Na manhã de sábado levantei cedo para correr. Tomei um banho rápido e vesti um short junto com uma camiseta regata e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.
Enquanto corria ouvindo música nos fones de ouvido, me esquecia de tudo ao redor e nem havia percebido quando já tinha chegado a orla da praia. Parei de correr enquanto esperava minha respiração voltar ao normal e tirei os fones do ouvido, os enrolando junto ao celular enquanto me aproximava a um quiosque.
Parei quando esbarrei sem querer em algo grande.
- Aí .. - meu coração deu um solavanco quando levantei os olhos e encontrei com os de Bryan.
Ele sorrio surpreso ao me ver.
- Ana?
- O .. oi. - me recompus e guardei o celular em meu bolso.
Por que eu tinha que encontra-lo justo quando estou suada, fedida e com os cabelos lá em cima?
Espera, por que estou me preocupando com isso afinal?
Ele continuou me olhando até que se virou para o senhor do quiosque.
- Duas águas de coco. - o homem assentio e se afastou.
- Aceita uma água de coco não é?
Assenti devagar enquanto respirava fundo.
Por que estou tão nervosa?
- Então... adquiriu o hábito de correr? - perguntou se encostando a parede.
- É, digamos que sim. - deixei um pequeno sorriso de lado escapar enquanto aproveitava a oportunidade para lhe observar.
Ele levantou os olhos em minha direção me pegando no flagra.
Corei.
- Aqui, duas águas de coco. - o homem apareceu e Bryan se desencostou da parede tirando o dinheiro do bolso para lhe pagar.
- Aqui. - me entregou um e eu o peguei.
- Obrigada.
Nos sentamos em um banco de frente para a praia.
- Como foi ... esses seis anos em Nova York? - perguntou ainda olhando para o mar.
Essa era a primeira vez que estávamos conversando devidamente desde que voltei.
- Foram incríveis. Eu conheci e vive tanta coisa que eu nunca vou me esquecer. - disse sincera. - E você?
Eu não queria que o assunto acabasse.
Ele virou seu rosto me olhando com um sorriso incrível que me fez suspirar.
- Quer mesmo saber?
- Bom, se eu perguntei não é ... - ele começou a rir.
E por alguma razão, era como que se voltassemos ao tempo de quando provocavamos um ao outro.
- Tudo bem, deixe-me ver alguma coisa interessante... - ele fez algumas caretas enquanto pensava, o que me fez rir bastante.
- Bom, eu estudei feito um louco. Conheci metade das boates de Recife e me tornei médico.
- Nossa, super interessante. - disse lhe arrancando uma gargalhada que fez meu coração saltar.
- E você, conheceu bastantes gringos? - ele se levantou jogando nossos cocos no lixo e se sentou novamente.
- Olha minha lista foi bem extensa... - disse sorrindo.
- Sério? não me diga..
- Pois é. - joguei meu cabelo para o lado e ele sorrio novamente.
Ficamos em silêncio por um estante até ele o quebra-lo.
- Devo admitir que não te reconheci naquele dia quando vi você no hospital.
Sorri me lembrando.
- Eu voltei tão feia assim? - brinquei olhando para o mar.
- Pelo contrário. - olhei em seus olhos. - Voltou ainda mais linda do que era.Virei o rosto completamente corada.
- Eu não te reconheci também. Estava todo galante para a Cátia naquele dia. - disse mudando um pouco do assunto.
Ele sorrio abaixando a cabeça.
- Eu só soube que era você quando lhe perguntei quem você era. Ele é o doutor Bryan Alcântara, um dos cirurgiões desse hospital. Ele é lindo não é? - imitei o que ela tinha me dito naquele dia e ele gargalhou.
- Eu sei, eu sou um gato. - disse fingindo jogar o cabelo para o lado e foi minha vez de rir.
- Sempre convencido. Acho que você não mudou muito nesse aspecto. - disse balançando a cabeça ainda sorrindo.
- Nem tudo agente consegue mudar não é? .. - disse.
- Verdade. - respondi e me levantei. - Eu preciso ir, foi bom te ver. - disse e ele se levantou também.
- Tudo bem. - ele se aproximou para deixar um beijo no meu rosto e isso foi o suficiente para fazer meu coração ir parar na garganta. - Foi bom te ver também.
Assenti ainda com o coração acelerado e comecei a caminhar em direção a minha casa.
Quando cheguei, a primeira coisa que fiz foi entrar embaixo do chuveiro e tomar um banho de cabeça para ver que se assim, minha cabeça parava de fervilhara um pouco.
Depois do banho me enrolei na toalha e voltei para o meu quarto. Me sentei na cama enquanto enchugava meu cabelo na toalha, olhei para a gaveta do meu criado-mudo e a abrir.
Suspirei quando tirei de dentro da gaveta uma pequena correntinha de ouro com um simbolo do infinito.
'' - O que? - perguntei perdida e ele apontou para o meu pescoço onde encontrei uma correntinha de ouro.
- É para que mesmo quando estivermos longe um do outro, possa se lembrar de mim. ''Enquanto olhava aquele pequeno objeto em minhas mãos senti uma lágrima rolar.
- Eu não consigo entender. Vivemos tantas coisas juntos... por que Bryan...
Peguei o anel e o observei. Quantas vezes eu já tentei me livrar disso e nunca consigo. Tentei colocar em meu dedo novamente mas não entrava completamente. Suspirei e os guardei dentro da gaveta novamente.
Enxuguei meu rosto com a toalha e me levantei indo em direção ao closet e escolhi um vestido básico. O vesti e pentiei meu cabelo. Calcei uma sandália baixa e peguei minha bolsa colocando algumas coisas dentro e sai de casa.
Enquanto esperava o elevador disquei o número de Roberta e no quarto toque ela atendeu.
- Oi Ana.
- Oi, estou entediada e não quero ficar sozinha em casa. Posso passar o dia aí? - entrei no elevador.
- Ai amiga, agora pela manhã não vai dar. Eu e o Yago saímos logo de manhã cedo, fomos visitar os avós dele. Mas umas três da tarde eu já estou em casa. - disse. Do outro lado dava para ouvir vozes agitadas e bastante risadas.
- Tudo bem. Então agente se vê de tarde. Beijos.
- Beijos amiga.
Desliguei o celular um pouco desanimada. Mas logo um sorriso se formou em meu rosto.
Vou visitar os meus tios.
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Tinha que ser Você!
Romance( Essa obra é o segundo volume do livro - Por que Você? Vol 1. - espero que gostem! ) Um amor que começou na adolescência, mas teve que ser rompido por sonhos diferentes. Ana Alice depois de seis anos em Nova York, conseguiu realizar o seu sonh...