu estremeci.

   Eu beijei o Bryan?  Ele, ele me vio nua?

  




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