Capítulo 3

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   Bryan.

    Acordei com um chute em minha perna e em instantes eu estava no chão. Levantei do chão devagar e eca. A mulher estava babando. Vesti minhas roupas rapidamente peguei minha carteira e saí sem nem ao menos me despedir. Nem me lembro o seu nome direito, mas é melhor do que: Oi moça, bom, obrigado pela ótima noite, mas esqueci seu nome. Até mais. Não, obrigado.

  Assim que sai do hotel avistei um táxi e entrei. Olhei as horas no celular e ainda era cedo, daria para tomar um ótimo banho antes de ir para o hospital. Não gosto de cheiro de mulheres que passo a noite em mim.

  Paguei a corrida e entrei na portaria do condomínio, em instantes já estava dentro do meu apartamento. Segui direto para o banho e logo senti meus músculos relaxarem com a água quente.

   Sim, eu cumpri minha palavra e me mudei para um lugar só meu. Em todos esses seis anos foi assim que eu vivi. Mulheres e trabalho. Não reclamo, até porque é muito bom viver assim, onde eu sou dono do meu nariz e faço o que eu quiser. Minha mãe diz que eu me tornei um pouco duro e grosso com o tempo. Para curar dores do passado e para esquecer, as vezes é o melhor remédio. 

    Enrolei a toalha em minha cintura e me olhei no espelho. Não a mais rastros do garoto de alguns anos atrás. Confesso que me tornei um homem bonito e faço bastante sucesso com as mulheres em festas que eu vou. Fiz a barba e pentiei o cabelo. Vesti uma roupa básica e segui para a cozinha, comeria alguma coisa antes de sair. Depois de comer um sanduíche peguei meu jaleco junto com minha carteira e chaves e sair do prédio.

- Bom dia doutor. - escutei uma voz fina e melosa de algum lugar do estacionamento. Virei para olhar para trás mas não vi ninguém. Destravei o carro e entrei dando partida. Em um raio de segundo uma mulher apareceu na frente do meu carro.

- Uou. - assobiei. Abrindo a janela.

- Lhe dei bom dia mas você nem escutou. - e lá estava ela de novo. Uma vizinha que eu nem sabia o nome, mas sempre se atirava pra cima de mim.

- Sinto muito. Mas estou atrasado para o trabalho. Bom dia. - fiz um gesto de cabeça ligando o carro novamente.

- Que pena. - fez bico. Meu Deus ela acha que eu sou o que? um pedofilo? Com o rosto de criança que tem, se brincar, nem fez dezoito ainda.

  Em segundos coloquei o carro em movimento. Vocês devem estar se perguntando por que eu não saí do hotel com meu carro e sim de taxi? bom eu saí com o objetivo de relaxar e mulheres de noites não entram no meu carro. Isso é uma regra minha.

  Estacionei o carro em minha vaga e peguei meu jaleco. Mais uma terça-feira para começar.

                         [♥]

     Ana Alice.

  Sete horas da manhã e eu já estava nas ruas como todo recém formado faz. Procurando trabalho. Antes de sair fiz uma pequena pesquisa sobre os hospitais que estavam precisando de um profissional de nutrição e me vesti a caráter, opitei por uma saia lápis preta e uma blusa cinza com um pequeno decote. Fiz uma trança raiz de lado em meu cabelo e logo depois uma maquiagem leve e estava pronta. Desci do ônibus em uma rua movimentada e segui seguindo as informações no meu celular. Logo em frente avistei um hospital enorme e bem moderno. Engoli o frio na barriga e entrei. Segui para o balcão de informações, uma moça com um uniforme branco falava ao telefone.

  Esperei que ela terminasse a ligação para começar a falar. E quando ela finalmente pôs seus olhos em mim sorrio. Abri a boca para falar.

- Bom di .. - fui interrompida com a voz de alguém que chegou atrás de mim.

Tinha que ser Você!Onde histórias criam vida. Descubra agora