Capítulo 36.

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Quando o despertador tocou na manhã de domingo, virei para o outro lado da cama esbarrando em algo pequeno e quente. Abrir meus olhos me deparando com o pequeno ser humano que dormia tranquilamente ao meu lado. O peito de Ruth subia e descia devagar enquanto um pouquinho de babinha escorria de sua boquinha semiaberta. Comecei a rir baixinho com a cena, quem diria que um dia a vida colocaria em meu caminho uma criança tão linda para me chamar de mãe.

Enquanto lhe observava dormir tranquilamente, comecei a pensar no futuro e a questionar alguns pensamentos. Como será quando ela estiver em uma idade mais madura e eu ter que lhe contar que não sou sua mãe biológica? como será quando eu tiver que lhe contar todo seu passado doloroso? como será hoje a tarde quando eu contar aos meus tios que eu adotei uma criança de três anos de idade? e o Bryan? o que será que ele realmente está pensando com isso tudo? depois de anos separados finalmente estamos juntos novamente e derrepente decido adotar uma criança, eu ainda não tinha parado para pensar em como ele deve estar se sentindo, Bryan é o tipo de homem que quer um futuro junto, por diversas vezes ele me disse isso, e tudo o que eu mais quero é passar o resto da minha vida ao seu lado. Porém adotar Ruth me tornará mãe, e ele pai. Mas será que essa responsabilidade é algo que ele quer no momento?

Eu preciso falar com ele sobre isso, hoje nós somos " nós " novamente, e eu preciso saber como ele se sente.

- Mamãe?

- Oi meu amor, acordou? - levantei ficando sentada colocando Ruth em meu colo. Seu corpinho pequeno se encaixava perfeitamente em meus braços.

- Sim ... - disse coçando os olhos com sua mãozinha.

- Vamos levantar e tomar o café da manhã, que mais tarde nos vamos visitar o titio e a titia da mamãe está bem?

- Tá bem ... lá tem crianças pra brincar comigo?

Bom, digamos que João Felipe e João Nelson não são necessariamente crianças, aqueles moleques já são quase adultos.

- Os meninos que vivem lá já são um pouquinho grandes, mas eles são bem legais, não se preocupe. - beijei seu rostinho. - Agora já para o banho moleca. - comecei a fazer cócegas em sua barriga o som de sua gargalhada encheu todo apartamento fazendo meu coração flutuar.

[ .....]

- Mamãe olha aquele tlator! - disse Ruth apontando com seu dedinho o enorme trator que passou pela janela do Uber que eu pedi.

- Minha nossa, ele é enorme Ruth - também comentei impressionada. O motorista riu de nossas expressões.

- Sua filha parece ser do tipo criança bem curiosa. - comentou. Sorri.

- Pois é... ah, é aqui. - avisei quando chegamos. Depois de pagar por seu serviço peguei na mãozinha de Ruth e entramos no elevador. Senti Ruth puxar a barra do meu vestido.

- Mamãe, será que eles vão gostar de mim? - seus olhinhos verdes me encaravam.

- É claro que vão meu amor, você é uma estrelinha que papai do céu mandou para mim.

Um sorriso surgiu e seus olhinhos brilharam.

- Tá bom... - disse com uma timidez surpresa ajeitando a bagunça imaginaria que seu vestidinho estava.

Quando o elevador parou revelando o apartamento dos meus tios toquei a campainha e coloquei Ruth em meus braços. João Felipe abriu a porta.

- Ana!

- Oi Moleque, como você está? - disse entrando procurando pelos olhos o rosto da família. Ruth observava tudo atenta. Suas bochechas estavam vermelhas.

Tinha que ser Você!Onde histórias criam vida. Descubra agora